Capítulo 31: De volta para casa

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Yulla sabia.

Yulla sabia desde o começo que sua missão nas terras do Coração da deusa não era apenas para se purificar, ou, no momento depois, para guiar os caminhantes. Cam não podia acreditar que havia sido enganado durante todo aquele tempo.

Então era para aquilo que ele era o escolhido afinal: levar a deusa da luz ao seu destino final. Será se estava incluso ele se apaixonar por ela e sofrer por isso? Ele nunca saberia.

Não tinha tempo para choramingar por aquilo, focou agora toda a sua atenção para a frente. A sua espada começou a brilhar e vibrar descontroladamente e ele correu da direção de Ereshkigal. A deusa percebendo o confronto do caminhante correu em sua direção também segurando seu cetro negro.

Estava na hora do acerto de contas.

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Rafahel já estava quase chegando aos seus limites humanos. Estava sangrando descontroladamente. Já fazia quase meia hora que lutava incansavelmente para que aquelas coisas não ultrapassassem os limites e chegasse a deusa em ascensão. Ela explodiu mais uma sombra quando teve uma ideia.

Para que mais sombras não fossem criadas ele e os outros precisavam apenas desestabilizar seu criador Laifet.

Continuou jogando raios azuis quando começou seu discurso:

– Tivemos uma longa vida homens! Uma vida em que nós passamos nos arrependendo de nosso maldito ato. Procuramos pelo perdão da deusa e fizemos de tudo para parar de sofrer. Bem, esse dia é hoje! Juntem-se a mim. – falou pegando na mão de dois caminhantes, um em cada lado. – usem suas forças para um sacrifício em prol da vida nessa terra. Está na hora de nos desprendermos de nossos corpos carnais.

Todos os antigos caminhantes se deram as mãos. Laifet previa o que eles iriam fazer e convocou o maior número de sombras possível a sua frente.

– Ataquem! – Laifet gritou e todas as sombras correram.

Os caminhantes invocaram seus antigos poderes mais uma vez e esperaram a ordem de Rafahel. As sombras já estavam quase em cima deles quando ele gritou:

– Agora!

Um brilho azul enorme percorreu o corpo de todos eles e se transformou em uma espécie de lençol enorme se dirigindo na direção das sombras as estraçalhando. Logo aquele banho de luz foi para cima de Laifet que corria para longe dali inutilmente. Seu corpo foi reduzido ao pó. Rafahel que brilhava incontidamente com os outros olhou para cima e sussurrou:

– Liberdade enfim...

Seu corpo e os dos outros sumiram da face da terra quando a luz se dissipou.

Eles foram responsáveis por várias coisas ruins e aquilo os havia destruído por dentro, mas agora eles não sofriam mais por isso.

Finalmente estavam em paz.

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Os três caminhantes que haviam sobrevivido não faziam nada além de olhar a luta de seu líder contra a deusa da escuridão. Cam jogava sua espada de lado na direção do tronco da deusa, mas como ela sempre previa seus movimentos ela logo tratava de bloquear seu golpe usado seu cetro e atingindo a face do humano com o mesmo objeto. Ela não entendia, mas nada do que ela fazia conseguia mata-lo, não importava o quanto ela tentasse.

Sefiron olhava tudo atrás de uma arvore não muito longe dali. Seu coração estava devastado de arrependimento, mas também estava repleto de ódio. Ele via que Cam não conseguiria derrotar a deusa sem uma distração para tal ato se consumar.

Os caminhantesOnde histórias criam vida. Descubra agora