Torta de Prestígio e a alegria - Parte 01

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@MrLima, kkk, "fiz" uma Torta de Prestígio, viu só?

Obrigado a todos por tanto carinho, sintam o meu abraço, upaaa, sentiram? Abraço é tudo de bom!!!!. 

Independente de ler o não ler meus contos, acreditem: Você é único, diferente e especial...  ( se não ler meus contos não saberá que escrevi essa frase, que burro dá zero pro Jota, kkkk)

Por Carlinho...

Estou muiiito ansioso pela ligação da assistente social, que vai trazer a Luíza para a fase de adaptação e assim talvez fique definitivamente. Estamos eufóricos e Chico quer aproveitar pra pegar o restante das férias e acompanhar a chegada da nossa menina. Por isso, eu quero fazer tudinho correndo para dar conta de uma encomenda que me apareceu.

— Francisco, eu posso ficar com o carro hoje? Porque tenho que ir no atacado comprar meus ingredientes. Se ficar esperando, eles demoram muito pra entregar...

— Não!

Ai, o que será que deu no Chico que foi tão grosso? Eu desde pequeninho choro fácil, mas seguro o choro e ele me olha rindo:

— Não... tem problema...

— Seu bobo, eu pensei que tava brabo comigo.

— Amor, foi uma brincadeirinha boba. Claro, pode ficar com o carro. O que esse molequinho me pede chorando que não faço sorrindo.

— De castigo, você vai de bicicleta para o seu trabalho, soldado malvado.

Ele fica dando risada e chega bem pertinho me abraçando por trás enquanto lavo a louça. Então cheira meu pescoço, beija e dá umas chupadinhas de leve, fazendo eu me arrepiar todinho.

— Vai pôr seu soldado apaixonado de castigo? — Francisco me pergunta. Ai, como que a gente pode castigar um homem desse. — Hum?

Chico tem uma voz grossa e quando fala pertinho do ouvido é uma covardia. Então ele apela de vez pra "maldade" comigo.

— Que pescocinho cheiroso, gosta de beijinho assim? E aqui na pontinha da orelha? Posso dar uma mordida?

Meu homem esfrega a barba e faz cocegas, me arrepia todo. Fica falando baixo no meu ouvido enquanto me segura por trás pela cintura e fica "castigando" essa parte sensível do meu corpo. Tá, eu sou inteirinho sensível. Mas também, com um homão desse, não é fácil.

Depois de me "cheirar" bastante e me deixar maluquinho, a gente dá aquele amasso gostoso, encostados na pia da cozinha. Chico me aperta tanto que me deixa quente, mas infelizmente não tempo de fazer amorzinho com ele, porque tá no horário do almoço e tenho que deixar ele no batalhão antes de ir no mercado.

Depois de um selinho rapidinho, deixo o Chico na esquina do batalhão e vou até o Atacado mais próximo e fico surpreso com o mundo pequeno que é o nosso. Enquanto encho meu carrinho com leite condensado, creme de leite, açúcar de confeitar, trigo, barras de chocolate que uso nas receitas e uma porção de ingredientes que saem mais barato nesse lugar, sinto um tapa forte na minha bunda.

— Oi criatura! — Muita gente não gosta, mas adoro o Eliseu e pelo menos comigo sempre foi legal, sempre me deu apoio e até me ensinou ser meio malcriado. — Ai, nego... você tá... hein... arraso!

Ele me faz dar uma voltinha pra ele e damos muita risada.

— E o bofe? Meu senhor, que homem é aquele, Carlinho? Que doce de criatura.

— Ai Eliseu, o Chico é minha vida e logo vamos ser pais, como eu tinha te contado. Sabe que me dá um frio na barriga.

— Acho que é normal. Para os dois lados, tanto vocês quanto para a baixinha. Mas não sofre por antecipação. Lembra que o homem do teu lado, está do teu lado de verdade e vocês vão tirar de letra. Sabe por quê?

— Por quê?

— Porque vocês se respeitam, aí o ambiente que vão educar a menina, será um ambiente saudável, é disso que ela precisa. E você já tem isso. Ei não chora, bicha chorona.

Eu sei que Eliseu está brincando e mostro a língua pra ele.

— E você é uma bichinha chata e ruim. — Retruco e rimos mais um monte, enquanto termino minhas compras.

— Sou ruim mesmo, sabe por quê? Se me desaforar, arrasto a cara dos "recalque" no asfalto. Poxa, eu sou professor e aguento adolescente o dia todo, já saio estressado da escola... coitado de quem se atrever a me falar besteira. Tá vendo aquele gerente?

Eu olho na direção de um cara de roupa social.

— Quase dei na cara dele dia desses, só fica me encarando. Hoje mesmo, ficou me olhando e depois deu uma risadinha.

— Ai, Eliseu ele deve ser do babado, hoje tá na moda fazer esse lance discreto. Ele é bonito...

— Não acredito nisso e se me tirar pra bobo, furo os olhos dele.

Eliseu é do tipo que fala muito e por isso eu dou muita risada.

— E porque você vem aqui?

— Por que...? Depois desse mercado, grande só tem o do marido do Túlio e eu odeio aquele cretino do Braz. Affs, Carlinho como que conseguia sair com aquela coisa?

— Ai Eliseu, tá com isso ainda? Esquece migo... Ainda deve ter um príncipe encantado guardadinho só pra você.

— Só tem me aparecido sapo... como aquele babaca, daquele gerente. Desgraçado inrustido...

—Que tanto ódio, ahahaha...

Nossa! Conversei tanto com o Eliseu que me atrasei todo e quando termino de arrumar minhas coisas nos armários de casa, faço um jantarzinho bem básico, porque o Francisco ama comida caseira até na janta.

Mais tarde, o meu soldado chega de carona e faz a mesma coisa de sempre, me abraça bem apertado e beija minha testa com tanto carinho que me faz suspirar.

— Que cheiro é esse? Coisa boa... — Chico destampa minhas panelas e eu enxoto ele da cozinha.

— Pode indo lavar essa mão. Fiz carne moída com batatinha, arroz, um pouquinho de rúcula e esse molho de tomatinho. Nada de mais.

— Danadinho. Cada dia me amarra mais apertado nesse casamento... — Chico fala alto lá do banheiro e antes de sentar na mesa me olha sorrindo. — Menino mais lindo!

Ai, eu odeio quando começo chorar... mas com o Francisco e todo esse carinho dele comigo, não me seguro.

— Ai, Francisco eu odeio chorar o tempo todo.

— É de alegria? — Ele me pergunta enquanto eu fungo e tomo um copinho de água. Eu concordo. — Então não odeie isso... Olha aqui.

Ele fala meio mandando às vezes e presto a atenção nos olhos dele que também têm lágrimas. Aí dou uma risadinha.

— Ai, seu chorão... — Eu brinco e sento no colo dele. Choro mais ainda quando ele me aperta e beija o topo da minha cabeça.

— Olha só quem fala... — Ele diz. — Vamo lavar a cara e jantar. Meu estômago grudou nas costas de tanta fome, moleque. E larga mão dessa choradeira...

Essas broncas do Chico só me fazem sorrir.

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Bombonzinho e o PolicialOnde histórias criam vida. Descubra agora