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Encantada.


- E então, Molina, quais são as suas intenções?
Todos os olhos da sala se voltaram para Eduardo, à espera de sua posição e os meus se voltaram para Marvin Padilha, esperando que ele notasse o quanto estava sendo estúpido.
Ele e Arthur não haviam parado de confabular desde o momento em que Eduardo saíra do restaurante, na terça, planejando todos os detalhes daquele encontro. Os dois homens estavam mais preocupados com a minha maldição do que eu mesma.
Ainda que eu estivesse exultante por sentir que estava mais perto do que nunca de ter a minha condição felina finalmente abandonada, meu foco estava no fato de que durante um dia inteiro, eu não precisaria pensar que o meu tempo estava contado. Naquela noite, eu poderia beijar Eduardo quantas vezes quisesse, poderia tocar a sua mão e ouvi-lo falar sobre seus desenhos o quanto desejássemos.
Até a meia noite eu seria completamente dele.
- Intenções? - Eduardo devolveu, confuso, e sua atenção se desviava de Marvin para mim, sem entender ao certo o que estava acontecendo ou se meu suposto irmão estava realmente falando sério. Ergui o olhar para Arthur, que estava perto da enorme janela, com sua fiel Una aos seus pés, esperando realmente pela resposta do seu amigo em relação às suas intenções.
- Eu... eu...
- Por favor! - implorei para que todos parassem com aquela maluquice e Eduardo sorriu largamente. Uma ação que vinha se repetindo a cada segundo que qualquer palavra saía da minha boca. Ele ainda não podia acreditar no quão fascinante era o fato de eu estar falando.
Minha laringite havia se curado. E essa era a brilhante explicação que Marvin havia inventado para a minha voz ainda bem rouca, quando Eduardo entrara na sala de estar de Arthur, pronto para me levar ao meu primeiro encontro.
A laringite também nos ajudou a conseguir uma desculpa para o meu aparecimento nua na casa de Eduardo, uma vez que os remédios fortíssimos que eu tomava me deixaram desorientada e eu acabara confusa àquele ponto.
Nossa mentira era péssima, mas a forma com que Marvin falava, tentando o máximo possível não disfarçar o seu sotaque, tornava tudo verídico o suficiente para que Eduardo acreditasse realmente em nós.
- Vocês são ridículos.
Puxei Eduardo pela mão, enquanto bufava, sem paciência para os dois idiotas que faziam uma verdadeira inquisição sem motivo algum. Enquanto eles achavam divertido fazer perguntas que os faziam parecer preocupados com a minha segurança, eu ficava cada segundo mais impaciente para sair logo daquele apartamento. Quanto antes eu começasse o meu encontro, melhor.
Eu só tinha até a meia noite para ser humana.
Era solstício, o dia em que todos os transformados podiam usufruir de sua forma humana, sem precisar se preocupar com horários, dores ou qualquer outra coisa. Até que a meia noite chegasse, eu era completamente humana. Porém, naquele ano, a natureza, ou a força felina superior, havia sido extremamente generosa comigo, dando mais do que eu merecia. Naquele ano, além de dedos, pernas e lábios, eu também tinha voz. Eu podia falar.
Eu podia ouvir o som do nome de Eduardo escapando dos meus lábios e apreciar o tom daquelas sílabas simples, mas que importavam tanto para mim.
Eu podia xingar Marvin, resmungar com Arthur e até mesmo ligar para um restaurante de comida japonesa às oito e trinta da manhã e encomendar uma dúzia de sushis de salmão para entregar, apenas porque eu podia. Talvez Arthur ficasse um pouco chateado pela cobrança em seu cartão de crédito, com extra por entrega em horário diferenciado, mas o que eu poderia fazer?
E de uma forma ou outra, eu havia pagado todos os meus pecados quando Arthur e Marvin haviam descoberto que eu podia falar, me obrigando a sentar no sofá, em frente a eles, e contar toda a minha história.
Toda. Sem qualquer edição.
