Não era um final de tarde muito quente. Lilian se balançava em um balanço num parquinho aos pedaços. O único parque daquela cidade.
As nuvens estavam todas laranjas e rosas, como se tivessem se aprontado para uma festa.
Lilian não conseguia parar de pensar em Eric, e os problemas que parecia ter com sua mãe.”O que será que aconteceu?” se perguntava de hora, em hora, sem obter qualquer resposta.
Ao seu lado um pequeno garoto loiro chamado Luíz também se balançava. Um tipo de criança com aparência angelical, que encantava a todos sem fazer muito esforço.
Lilian estava perdida em seus pensamentos, mas de repente parou:
- O que você faz quando briga com sua mãe?
O pequeno garoto olhou-a com estranheza. Não haviam muitas pessoas que procuravam respostas com uma criança.
- Fico de castigo… - respondeu contragosto.
Lilian estalou a língua:
- Acho que é mais complicado que isso…
Aquilo estava longínquo dá resposta que a jovem procurava. Definitivamente não era essa.
Lilian continuou a se balançar sem se preocupar com os rangidos que o ato produzia. “Será que algo aconteceu com ela?” se perguntou novamente.
- Ei! tia! - chamou-lhe Luíz interrompendo sua linha de pensamentos.
- O quê? - perguntou ainda distraída.
- Você não é velha demais para ficar no balanço?
Lilian não ficou irritada, muito pelo contrário, achou a pergunta hilariante. Uma pergunta como esta tinha uma resposta óbvia.
- Claro que não! - respondeu rindo. - Só serei velha demais quando morrer!
Luíz olhou para Lilian como se esta fosse uma criança grande, o que de fato era.
- Meus amigos dizem que você é muito intrometida - comentou ocioso.
- Não me subestime! - replicou com desgosto. - Não sou uma intrometida qualquer... - Luíz olhou-a com certa curiosidade. - Sou a maior intrometida da cidade!
Lilian se orgulhava de si mesma, parecia até estar balançando mais alto.
- Isso não é motivo pra se orgulhar, tia! - Luíz a repreendeu. - Minha mãe diz que é muito feio ser xereta.
A jovem apenas deu risada e continuou balançando, perdida em pensamentos.
Mas as perguntas do garotinho não haviam acabado:
- Por que se intromete na vida das pessoas?
A pergunta daquela criança penetrou fundo na alma de Lilian.
“Por que me intrometo na vida das pessoas?”
Não havia um motivo para isso. Não havia sentido para isso. Então por que ela não podia evitar se intrometer?
Que pergunta inconveniente aquela criança boba havia feito.
- Porque as pessoas me imploram! - respondeu por fim, como se fosse óbvio.
A criança encarou-a veementemente, um fiapinho de irritação escapava de seus olhos azuis.
- Mentirosa… - murmurou Luíz.
***
Mais um capítulo saindo do forno pra vocês!
Obrigado a todos que estão acompanhando T.T, saber que vocês tem gostado dessa história me deixa super feliz <3
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Amo vocês <3
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O oposto do inverso
Roman d'amour"Tomo sua dor como minha e seus problemas como meus, isso se chama amor." Como qualquer pessoa de uma cidade pequena, Lilian vive em uma rotina simples e monótona. Mas sua vida dá uma reviravolta quando se vê envolvida com Eric, um garoto que acaba...