Capítulo Vinte e Sete

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Christian

Pela primeira vez, realmente fiquei mudo, não tinha resposta para aquela pergunta. Já faz uns trinta minutos, que depois do questionamento infeliz, do pivete. Estamos em completo silêncio. Encaro minha xícara de café, e olho de relance para o relógio, que fica na parede esquerda. São 5:40 da manhã já. Anastásia, já deve estar acordando. 

Será que devo ficar aqui? Mas não era isso que eu queria? 

-- Eu vou me arrumar! - Pivete anuncia, tirando - me de meus questionamentos.

-- Se arrumar? - Falo entre um bocejo.

-- Tenho que ir para a faculdade. - Ele olha para o relógio. -- Na verdade, já estou atrasado. 

Levanto as sobrancelhas.

-- Atrasado? Mas, são apenas 5:40 AM. 

Ele ri, enquanto se encaminha para pia. Deixando sua caneca de café na mesma, ele se vira para mim.

-- Tenho um longo caminho até chegar na universidade! 

Ele suspira e sai do cômodo. Sigo - o.

Já subindo a pequena escada, volto a perguntar.

-- Você não deveria morar na universidade? Digo, nos dormitórios de lá? 

-- Não. Digo, não literalmente! - Ele responde, parando na porta do quarto da minha. O garoto, avalia ela de longe, e sorri. E dessa vez, eu não sinto nenhuma pontada no peito, consigo perceber o olhar fraternal. -- Eu vou me trocar, quem sabe, eu consiga chegar no começo da segunda aula, e não no final.

Concordo com a cabeça. Porém interiormente, fico me questionando. Por que ele sai quase três horas antes de começar as aulas?

Entretanto, meus pensamentos não vão muito adiante, são atrapalhados por um gemido de Anastásia. Entro correndo para o quarto. 

-- Hum... hum... eu não posso! - Ela diz no meio de seu sono. 

Não pode o quê? Com que será que ela está sonhando? 

-- Hum... hum... - Ela geme por fim e voltar a dormir normal. Cinco palavrinhas, e é capaz de me deixar ainda mais pilhado.

O que será que ela não pode? Ah, Anastásia, você e sua boca maldita até dormindo.

-- Tô indo! - O irmão de Ana, fala já do meu lado. De qual lugar ele surgiu? 

-- Por que você saí tão cedo? - Volto a perguntar.

-- Tenho que pegar um ônibus para chegar até o primeiro metrô, depois tenho que pegar outros três.

-- Vocês não tem carro? - Pergunto surpreso. 

-- Não. - Ele limita - se a dizer. Quero perguntar o motivo, mas me seguro. -- Eu realmente preciso ir, se eu perder esse horário de ônibus, o outro é apenas mais tarde. Sendo assim, perco quase todo o primeiro período de aula.

-- Quer que o Taylor te leve? - Ele se surpreende com a pergunta. A verdade, é que eu mesmo me surpreendi. 

-- De verdade não! Mas, eu realmente acho que você deveria ir embora. - Mais que merda é essa? 

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora