— Nossa que durão que você ficou... — Brinco com o Chico que dá uma risadinha. Mas só pede para masturbar ele até gozar. Estamos bem cansados e como teve aquela tensão de manhã, temos uma conversa pela frente.
Ali no colinho dele depois da janta, depois de eu contar as coisas da minha mãe, ele me abraça e fala daquele jeito que parece estar brigando comigo:
— Ei, nem pensa que vou ficar olhando a mulher te ofender e ficar calado. Ouviu? Não interessa que é tua mãe, se falar alguma coisa que te desmereça vai levar desaforo.
— Ai calma Chico.
— Tô calmo, só que não quero que ela seja injusta com você. Na minha opinião já foi, porque criou quatro filhos e deu você, depois teve mais três. Porra, você é filho também.
Fico calado e com medo de acontecer algo ruim aqui em casa. Vou esperar pra ver.
Passando uns dias a vó confirma que vem ela, minha mãe e a única irmã que tenho a Cris.
Eu fico dividido entre nervoso e empolgado que chega me faltar inspiração. Quero fazer um doce bem delicioso para ela ver o que faço para ganhar a vida hoje e isso, eu tenho certeza que vai ser um motivo de orgulho pra ela.
Resolvo fazer uma torta de maçã com creme belga, o Chico se desmancha quando faço, lambe os dedos e se deixar até o prato. A Cristiane não come carne, então fiz e congelei uma lasanha de brócolis e molho branco, vou fazer bolinhos de arroz, feijão caprichado, farofa torrada, banana à milanesa, couve frita e umas bistequinhas de porco. Queria fazer muito mais coisas, mas elas vão chegar sexta a noite e sábado a tarde já vão embora.
— Olha lá... Carlinho! Não vou ficar quieto se te ofenderem.
O Chico está preocupado que vão me falar coisas que podem me entristecer. Espero que isso não aconteça, pois quero abraçar bem apertado minha mãe e se um dia ela me pedir perdão por algo, vou dizer que nunca houve o que ser perdoado e nada do que me aconteceu foi sua culpa. Se ela tocar no assunto.
Fico tão ansioso por recebê-las que já começo me emocionar quando me ligam da cidade vizinha, avisando que estão quase chegando. O Francisco vem lá pelas sete horas da noite, mas tenho certeza que até lá vai estar tudo bem tranquilo e terei conversado com minha mãe.
Quando chegam, sinto meu coração bater muito forte dentro do peito e chego a ficar tonto. É muita emoção ter minha mãezinha na minha casa.
— O meu filho. — Ela me aperta em seus braços. Assim como sou, minha mãe é escurinha e muito magricela, mesmo com todos os filhos que teve. Sua aparência é judiada, cabelo crespo alisado, muitas linhas no rosto e uma expressão cansada e sofrida me fazem chorar de dó dela.
— Ah minha mãezinha. Queria tanto te abraçar.
— Ai Carlos, meu filho que dor no meu coração. Fiz tudo errado contigo. O Cássio veio me visitar e me contou tudo, tudo...Me perdoa... Por favor. — Minha mãe seca meu rosto com as mãos ásperas e magras. — Errei tanto contigo, Carlos. Perdoa tua mãe. Tudo que fizeram contigo desde criancinha, te maltrataram tanto e quando foi atrás de mim, não te deixei ficar lá em casa por causa do Luciano. Me perdoa.
Ela me abraça e chora, minha vozinha tá chorando e minha irmã a quem nem abracei ainda. Meu celular toca, é o Chico que está preocupado comigo.
— Amor tá tudo bem... Não, ninguém brigou comigo, só tô chorando de feliz...Te amo também. — Desligo o telefone e seco o rosto da minha mãezinha e a gente começa a rir. — Nunca odiei a senhora, não fica assim. Se quer ouvir, eu digo que perdoo, mas não tem mais nada pra falar daquilo.
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Bombonzinho e o Policial
RomanceFinalizado! Aviso: Esse romance contém altas doses de doçura. Carlinho um doce rapaz e Francisco o PM, vivem um Conto de Fadas na simples vida cotidiana. A história do Bombonzinho e o Policial contém informações (SPOILERS) sobre Ativo e Passivo, no...