Capítulo 36

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Alfonso

Assim que Any pegou no sono sai do quarto me dando conta de como eu estava cansado. Eu estava acordado a umas 12 horas e parecia que eu não dormia há uma semana. Era difícil imaginar que há algumas horas eu tinha ido e voltado de Acapulco. Era estranho pensar que tudo tinha acontecido em apenas 02 dias. Que ontem há essas horas meu amigos estavam ligando pro todos os hospitais e bares da cidade enquanto eu estava preso aqui.

- Alfonso!

Me virei encarando Viviane deixando meus pensamentos de lado.

- Precisa vir comigo pro se quarto... Tem que descansar e é melhor obedecer agora pra não deixar seu pai mais furioso ainda. - alertou.

Poncho: Eu estava pensando em ir na lanchonete, comer algo e voltar... Eu fiz os exames como pediram.

Viviane: Sei que quer ficar com ela, mas seu quarto é logo aqui do lado e outra, os remédios que ela tomou vão mantê-la adormecida até amanhã cedo.

Suspirei sabendo que ela falava a verdade, se tinha uma coisa que eu conhecia eram os efeitos dos remédios, os de Any podiam ser menos carregados que os meus, mas eu sabia que deixavam a pessoa sonolenta por horas. Afinal foi um desses que eles usaram pra me apagar na noite passada na intenção de me impedir de fugir daqui.

- Tudo bem, vamos! - respondi suspirando.

Entrei no quarto e depois de me trocar me deitei na cama, feliz ao vê-la apenas aplicando uma injeção na minha veia e não colocando o soro. Talvez com sorte eu recebesse alta antes de Any e assim pudesse cuidar dela.



Anahí

Acordei na manhã seguinte me sentindo um pouco enjoada. Uma enfermeira entrou no quarto dizendo:

- Seu café da manhã senhorita... Como se sente?

Any: Enjoada! - respondi.

- É por causa dos antibióticos, coma e vai se sentir melhor. - sorriu.

Assenti e encarei o relógio vendo que eram 08 horas da manhã, ainda era cedo pra visitas, mas tudo bem, a pessoa que eu mais queria ver estava em algum quarto aqui por perto. A enfermeira deu as costas e perguntei:

- Em que andar estou?

- No oitavo senhorita.

Any: Obrigada! - sorri levemente feliz por saber que era o mesmo andar que o Poncho, o quarto dele deveria ser próximo daqui.

Resolvi tomar o café o mais rápido possível e ir "fazer uma visita". O leite com chocolate estava sem muito gostoso, a gelatina não tinha açúcar algum e o pão com manteiga parecia mais pão puro. Comida típica de hospital. Acho que vou fazer uma doação de sal e açúcar pra cá, pensei terminando de comer.

Me levantei da cama e senti um puxão. Fiz uma careta e encarei o soro que tinha arrancado com tudo.

- Droga! - resmunguei e peguei um pedaço de gaze que estava na mesinha ao lado e cobri o corte que sangrava.

Procurei por roupas mais adequadas e encontrei uma saia e uma blusinha. As vesti e sai.
Identifiquei o corredor assim que sai do quarto. Era o mesmo corredor onde eu passava pra visitar Poncho. Fui direto pro quarto dele e me assustei quando vi duas enfermeiras e Carlos em cima dele dizendo:

- Calma filho, calma!

Poncho ofegava sem parar e Manuela o encarava com a mesma cara assustada que eu sabia que tinha.

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