Desde a minha infância no Rio de Janeiro, a maldição, como eu viera parar em São Paulo, para fugir do desespero de meus pais à minha procura como humana, como eu conhecera Daniel e mais perguntas, até mesmo a "como funciona o seu cio?", vinda evidentemente de Marvin, que eu decidi deixar sem resposta. - Já chega, Marvin, temos que ir.
- Vocês não saem daqui até eu ter certeza das boas intenções do ruivo.
Marvin estava seriamente desejando ser assassinado. Se ele continuasse com aquela maldita expressão de pai zeloso e Arthur não arrancasse aquela expressão curiosa, eu poderia jurar que mataria a ambos.
- Não, Catarina, ele está certo - Eduardo soltou-se do meu aperto e se virou para os dois homens, um deles o seu melhor amigo, respirando fundo antes de responder.
- Eu a trarei para casa antes da meia noite, como me pediram. E tenho somente as melhores intenções com sua irmã porque sei o quanto ela é especial. Prometo não ultrapassar nenhum limite e me esforçar para ser um ótimo acompanhante. Realmente fazer desta noite, uma noite boa e agradável. Eu sinto muito, mas temos que ir agora, nossa reserva é para as nove.
- Eu não me lembro de ter feito reservas para vocês.
- Não iremos ao Saborart essa noite - eu poderia ter fotografado a expressão chocada, desapontada e frustrada de Arthur e Marvin. - Catarina já trabalha lá, é bom ter um dia de folga.
Os dois ficaram ainda mais chocados, apavorados com a ideia de não poderem assistir o meu encontro da pequena janela de acesso da cozinha ao salão, sem poder constatar em tempo real se todos os seus planos tão bem engendrados estavam dando certo.
- E aonde vocês vão?
- Não pareça tão ofendido, Arthur. Nós vamos ao La Vienne. Eu prometi fazer a noite de Catarina agradável, não?
Marvin e Arthur deixaram seus queixos cair ao mesmo segundo, impressionados com a escolha de restaurante de Eduardo que, ao ouvir seu nome, não me despertou nenhuma reação especial. Eu não me importaria nem se fôssemos comer numa barraquinha de cachorro quente em qualquer esquina, contanto que ele estivesse comigo.
- La Vienne? - perguntei tímida.
- Sim, é um pouco sofisticado demais, mas acredito que você merece o melhor do que eu tenha a oferecer.
Meus olhos se encheram de água. Eu nunca fora merecedora do melhor, mas eu o vinha recebendo desde que aquele ruivo encantador aparecera naquele beco escuro. Na verdade, Eduardo conseguia ser mais que o melhor. Talvez essa fosse a razão para as coisas serem tão difíceis para nós: porque tudo que era verdadeiramente bom, demandava um esforço bruto para manter.
Marvin abriu a boca, pronto para questionar a escolha do restaurante, quando ergui as sobrancelhas para os meus defensores, querendo que eles se calassem e dessem por encerrada as suas tentativas de interrogatório. Já era tarde o bastante para que eu perdesse mais tempo ao invés de aproveitá-lo com Eduardo.
Arthur foi o primeiro a se dar por vencido e recolheu Una em seu colo, abraçando-a com cuidado, fazendo com que meu dono olhasse em volta, à procura de sua gata, estranhando pela primeira vez o fato de eu não estar ali, rondando-o, como certamente faria se estivesse ali.
Na forma felina.
Havíamos arrumado uma desculpa para a minha "ausência" também. Arthur dissera que eu estava me encontrando com um gato alaranjado da vizinhança e estávamos tendo alguns momentos íntimos.
- Podem ir. Mas se Catarina não estiver aqui às 23h58, em ponto, juro que mato você, ruivo.
Eduardo pareceu realmente assustado, enquanto estendia a mão para mim, pedindo permissão para que eu o deixasse me conduzir para fora do apartamento, fugindo das ameaças do meu suposto irmão.
