- Qual é seu "poblema"? Não tem porta na minha casa? Quem que vai se matar, moço? Sou burro, mas nem tanto. - Fico chateado. - É que tem teias de aranha nessa lâmpada e eu não alcanço.
Ele me dá uma olhada, me empurra pela cintura para sair da frente e busca uma vassoura, passa perto da lâmpada e me olha com deboche.
Não entendo o que aconteceu, porque nessa vez o toque dele me fez sentir algo estranho.
- Difícil, não é? Fica longe da janela moleque, já dá trabalho demais ficar de babá de um cara que nem você.
- Cara que nem eu? - Cruzo os braços, chateado e ele ri.
- Sim, um cara bonito que chama demais a atenção. Ganho um café?
Acabo sorrindo para ele e concordo.
- Depois você vai embora? Tenho que lavar a louça e passar um paninho no chão, gosto de tudo bem cheiroso, sabe.
- Então vou tomar um banho e já volto.
Não gosto tanto dele, só mesmo como amigo e não acho o Francisco tão bonito assim, mas ele me trata bem e seu tamanhão me agrada, bem como sua simplicidade.
- Vou caprichar no café. Vai logo, senão vai ter que me ajudar a limpar.
- Então vou demorar. - Ele ri e sai, não batendo a porta desta vez.
Mal sabe ele que preparei uma torta integral de banana, castanha e chocolate que só eu sei fazer.
Sei lá, parece que fisguei alguém sem querer. Ou estou errado? Desacreditei no amor quando ironicamente sonhava com um príncipe encantado e parece que a "fada madrinha" me pregou uma peça me dando aquilo que é melhor para mim.
Chico volta depois de meia hora, está até barbeado e perfumado, descubro que gosto daquele cheiro de perfume.
Ele senta e fica me olhando, come a torta e elogia muito.
- Carlinho, tem quanto de altura?
- Por quê? Não sei. E você? - Cara esquisito, eu penso enquanto corto mais torta de banana e coloco em seu prato.
- Dois metros.
Levo um susto. Eu sabia! Imaginei que passava longe de 1,90, sendo mais alto que o Braz, que foi o cara mais alto com quem saí, ah e o Valente também.
- Nossa. Agora você fez eu me sentir ainda menor. - Rimos disso e ainda assustado o vejo se levantar e vir na minha direção. Prendo a respiração, quando ele me pega pela cintura e puxa contra o paredão que é seu corpo. Não estava preparado para sua boca, seu beijo, aquele aperto, o calor dele.
A boca dele é macia e beija com carinho. Fico meio perdido por ser pequeno em seus braços e mãos grandes que me apertam muito possessivas. O beijo dele muda um pouco, fica ainda mais gostoso, sinto o gostinho de banana e do cacau, sua língua grossa entra na minha boca e meus dentes mordem seus lábios, fazendo ele suspirar. Fico ainda mais molinho quando ele me cola bem coladinho nele, o momento é mágico e romântico, mas Chico não esconde de mim que está todo tarado.
Acho que quer me respeitar, pois nem a minha bunda ele aperta, sendo tão comportado, fico assim emocionado e não querendo soltar esse gigante.
Choro de alegria. Quanto tempo esperando por um beijo de alguém dado assim com esse carinho, alguém que se apaixonou por mim e cansou de demonstrar, tendo que me beijar para eu finamente notar.
Quando terminamos, ele me abraça e beija minha testa, depois me aberta e suspira.
- Ah garoto, me perdoa se eu não era o que você esperava, mas estou querendo fazer isso desde a primeira vez que te vi.
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Bombonzinho e o Policial
RomanceFinalizado! Aviso: Esse romance contém altas doses de doçura. Carlinho um doce rapaz e Francisco o PM, vivem um Conto de Fadas na simples vida cotidiana. A história do Bombonzinho e o Policial contém informações (SPOILERS) sobre Ativo e Passivo, no...