Capítulo 75

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Alfonso

Desencostei da porta e sorri.

- Só alguns minutos. Pelo jeito você aperfeiçoou seu jeito com as crianças, pelo menos não fica mais nervosa.

Any: Depois de algum tempo você trata com naturalidade. - sorriu e percebi suas bochechas se avermelharem.

Eu precisava ficar longe dela. Ficar perto de Anahí me desestabilizava, me confundia, me fazia sentir coisas que eu jurara nunca mais sentir. Mas saber que ela estava no hospital, me fazia querer procurá-la, ficar perto dela.

Poncho: Acho que você salvou o menino de uma operação.

Any: Se a amigdalite persistir talvez ele não escape, mas é só dizer à ele que vai poder se fartar de sorvete depois da operação e ele ficará feliz. - sorriu com simplicidade dando de ombros. - Quem me preocupa mais é a mãe.

Poncho: Eu também ficaria preocupado. - ri a encarando.

Any mordeu os lábios e aos poucos ficamos sérios. Dei dois passos à frente a encarando de perto. Anahí sustentou meu olhar, mas do nada se moveu e bateu a mão no suporte em cima da maca derrubando-o no chão.

- Merda! - resmungou brava consigo mesma e se abaixou.

Poncho: Eu te ajudo. - sorri me abaixando.

Peguei os últimos dois objetos que estavam no chão e coloquei na bandeja.

Any: Obrigada! - forçou um sorriso me encarando.

Poncho: De nada. - respondi a encarando.

De repente senti vontade de beijá-la. Ela estava tão perto e bastava apenas me aproximar um pouco pra conseguir o que queria. Eu não sabia quando teríamos outra chance de ficarmos sozinhos e tão próximos.

Anahí suspirou e abaixou os olhos. Reconheci que estava nervosa e segurei sua mão.

- Poncho... - ofegou e se interrompeu mordendo os lábios.

Ela também estava mexida, eu podia sentir. Num impulso decidi fazer o que queria e segurei o queixo dela obrigando-a a me encarar. Me aproximei sentindo que meu coração ia sair pela boca. Aquele nervosismo típico que sentimos quando vamos dar nosso primeiro beijo eu estava sentindo agora.

Eu estava quase beijando-a quando uma batida na porta nos interrompeu. No instante seguinte Any estava de pé e suspirei me levantando.

- Obrigada pela ajuda doutor. - usou o tom formal, mas a voz dela tremia e seu rosto estava vermelho.

Poncho: De nada! - forcei um sorriso sem conseguir esconder a decepção.

- A sua paciente das dez já chegou... Peço pra entrar?

Any: Pode deixar eu vou encontrá-la. - forçou um sorriso.

A recepcionista do andar assentiu e se afastou.

Poncho: Bom, eu vou nessa, preciso procurar meu pai. - forcei um sorriso.

Any: Tudo bem... Até logo Poncho. - sorriu e devolvi o sorriso feliz por ela me chamar pelo apelido.

Poncho: Até logo Any! - assenti obrigando minhas pernas a caminharem pra trás e me tirarem daquela sala antes que eu cedesse ao impulso. E mesmo depois de conseguir sair da sala e chegar no corredor, minha vontade ainda era voltar à sala de Anahí e terminar o que tínhamos começado.



Anahí

Obviamente após meu encontro com Poncho e nosso quase beijo, o restante do meu dia foi totalmente desconfortante. Várias vezes me peguei pensando nele enquanto ficava sozinha na sala e tive que me esforçar três vezes mais para conseguir me concentrar 100% em meus pacientes.

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