- Onze e cinquenta e oito, Eduardo! - gritou Arthur da janela, onde a sua cabeça e a de Marvin eram apenas pequenos pontinhos em uma enorme janela.
Ignorei-os e recuperei-me por alguns segundos, me perguntando como iriamos até o tal restaurante se a carteira de motorista dele ainda não havia sido reavida, mas notei que um táxi estava nos esperando na frente do prédio de Arthur, relaxando-me por apenas alguns segundos.
Dentro do carro branco, todo o meu nervosismo retornou, sentindo os dedos de Eduardo apertarem os meus.
Eu tinha dedos agora e podia entrelaçá-los nos de Eduardo, sem medo.
- Você está linda esta noite, Catarina.
Meus dois amigos haviam pensado em tudo naquela tarde, chamando uma mulher que chegara com uma bolsa enorme, me sentando numa cadeira estranha e baixa, puxando meu cabelo em todas as direções, enrolando-o nas pontas com uma coisa quente e que não me deixava mexer a cabeça.
Algo bem desconfortável e, segundo minha humilde opinião, desnecessário.
- Beleza exige esforços - rira Marvin. Claro, não era ele que estava sendo queimado vivo por um aparelho estranho.
E depois daquilo ainda tivera a sessão de produtos pegajosos no meu rosto. Uma farinha cheirosa, coisas gosmentas, mais pós e um lápis riscando ao redor do olho. Tudo isso num processo exaustivo, doloroso e até chato, em certos momentos, mas quando ela dera o seu trabalho por concluído e fomos todos para frente de um espelho, para avaliarmos, juntos, o resultado, eu mal reconheci a mim mesma.
Eu estava linda.
Diferente, digna de ser levada para um encontro com Eduardo Molina. Digna a ponto de competir com Alice e não perder. De ser a escolhida, caso houvesse um novo ultimato. A simpática contratada de Marvin e Arthur ainda me ajudou a colocar o vestido preto e as sandálias prateadas de saltos altíssimos que Tui me presenteou com um sorriso exuberante. Eu sabia que elas deviam ter custado uma verdadeira fortuna, mas ele me entregava os sapatos com tanta simpatia que eu não pude fazer qualquer outra coisa a não ser aceitá-los e abraçá-lo o mais apertado que eu pudesse para demonstrar o quanto eu apreciava todas as coisas que ele já havia feito por mim.
Mesmo depois de pronta, arrancando elogios de Arthur e suspiros de pesar de Marvin por não ser ele a me levar em um encontro humano, eu ainda não conseguia enxergar alguma vantagem em toda a minha produção. Isso fora até Eduardo me vir. A forma como seus olhos castanhos brilharam e como suas bochechas ficaram vermelhas, como se envergonhado com o rumo dos próprios pensamentos ao me ver naquele vestido elegante e justo.
Eu ainda me recordava de como seus olhos haviam ficado fixos em mim, chegando até mesmo a ignorar o seu melhor amigo, sorrindo de orelha a orelha, caminhando calmamente em minha direção, até segurar a minha mão da maneira mais carinhosa e tímida, sussurrando como eu estava linda.
Desde aquele momento, eu ainda não conseguira fazer aquele teimoso sorriso contente sair do meu rosto. Aquela era uma noite que além de especial. Eduardo a faria inesquecível.
Talvez fosse naquela noite que tudo daria certo.
Um pressentimento infinitamente bom me preenchia sobre isso. Eu sentia que estava tão perto de ter a minha liberdade que não conseguia mais sequer conter o meu nervosismo. Quem olhasse de fora, julgaria que eu era uma mulher comum, ansiosa para um encontro também comum, com um cara por quem ela estava comumente interessada. Ninguém jamais imaginaria que eu era uma transformada ansiosa e completamente nervosa com a possibilidade de quebrar minha maldição de quatrocentos anos.
