Por Carlinho...
Tem dia que achamos que não temos mais nada para contar, porque da rotina, as pessoas já estão cheias. E que tudo na rotina parece repetitivo e não tem mais graça ficar sabendo. Mas a gente segue caminhando junto com a pessoa que ama.
Com o Chico, eu construí um lar, algo que me parecia inalcançável depois das coisas que já fiz e passei. Logo, ter uma rotina é uma coisa linda e maravilhosa pra mim.
Eu acordo cedinho, mesmo com aquela preguicinha que dá e daí o meu grandão me beija, aperta todinho e diz:
— Levanta garoto que o Chicão não pode perder a hora.
— Ai Chico é que é tão gostoso ficar agarradinho de manhã quando é mais frio.
— Por isso mesmo, se você se esfrega muito eu esqueço que tenho um dia cheio e me dá vontade de... ah meu brigadeirinho, que vontade que dá...
Ele dá risada e quando eu levanto, me dá um peteleco na bunda ao passar atrás de mim. A gente é família agora, então a safadeza é só no nosso quarto e quando a Lu tá dormindo, pra não dar "poblema".
Quando estou fazendo o cafezinho, percebo que a nossa filha levantou e trouxe a Pernoca.
— Amorzinho, já acordou? O paizinho fez pão de banana.
— Obaaa, paizinho eu adoro banana.
— Eu também, tudo que leva banana na receita fica bom. Quer nescau ou café com leitinho?
— Hummm. — Luiza fica pensando e o Chico chega fardado na cozinha pra dar um beijo em nós antes de ir pro trabalho. No nosso bairro todo mundo sabe que ele é da PM e mesmo que o nosso mundinho não seja perfeito, isso sempre foi muito tranquilo para nós. — Quero cafezinho com leite igual o paizão gosta e quero pão de banana com presunto no meio.
— Eca, doce e salgado. — Chico fala.
— Nada, Francisco, fica uma delícia essa mistura.
— Moleque, vai me fazer perder a hora. — Chico me olha todo apaixonado que fica engraçado. Pior que eu fico assim quando aquele "homenzão" aparece de farda da PM. Fico molinho das pernas e só posso agarrar ele quando for bem tarde e a Lu já estiver dormindo.
— Vai lá, meu policial grandão. Te amo e se cuida.
— Meu pequeno, eu te amo muito. — Ele me diz e a Luiza fica olhando e rindo. Acabamos amassando aquelas bochechas dela, enchendo-a de carinho. — O paizão ama essa menina.
— Eu também, paizão.
A manhã passa meio devagar porque dá uma saudadezinha dele e também só de saber como os policiais se arriscam, deixa meu coração apertado. A Luiza termina seu café e eu troco nossa roupa, olho seus cadernos e antes de liberar ela para as brincadeiras, fazemos os deveres da escola. Depois me adianto com minhas tarefas domésticas, as quais escolhi cuidar. E tenho salão ainda pela manhã.
Hoje nem ligo para as críticas devido a essa opção que fiz de cuidar da casa e trabalhar com doces e salgados por encomenda. Tenho amigas que dizem que eu estou me rebaixando, por que nem mulher aceita isso, de ficar em casa. Aí eu dou aquela resposta que o Chico me disse um dia:
— Ai Ione, a escolha é minha e eu tenho sorte de poder fazer isso, sabia? Depois eu ganho um bom dinheirinho com minhas encomendas, pago meu "INPS" autônomo e o Chico me dá toda liberdade de cuidar do dinheiro da casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bombonzinho e o Policial
DragosteFinalizado! Aviso: Esse romance contém altas doses de doçura. Carlinho um doce rapaz e Francisco o PM, vivem um Conto de Fadas na simples vida cotidiana. A história do Bombonzinho e o Policial contém informações (SPOILERS) sobre Ativo e Passivo, no...