Bala de banana e a paixão - Parte 01

4.6K 498 102
                                    

Por Francisco...

Vivo entre bolos e bandidos.

Aí vem o sociólogo dar palestra no batalhão, que o meliante é uma vítima da sociedade. Nem sempre. Eu ando na rua, arrisco meu couro e sei muito bem o que é uma vítima da sociedade. Como ele me explica o crime dos colarinhos brancos? Tipo a mãe adotiva do Carlinho.

Posso dizer que meu Carlinho é uma vítima de algo péssimo que lhe ocorreu no passado, mas nem por isso ele aceitou que sua vida estava desgraçada e que não valia a pena lutar e fazer algo de bom. Tampouco ele se entregou, achando que não tinha nada a perder. Esse é um assunto que estamos resolvendo, sim, nós dois. Mas não pretendo focar outra vez na saúde dele e sim em coisas que nós como casal fazemos às vezes.

Ainda saímos para uma diversãozinha e Carlinho adora dançar. Tanto eu quanto ele, somos caras resolvidos na questão da sexualidade e não há necessidade de também focarmos nos assuntos de como nos justificamos perante a sociedade tão "travada" nesse aspecto.

De comum acordo, vamos à uma casa noturna GLS, porque é onde a maioria de nós LGBTs, nos sentimos mais à vontade.

Eu já fui segurança há muitos anos atrás, nessas boates e o som que rolava era Gala, Depeche Mode, Cher, mais um monte, hoje é Gaga, Rihanna, Beyonce, confesso que sou péssimo pra saber quem é quem dessas cantoras, isso é com o meu pequeno.

Sobre meu gosto musical, bom eu marquei quarenta "pontos" na carteira da vida então sou um cara eclético e no meu caso em particular curto muito as músicas que meu pequeno ouve e canta em inglês, mesmo que seja tudo errado.

Aqui serei chamado de tarado, mas analisem comigo: moreninho jambo bem escurinho, pele lisa e brilhante onde ele espalha lentamente um hidratante dum frasco rosa, 1,60 de altura, cabelo bem cortadinho e liso que deve ter herdado do pai dele, pescoço, braços, pernas e cintura bem finas, um traseiro que não tem explicação, redondo, carnudo e arrebitado, uau, tô de pau duro.

Nuzinho e "inocentemente" ele passa o creme na bunda e me encara pelo espelho sorrindo. Seus dentes tem aquela brancura favorecida por sua genética, sorriso pequeno e a boca muito carnuda, um crime é não encher de beijos e mordidas. Os olhos castanhos escuros são lindos. Não consigo pensar em verdes ou azuis que sejam mais atraentes. Os dele são levemente puxados completando a obra prima feita por um deus apaixonado.

Sou um cara apaixonado e isso é bem fácil de perceber.

— Ai Francisco, eu demoro tanto né?

— Não tô com pressa... — Minha safadeza fica explícita na voz. Sem querer ajeito meu pau pro lado, pois cresceu numa posição desconfortável. Meu maridinho que não é de fugir da raia arregala os olhos e põe a mão na boca.

— Nossa! Ai seu safado, porque tá assim? Eu nem fiz nada.

— Você provoca. Diz que não... Vem aqui... quer mesmo sair?

Acaricio meu volume grande que fica bem marcado no jeans, isso faz ele rir de mim muito sapeca.

— Não, não... Vamos sair pra dançar, fazem dois meses que a gente não sai. Depois com criança em casa vai ficar difícil...

Carlinho tem razão: estamos "grávidos" e logo nossa miudinha, se Deus quiser, vai estar conosco e tudo vai mudar.

— Então não fica provocando, moleque. — Falo com jeito de brabo e ele morde o canto da boca.

— Eu nem provoquei. Só tava passando um creminho. Vê se eu tô bem cheirosinho.

Peladinho, ele chega bem perto e deixa eu cheirar seu ombro. Se ele é safado e me provoca, porque não tenho esse direito? Cheiro o ombro, vou cafungando na direção do pescoço e esfrego meu nariz na nuca dele. Carlinho se arrepia inteirinho. Pelo espelho eu vejo ele semicerrar os olhos e se entregar aos meus beijos na nuca e em seus ombros. Como eu disse, estou sem pressa, meu pequeno é algo tão delicioso que não merece ser consumido com pressa.