- Estou me tornando repetitivo, não? Mas você está mesmo linda! - murmurou, adoravelmente vermelho. Eu entendia exatamente o que ele estava sentindo. Eu estava procurando manter minha boca fechada para não repetir milhares de vezes o quanto ele estava fantástico com aquela camisa preta e com seus cabelos vermelhos penteados para trás, como um modelo daqueles outdoors luxuosos.
Ele nunca me parecera mais lindo e a cada vez que eu o encarava, era como se eu o visse pela primeira vez. Eduardo era bonito de qualquer jeito, mas saber que ele se esforçara, penteando seus sempre tão revolto cabelo, e até mesmo se portando mais elegante, me fazia ainda mais apaixonada.
Ah, se ele soubesse que não havia qualquer necessidade de usar ternos caros, fazer reservas em restaurantes sofisticados ou qualquer coisa... Demonstrações de dinheiro e poder não me surpreendiam. Eu me apaixonara pelo bêbado do beco. Eu me cativara pelo homem romântico e carinhoso que se revelara diante dos meus olhos. Eu o assistira em quase todos os seus momentos e era a compilação deles que me fazia amá-lo ainda mais.
- Catarina, eu quero fazer dessa noite uma das mais importantes da sua vida.
- Estar aqui, com você, já faz essa noite ser a melhor de todas as que já vivi.
Em quatrocentos anos.
- Jura? - ele parecia tão feliz ao me ouvir dizendo aquilo, que não resisti e sorri também.
Havia como amá-lo mais? Naquele momento o meu coração estava tão cheio de Eduardo que eu tinha minhas dúvidas se havia mais espaço para ele ali.
- Obrigado por se encontrar comigo. Eu tinha de saber mais sobre você, entender o que acontece comigo... - Suas bochechas estavam vermelhas novamente, me apaixonando mais. - Estou encantado demais por você. Nunca pensei que sentiria isso por alguém.
- Eu sinto o mesmo, Eduardo. Embora acreditasse que não deveria sentir isso antes.
Minha mão gelada e trêmula foi apertada carinhosamente, olhando no fundo dos meus olhos, tentando entender os motivos pelos quais eu havia dito aquilo.
E como eu poderia responder? Como poderia lhe explicar que fiz de tudo para não me apegar e não partir o seu coração sendo a gata amaldiçoada que era? Que em quase quatrocentos anos, já havia perdido toda a minha fé e esperanças até encontrá-lo e ver todas as minhas expectativas se reerguerem? Não dava para explicar tudo assim, de uma vez. Eu precisava que as coisas
acontecessem primeiro.
- Você tinha uma namorada.
- Ah... Alice - Eduardo coçou a nuca, envergonhado. - Terminei tudo entre nós. Eu estava me apaixonando por outra pessoa. E espero ter a chance de impressioná-la para fazê-la sentir o mesmo.
- Já estou impressionada, Eduardo.
E apaixonada também, mas decidi não me entregar demais. O carro havia parado, em frente à um ostentoso restaurante de paredes escuras.
- E pode me chamar de Duda.
Fui ajudada por Duda, como eu o chamaria com toda a certeza, a sair do carro, arrumando a barra do vestido para que não subisse demais, e fomos recepcionados por um simpático senhor de terno que nos levou pelo elegante restaurante até uma mesa mais afastada e íntima. Ao sentarmos, foram entregues os menus e apresentados ao garçom da noite, que se afastou, deixando que tivéssemos nosso tempo para escolher nossos pratos.
Segurei o menu com firmeza, nervosa, uma vez que eu não sabia ler e encarei Edu, que lia seu menu com atenção, procurando a opção mais saborosa.
- O que você gostaria de comer, Catarina?
- Salmão! - a resposta saíra tão automática dos meus lábios que eu sequer notara o que havia dito até Eduardo me encarar, curioso. O que eu poderia fazer? Certos hábitos eram realmente difíceis de perder, mesmo que pudessem me fazer parecer prepotente na frente do meu encontro, o que aparentemente não pareceu, já que ele me sorria, encantado.
- Minha gata ama salmão. Creio que é o prato preferido dela.
