O hospital estava vazio, a respiração de Lilian ecoava por todo o corredor de tonalidade branca impecável. Ela sabia onde estava mas não estava lá, ela se perdeu num perigoso mundo chamado mente, e naquele lugar específico em sua mente não existia felicidade, ela estava sozinha.
A jovem ouviu os passos da enfermeira se aproximando dela e a encarou em desespero esperando talvez uma boa notícia.
- Você precisa ir para casa - avisou-lhe inexpressiva.
- E minha mãe? - perguntou preocupada.
A enfermeira deu um longo suspiro irritada por ter que lidar com a jovem.
- Ela provavelmente só desmaiou de cansaço - respondeu sem muita vontade -, ainda faremos mais alguns exames e ligamos para você de manhã.
- Deixe-me dormir aqui com ela! - implorou meio que gritando.
- Você ainda é de menor! - repreendeu-a impaciente. - Só vá para casa e espere pela ligação.
- E se fosse com a sua mãe? - indagou ficando irritada, queria muito pular no pescoço daquela mulher.
- Existiria uma enfermeira para dizer vai para casa para mim! - retrucou ranzinza. - Eu deveria chamar alguém para te tirar daqui? Imagine quantos problemas você causaria para sua mãe se isso acontecesse.
Se não fosse por isso Lilian teria feito um grande escândalo naquele hospital mas não queria causar mais problemas para sua mãe então foi embora sem dizer mais nada.
Ela ainda não sabia onde estava mas já havia chegado em sua cidade, não sabia onde ia mas seguia pela estradinha íngreme que era o seu caminho, tudo estava silencioso mas ela ouvia gritos por todos os lados. Onde ela estava?
- O início de um apocalipse zumbi? - perguntou-lhe uma voz melodiosa que ela conhecia bem, falava provavelmente de sua aparência.
Ela olhou para quem a produziu, era um garoto muito bonito, sentado na calçada de sua própria casa, alguém que ela amava de todo o coração então por que ela não o reconhecia? Ela não sabia nada sobre ele, sabia apenas o seu nome e sua dor porque a sentia como se fosse sua e aquilo era o suficiente.
Gotas grossas de lágrimas começaram a rolar, caiam sem parar e sem remorso, elas eram salgadas, isso é certo, mas na boca de Lilian tinham gosto de tristeza.
- Ei, desculpa - começou a dizer Eric suavemente sem saber o que fazer -, eu não quis te ofender...
- O que eu faço? - perguntou mais triste que nunca. - Se minha mãe morrer eu não tenho mais ninguém... Eric...
O jovem não sabia o que fazer, então apenas a abraçou como se fosse um cobertor que aquece nas noites frias, um consolo para uma tristeza que não podia ser curada com palavras.
- Não entenda errado... - soprou as palavras em seu ouvido.
Lilian não queria entender errado mas era esse tipo de gestos que fazia-a gostar mais ainda de Éric, ele era tão cruel.
Então ela chorou como nunca, como um bebê, não se importava com nada nem ninguém, apenas chorava para aliviar a tristeza de sua alma.
***
Mais um capítulo para vocês minhas raposinhas >°°<
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Bjs <3
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O oposto do inverso
Romance"Tomo sua dor como minha e seus problemas como meus, isso se chama amor." Como qualquer pessoa de uma cidade pequena, Lilian vive em uma rotina simples e monótona. Mas sua vida dá uma reviravolta quando se vê envolvida com Eric, um garoto que acaba...