Romênia

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Lilian se sentia doente, a dor a consumia aos poucos e destruía a felicidade de sua alma, os seus problemas vinham a tona aos poucos e misturavam-se com a dor que ela se apossara como sua, a dor de Eric, uma que ela bebia sem remorso porque queria entender-la.

Ela se levantou vagarosamente sem ânimo e começou a se arrumar.

Fazia muito tempo que a jovem não conversava com ele, não conseguia encarar-lo sem sofrer e sem se recordar das memórias que deixara em outrora. Ela sabia da necessidade de voltar a falar com Eric, mas não conseguia realizar o simples feito.

Olhando-se no espelho, Lilian percebia o quão ruim seu feitio estava.

"Eu preciso resolver meus sentimentos confusos agora!" foi a ordem que deu para si mesma.

Mesmo dando essa ordem a si mesma instigava a ideia de visitá-lo naquele exato momento, então deixou para lá dando a desculpa de que o fizera pois sua mãe estava em casa e queria passar um tempo de qualidade com ela.

Assim que desceu as escadas se deparou com a figura abatida de Romênia na cozinha, a pobrezinha andava trabalhando mais que o necessário.

- Bom dia! - disse-lhe Lilian forçando um sorriso.

- Meu Deus filha! Você está horrível! - foi falando numa voz rouca matinal. - O que aconteceu?

Lilian sentou-se na mesa e serviu-se de tudo que aparecia na sua frente.

- Só não dormi direito - mentiu para que a pobre mulher não se preocupasse.

A manhã das duas foi extremamente corrida, fizeram uma faxina completa naquela velha casa e isso aliviou o estresse contido em Lilian, sentia-se mais leve e livre, seus problemas pareciam menores do que realmente eram, tinham o peso de uma pena.

O almoço ficou por conta da jovem que se acostumou com o serviço, fizera algo razoável e bom ao paladar que foi muito bem apreciado por sua mãe.

- Está muito bom! - disse sorrindo e dando mais uma garfada na comida. - Onde aprendeu a cozinhar desse jeito?

- Estou acostumada - respondeu-lhe feliz.

Uma tosse horrível e atormentante começou a fluir do fundo da garganta de Romênia, uma que continuou por um período estranhamente longo, logo era visível o sangue que escorria pelos dedos longos e finos da mulher e pingavam na mesa até que ela desmaiou e o único som audível era o do relógio.

***

Mais uma capítulo para vocês minhas raposinhas, mas infelizmente esse foi curtinho. >°°<


Bjs <3

O oposto do inversoOnde histórias criam vida. Descubra agora