Escondi meu sorriso, tentando fazer parecer que eu não sabia que ele tinha uma gata.
- Uma gata? E como ela é?
- Ela é a gata mais arrogante que você já viu. Tem uma personalidade difícil, mas é tão engraçada e doce que não consigo me manter longe dela. E você, gosta de gatos?
A pergunta certamente fora feita com base no que ele vivera com Alice, quando fora obrigado a me mandar embora, fazendo a escolha errada, mas que parecera tão certa na ocasião.
- Você vai me mandar embora se eu disser que não sou fã de felinos?
- Há essa possibilidade.
Eduardo não estava brincando. E saber disso me deu ainda mais esperanças de que havia mesmo uma chance de minha maldição ser quebrada. Eu estava tão perto, tão perto.
- Que bom que eu adoro gatos, então.
Um som animado escapou dos lábios de Eduardo, alto demais para o refinado restaurante, atraindo a atenção das pessoas bem penteadas e vestidas que estavam ali.
Ele estava curioso para saber mais sobre mim e logo nossas conversas começaram. Duda contava pedaços de sua vida, da sua infância em São Paulo, sobre como ele e a irmã eram superprotegidos por serem filhos de um importante empresário de um conglomerado de comunicação da cidade, sobre sua amizade com Arthur que vinha desde os tempos de escola, com um suporte mútuo, onde o loiro cozinheiro estivera lá quando a mãe de Eduardo perdeu sua batalha contra o câncer e como, no ano seguinte, foi a vez de Edu se colocar ao lado de Arthur quando este decidira seguir seu sonho de ser chef e fora expulso de casa pelo pai furioso.
Já eu resumira a minha história, fazendo-a parecer que acontecia em apenas vinte anos.
Contando sobre a garota que nascera no Rio de Janeiro, escondendo a época, evidentemente, conhecendo tipos errados e perigosos e vindo para São Paulo quando a situação exigira.
Ele contou que adorava a cor azul porque lhe lembrava os olhos da mãe. Eu confessei que se pudesse moraria no Museu do Ipiranga e o faria escondido, se tudo desse errado na minha vida. Eu poderia ser o fantasma do Ipiranga.
Mas nada daria errado.
Eu seria livre e me tornaria de Eduardo naquela noite. Eu não precisaria me esconder em nenhum museu antigo. Eu me tornaria livre naquela noite.
Nós riamos e nos divertíamos, rindo a valer de todos os contos de Eduardo sobre a sua adolescência com Arthur e eu o encarava, encantada, divertida. Apaixonada. A sua mão não saiu da minha nem por um instante e eu me sentia cada vez mais perto dele. Estávamos nos conectando de uma forma que não seríamos capazes de reverter. E eu ainda não me dera conta se isso era uma
coisa boa ou ruim.
Os garçons já haviam retirado nossos pratos e trago mais dois pequenos com um delicioso sorvete de creme com bolinhos de chocolate, como nossa sobremesa. Logo teríamos que ir embora se quiséssemos voltar ao apartamento de Arthur antes da meia noite, evitando enfurecer meu falso e felino irmão.
As horas haviam passado tão rápido que eu nem havia percebido que já estava tão perto das onze e meia até que Eduardo comentou, casualmente:
- Estou realmente com a mulher mais bonita do restaurante.
- Imagine!
- Sim, e estou despertando olhares de inveja, afinal, tem um senhor que está nos encarando sem parar, duas mesas à frente. Acho que ele está se perguntando como um cara estranho como eu conseguiu levar uma mulher bonita como você para sair. Acho que sou um sortudo mesmo!
Eu ri alto e encarei o homem na direção que o gesto discreto de Duda apontava, tentando imitar a sua sutileza ao observar o nosso suposto observador, notando o senhor a quem ele se referia.
Eduardo não estava mentindo, o homem nos estava encarando mesmo, mas não era de forma desejosa. Ele não era um simples cliente num restaurante que avistara um cara com uma mulher bonita.
Ele era Daniel.

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