Capítulo 19: A linguagem universal.

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Aquelas criaturas tinham um jeito engraçado de comemorar algo, isso Cam tinha que admitir. Parecia que todos tinham uma dança coreografada, era algo fantástico e bonito. Ele sorriu enquanto bebia o néctar que Yulla tanto falara para ele naquela tarde. Ela lhe contara tudo que havia acontecido, o problema com Sefiron e o resgate dos seres sagrados.

– Como você pode ter tanta certeza que eles são seres sagrados?

– Eles me disseram. – Yulla deu de ombros como se aquela resposta fosse a coisa mais simples do mundo.

Ele a observou por alguns instantes.

– Eles disseram a você? – ele falou com um certo deboche na voz e ela notou e riu.

– Cam, meu amigo, as coisas nem sempre são complicadas só porque achamos que são complicadas. – ela encostou a cabeça no ombro dele. – olhe bem para eles, foque sua atenção neles, sinta o que eles representam, se concentre...

Cam fez o que ela falou. E depois de alguns segundos concentrados que ele percebeu e foi então como se sua mente tivesse sido aberta, ele estava entendo tudo que eles estavam falando. Era como se falassem a mesma língua que eles durante todo aquele tempo e ele era surdo demais para ouvir. Ele sorriu, tinha muita coisa nova na vida dele agora. Muita coisa diferente para ele entender.

– É impressionante. – ele comentou ainda embasbacado.

– É não é? – ela falou com entusiasmo. – isso é a linguagem universal. Fomos muito bobos para entender, não estávamos prontos para essa revelação, mas agora podemos alcançar a deusa, nós podemos Cam. – ela deslizou a mão pelo braço dele e pegou sua mão a apertando. Ele puxou a mão de volta. – está tudo bem com você?

– Está. Está sim. Só estou um pouco cansado. Muitas aventuras em dois dias.

– O que está escondendo de mim Cam?

– Não estou escondendo nada, por que estaria escondendo alguma coisa para você?

– Você está agindo de forma estranha, os outros caminhantes olham pra você de forma diferente... o que mudou enquanto eu estive fora?

Cam sabia que não poderia adiar aquela conversa, então teve que falar logo de uma vez.

– Sefiron perdeu seu cargo como líder dos caminhantes por motivos óbvios...

– Sim, isso é muito bom visto que ele era um cretino. Mas o que isso tem haver com você?

– Eu sou o novo líder dos caminhantes. – não teve enrolação alguma nas palavras dele.

– Você o que? – Yulla arregalou os olhos e afastou seu corpo do de Cam. Aquilo só podia ser algum tipo de brincadeira idiota.

Ele se virou para olhá-la de frente.

– Eles precisavam de outro líder.

– Poderia ser qualquer outro, um caminhante de verdade, você não é mais um caminhante. – ela arfou.

– Eu tenho um dever com eles...

– Você tem um dever comigo.

– E vou cumpri-lo. A levarei até a deusa e ela cuidará de você. Você ficará bem Yulla. – ele tentou tocá-la, mas ela desviou o rosto.

– Não ficará não. – Yulla falou com os olhos cheios de lágrimas e saiu dali como um raio.

Cam cogitou em segui-la mas um dos protetores peludos pegou em seu ombro com firmeza o impedindo.

– Ela precisa ficar só, por um momento. – a voz gutural saiu de seus lábios grosseiros.

Cam respirou fundo e sabia que ele estava certo.

Naquele momento, a festa havia acabado para Cam. Ele saiu na direção oposta à que Yulla havia saído.

Ele tinha que relaxar.

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Nota do autor:

Continuem acompanhando a história de Yulla e Cam.

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