Quando percebo que o pinto dele fica ereto, paro de beijar e esfregar minha barba no pescoço sensível e de sacanagem falo autoritário:

— Anda, termina de se arrumar que já tô pronto.

Ele saca que me "vinguei" um pouquinho e me olha rindo.

— Aiaiai que feio, Francisco. Isso não foi legal.

Rio enquanto ele se veste. Olho divertido Carlinho ajeitar seu pau durinho pra cima dentro da cueca.

— Safadinho, viu como é bom provocar o marido. — Provoco e ele me mostra a língua pelo espelho.

Ah, uma balada. Quando chegamos naquele ambiente encontramos alguns conhecidos, mas não pretendo dividir ele com ninguém, quero que dance só pra mim. Não sei o nome de noventa por cento dos cantores da moda, mas curto muito o som da música e deixo ele me provocar.

Quando olho esse pretinho dançando sensualmente, imagino quantos olhares cobiçosos devem ser lançados sobre ele. Fico ainda mais orgulhoso pela certeza de ser eu, o seu homem.

A nossa volta, dançando e curtindo estão todos aqueles que recebem olhares tortos em certos lugares, mas aqui podemos "garrar" e beijar na boca, sermos cheios de orgulho, as pessoas que somos.

Com toda minha altura, dançar sempre foi algo que me assustou, sou muito duro e isso diverte o Carlinho que não para de rir pra mim ou de mim. Safadinho. Mas então ele chega bem pertinho e me abraça, dança comigo e sem resistir, nós nos beijamos gostoso.

Assim voa a noite, eu bebo umas duas ou três Ice, porque o Carlinho vai levar o carro no final da noite.

Quando olho no celular já são quase quatro horas e Carlinho diz que está com fome e cansado, então decidimos ir embora, pois a noite valeu a pena.

Não estou bêbado, mas por uma questão de consciência, afinal temos que dar o exemplo, deixo ele dirigir.

— Tá com fome de que? — Pergunto.

— De besteira. Ai Chico, a gente pode comer uma porção de coraçãozinho, batata frita e calabresa.

— Vou pedir meia, porque você come muito pouco.

— Eu vou comer bastante, tô com muita fome.

Procuramos pela cidade uma lanchonete, bar ou qualquer coisa que sirva a tal da porção que ele quer comer e achamos a franquia de uma lancheria aberta. Sempre tem algo aberto, pois é sagrado, sair da balada e querer lanchar.

Enquanto o coraçãozinho assa na chapa, fazendo o cheiro bom espalhar pelo ambiente, Carlinho vai ao banheiro e um colega, não da PM, ergue o braço pra me cumprimentar. Já fomos mais amigos, mas a profissão e nossos caminhos deixaram de se cruzar há algum tempo. Ele levanta da mesa onde está acompanhado por uma mulher e outro casal e vem apertar minha mão.

— Chicão heim. — Ele me saúda.

— Rafael, meu caro. Quanto tempo.

— É... bastante, mas tu não muda...

Percebi que ele ia falar algo, mas quando viu Carlinho voltando pra mesa, disfarçou e saiu sem que eu os apresentasse.

Chegam nossas porções, hummm. Meia de coraçãozinho de frango, meia porção de batata frita no capricho e no lugar da calabresa, que não tinha, pedimos meia de alcatra. Eu como bem, sem frescura porque gosto de comer, mas o meu pequeno é um passarinho.

— Nossa, Francisco, tô cheio.

— Bebê, você nem comeu. Eu reparei que comeu seis corações e três pedacinhos de carne.

Ele ri e diz que tava só brincando, volta a comer com apetite. Lógico que sobra, mas saímos satisfeitos. Cheios de orgulho, andamos de mãos dadas passando pela mesa onde Rafael e aquele pessoal se espicha para nos olhar.

Quando entramos em casa eu brinco com ele.

— Quero sobremesa.

— Tem isso ó... — Sensualmente, Carlinho tira a camisa e aperta os mamilos, depois desce as mãos pela cintura e pergunta: — Gostosa, essa sobremesa? Olha.

O safado desce o jeans, tira o sapato e a meia, só de cueca vem rebolando até onde eu estou excitado e dolorido.

Bombonzinho e o PolicialOnde histórias criam vida. Descubra agora