segundo

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2. bêbado
JUNG HOSEOK

Existem dois lugares onde você com certeza vai me encontrar: meu trabalho ou minha casa.

Mas eu não sabia o que havia dado em mim para ter deixado Sunny e ter vindo cobrir meu amigo.

Jeongguk trabalhava em um pub. Era estranho vê-lo como um barman que recebe cantadas de quase todos os fregueses quando estou acostumado a sempre vê-lo com seu namorado.

— Você não precisa fazer muito, pega os drinks mais fáceis. — me fala enquanto colocava uma dose de whisky no copo de um homem. 

Eu odiava bares, bebidas e lugares cheios de gente. Eu era bom em me comunicar com as pessoas, sempre fui muito simpático e carismático mas odiava frequentar lugares como aquele.

— Eu só tô aqui pra te fazer um favor. — relembro para que ele não achasse que estaria ali sempre.

— O dinheiro é bom, vai te ajudar a pagar o tratamento da Sunny.

Não esqueça, Hoseok. É tudo pela sua irmãzinha. Você precisa se certificar de que ela está vivendo bem e tendo o devido tratamento.

Suspiro, assentindo.

Um rapaz moreno senta no banco do bar, sorrindo minimamente para mim e colocando o copo na minha frente.

— Eu quero a bebida mais cara. — pede com a voz embolada.

Nego, pegando o copo. Odeio bêbados.

— Yah! Você não vai me dar a bebida mais cara dessa espelunca? Eu posso pagar tudo isso. — o rapaz segurou a gola da minha camisa social.

Respiro fundo por mais que minha vontade fosse colocar aquele pigmeu pra fora à pontapés.

— Eu estou pagando!

— Já entendi. — reviro os olhos  — Eu só estava indo pegar a maldita bebida.

— Não fala assim comigo! — os olhos do rapaz se enchem de lágrimas.

Eu me sinto entrar em pânico, olho para os lados à procura de Jeongguk. Nada. Volto a olhar o cliente.

— Você não sabe o que eu passei pra falar assim comigo. — ele enxuga as bochechas molhadas com as costas da mão.

Meu Deus, eu quero estar morto. É só ignorar e voltar ao trabalho, Hoseok. Sua mãe sempre dizia que não deveria dar corda a conversa de bêbado.

— Você é garçom, certo?

— Barman.

— Oh. Então você pode me ajudar. Pode me dizer se tem alguma coisa errada comigo? — pergunta se colocando de pé meio cambaleante e se afastando para que eu pudesse ter a visão do seu corpo inteiro.

Eu ainda não entendi o que tinha a ver aquilo comigo ser garçom.

Olho o rapaz, avaliando. Nego com a cabeça.

— Tem certeza?

Olho com mais cuidado. Ele dá uma giradinha. Sinto vontade de rir do estranho, mas não podia negar que ele era muito bonito.

Seus cabelos eram escuros, iluminando seu rosto suave. Ele era pequeno, magro e tinha a boca cheia como um botão cor de rosa.

Ah, claro, ele tinha uma bunda linda.

— Nada de errado.

— Quando você olha pra mim vem na sua cabeça peitos cheios de silicone?

INEFFABLE | yoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora