A mãe das flores

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Lilian andava de volta para casa pela estradinha íngreme que era o seu caminho, belíssimas flores cheias de vida dançavam com o vento, havia chovido muito no dia anterior e isso fez bem a elas. Entre tantas flores maravilhosas havia aquela que era a mãe, a exímia rosa vermelha, ela descansava na sombra de um pequeno broto, foi esta flor que fez Lilian se parar no meio do caminho e admirar-la. A planta se abria e sugava os filetes de sol que entravam por entre as folhas, pequenas gotículas de água desciam por suas pétalas, que belíssima era aquela cena.

- Como farei Eric gostar de mim? - perguntou àquele plantinha como se esta fosse lhe responder.

Lilian ouviu passos se aproximando, Eric subia a rua devagar e sem pressa como se a flor tivesse concedido o seu desejo. A garota ora olhava para a rosa, ora olhava para Eric, então sorriu para a delicada rosa:

- Obrigado e desculpe! - Lilian cortou seu caule com as mãos, andou até Eric e lhe entregou-a.

- O que é isso? - perguntou.

- Uma flor! - respondeu inocentemente.

Eric soltou um daqueles longos suspiros que fazia-na se sentir burra.

- Disso eu sei - replicou -, eu quis dizer por que está me dando essa flor?

- Porque é o que as pessoas fazem quando gostam de alguém! - respondeu como isso fosse algo óbvio.

- Está errado - Lilian o olhou com surpresa -, isso é o que os homens fazem quando gostam de uma mulher.

A jovem pensou laconicamente sobre aquilo e percebeu que ele estava certo, não conseguiu evitar imaginar-se de terno e Eric de vestido, o que fez escapar de seus lábios um riso frouxo.

Quando se viu novamente em realidade percebeu que Eric recusou a flor e continuou seguindo o seu caminho deixando-a para trás. Lilian apressou o passo para alcançar-lo até que andava lado a lado com ele, mesmo que contra a sua vontade.

Um vulto pulava de galho em galho enquanto os dois andavam, era aquele gato preto que Eric brincava quando os dois se conheceram, olhava-os com os seus grandes olhos azuis que mais pareciam duas bolas de gude.

- Olha o gato que você brincou! - exclamou tentando chamar sua atenção, Eric apenas a ignorou. - Você gosta de gatos?

- Não - respondeu, mas não convenceu Lilian.

A jovem o fitou novamente em silêncio, não sabia o porquê mas sabia que precisava lhe perguntar algo, a sequência de palavras que ficava presa na garganta.

- Eric - chamou-o suavemente -, onde está sua mãe?

Lilian sentiu novamente aquela mudança de clima, aquele ódio e dor que vinham quando ela tocava em assuntos proibidos.

- Não pergunte essas merdas - replicou com a voz carregada de um desdém enjoativo.

Ela se encolheu com dor:

- Onde está sua mãe? - indagou novamente como se nunca tivessem recusado-lhe uma pergunta.

- Você quer tanto assim saber? - a voz de Eric continuou na mesma melodia de ódio, carregava o puro terror. - Pois bem, eu a matei.

***

Minhas raposinhas, mais um capítulo para vocês, muitas revelações >°°<

Deixem uma estrelinha e um comentário!!!! s2 s2 s2

Bjs <3

O oposto do inversoOnde histórias criam vida. Descubra agora