trigésimo segundo

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32. esperar o momento
MIN YOONGI

Quando cheguei em casa Jimin ainda estava dormindo, o que me deixou triste porque eu nunca acordava tão cedo e agora não havia nada pra fazer. Suspirei, me jogando no sofá e assistindo algum desenho animado.

Passaram alguns bons minutos quando Jimin apareceu na sala com seus pijamas de nuvens e me encarou surpreso.

— Você acordou cedo. — murmurou, indo para a cozinha.

— Eu não dormi em casa. — expliquei, trocando de canal assim que o desenho terminou. Jimin apareceu na sala, sentando do outro sofá com uma tigela cheia de cereal.

— Eu sabia que tinha algo estranho quando bati na sua porta ontem. — diz pensativo, enchendo a boca com uma colher de cereal.

— Por que você bateu no quarto?
— Camisinha. — respondeu, dando de ombros — As minhas tinham acabado, mas felizmente o cara tinha.

— Ele ainda tá aqui? — pergunto, encarando o corredor com medo de algum cara desconhecido aparecesse mas Jimin nega.

— Ele foi ontem a noite.

— Você não vai terminar com isso? Com quantos caras você vai precisar dormir pra sossegar?

— Quantos forem preciso. — responde secamente, sem me encarar — E eu não estou cogitando a ideia de sossegar.

Reviro os olhos.
— Você deveria parar de agir como se eu não fosse seu melhor amigo e te conhecesse com a palma da minha mão. — retruco com indiferença, esperando por alguma resposta sincera de Jimin.

— Eu sei o que quero. — murmura, finalmente me encarando mas tudo que eu vejo em seus olhos o contrário do que fala.

— Jimin, ele era um completo idiota e você não deveria estar fazendo exatamente o que ele dizia que você deveria fazer. — falo com cautela, sabendo que aquele assunto era sensível.

— Não vamos falar dele. — implorou, vindo sentar ao meu lado, me abraçando apertado. Suspiro, alisando seu cabelo para tentar tranquilizá-lo.

— Um dia você vai precisar enfrentar esse trauma e quanto mais rápido melhor. — sussurro — Quantos desses caras que já passaram por aqui poderiam te fazer feliz e você não deu uma chance?

— Ninguém pode me fazer feliz, Yoonie. — sussurrou no mesmo tom, un pouco abafado pela voz embargada.

— Claro que pode, Jiminie — contesto, apertando seu corpo contra o meu para passar alguma segurança ou algo tipo.

Nega, mexendo a cabeça para os lados e a escondendo entre meu pescoço.

— Eu sou defeituoso e não sei como amar alguém.

Aperto meus punhos, me sentindo um péssimo amigo por não conseguir tirar aquela maldita ideia da sua cabeça e ao mesmo tempo raiva por aquele desgraçado por ter quebrado meu melhor amigo.

— Você aprende. — revido, segurando seu ombro e o afastando para conseguir olhar em seus olhos.

— Podemos mudar de assunto? — pediu, me suplicando com seus olhos. Respiro fundo, hesitando antes de assentir e vê-lo relaxar.

Por mim nós continuariamos a conversar sobre aquilo até que Jimin estivesse certo de que nada era sua culpa, até ele se permitir gostar de alguém de verdade, mas eu não queria forçá-lo então só me restava atender suas súplicas e aquele assunto sempre era deixado para depois.

Eu me sentia um péssimo amigo por isso, mas não sabia como resolver aquela situação. Uma parte de mim dizia que não era minha responsabilidade, mas se Jimin não tomava iniciativa alguém precisava incentivá-lo e como seu melhor amigo, eu me sentia no dever.

INEFFABLE | yoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora