Quando Yulla viu aqueles seres de aparência curiosa não pensou em outra coisa a não ser gritar, gritar muito. Mas depois de sua gritaria, o medo foi dando lugar a curiosidade, eles não a atacaram como imaginara que fariam, pelo contrário. Eles a desamarram, então ela pode analisa-los bem de perto.
Tinham mais de dois metros de altura, de pelagens marrom-avermelhada grossas, pés grandes e espalhados, garras amedrontadoras e práticas, dentes saltados, nariz subido e pontudo, enormes chifres que mais pareciam galhos de árvores e brilhantes olhos azuis que transmitiam toda a ternura que eles pareciam sentir por Yulla. Um dos três grandalhões peludos se abaixou para olhar o rosto de Yulla mais de perto e ela pode sentir o rosto dele em suas mãos quando o tocou.
– Fer ahen dejd ahbc? – ele perguntou na sua voz gutural, porém Yulla não foi capaz de entender o que ele queria dizer.
Ela o olhou meio constrangida e deu de ombros. Nos olhos dele ela viu que ele havia entendido a falta de compreensão dela.
– Fer ahen dejd ahbc? – ele perguntou mais uma vez tentando ser o mais claro possível achando que o possível problema era a sua voz. Yulla riu, achando aquilo bastante cômico. Coisa que não devia ter feito, pois ele achara que ela estava concordando com ele.
Ele a colocou com cuidado nos braços e ela nem sequer protestou, estava cansada de novo devido aos acontecimentos daquela madrugada, mas sabia que os peludões não a machucariam. Ela sentia.
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Cam acordou de um supetão. Havia ouvido um grito aterrorizado e feminino e pensou instintivamente em Yulla. Pela deusa, aquela garota só sabia se meter em problemas. Ele se levantou rápido, os outros caminhantes não pareciam ter ouvido o grito também, pois ainda dormiam. Ele começou a achar que aquilo havia sido coisa da sua cabeça. Isso, até ele notar que o local onde Yulla dormia estava vazio... e o de Sefiron também.
Maldito!
Ele pegou sua espada, embainhou na cintura e correu na direção que ele achava que havia ouvido o grito. O que aquele desgraçado havia feito com ela?
Não demorou tanto tempo assim para Cam achar Sefiron caído no chão e desacordado. Ele pouco se importou com ele. Aonde Yulla estava? Ele olhou as cordas que estava estraçalhadas perto da árvore e marcas de garras bem profundas. Os olhos dele se arregalaram: ela estaria morta naquele momento? Que bichos selvagens a atacaram? Não teve tempo para fazer mais hipóteses, Sefiron estava acordando e pegou em sua perna.
– Me ajude a me levantar... – falou grogue.
– Eu devia deixar você morrer. – ele chutou o braço de Sefiron. - O que foi que aconteceu aqui?
– Eu não sei. Senti uma forte pancada na minha cabeça que ainda hoje meus sentidos estão falhando. Me ajude a levantar. – ele falou babando. Realmente não parecia nada bem mesmo, mas aquilo não comoveria Cam nem um pouco.
- O que você estava fazendo com ela? – Cam perguntou irado.
Dessa vez Sefiron não fez uma cara de tão sofrimento assim. Sua face se contorceu de raiva.
– Estava à procura de informações.
– Vamos ver que informações nós dois vamos achar quando chegarmos no acampamento...
– Chega de criancice e me ajude a se levantar, moleque.
– Não será necessário você se levantar. – Cam sorriu maldoso e arrastou Sefiron pelo pé que nada poderia fazer para reagir.
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Os caminhantes
Adventure🏆 6 indicações ao ADA2018 ; Vencedor do Prêmio Wattys2017, categoria: Os originais. CAPA FEITA POR: @stephen_curryGP Obra registrada. PLÁGIO É CRIME. Lei nº 9.610, de 1998. #4 em aventura no dia 21/11/17 **Sem revisão** Esquecid...