Capítulo 22: Um pouco mais de tempo...

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Não sabia dizer a quanto tempo estava naquele lugar fétido e imundo, só sabia que quando saísse de lá a garota e todos que a acompanhavam pagariam bem caro por aquilo, principalmente o rapaz de olhos azuis que jogou a maldita pedra mística em sua direção, aquela face ela jamais esqueceria pois fora motivo de sua desgraça, de sua estadia no inferno. Ela sabia também qual era o motivo dele na terra, o que a deixava ainda mais raivosa já que não conseguira fazer com que ele se afastasse de seu destino a quatro anos humanos atrás. Estava um pouco decepcionada consigo, teria que recompensar mais na frente.

Ereshkigal foi empurrada por um dos monstros gosmentos e verdes que estavam por ali a deixando mais mal cheirosa ainda. Já estava cansada de ouvir aquela mesma ladainha de fuga e revirou os olhos.

Só na estadia dela no Sheol, aquelas... coisas gosmentas e de longas garras, já haviam tentado fugir 27 vezes. E todas as 27 vezes eles falharam, então bolavam outro plano e outro plano, todas as suas tentativas eram em vão. Enquanto isso os torturadores se divertiam com o sofrimento deles quando deviam ser punidos pelo que faziam.

Ereshkigal achou que a melhor opção naquele momento seria se afastar dali. Estava cansada daqueles seres inferiores. Ela se encaminhou para a seu "dormitório".

Todos eles estavam dentro de um castelo vermelho enorme que recobria toda uma montanha negra em um dos lados mais sombrios e perigosos do inferno, esse castelo era muito bem vigiado, lá só ficavam aqueles que tinham poder para fugir de qualquer outro lugar do Sheol, por isso era cheio de instrumentos místicos que os impediam de sair de acordo com o que eles eram.

Antes da deusa ter ido parar lá, ela fora amaciada primeiro por vários dias de tortura com materiais místicos além de sua compreensão, logo que nunca se interessou sobre aquele assunto, nunca imaginara que alguém usaria tal coisa com ela e teria sucesso, estava enganada.

Lá no castelo/prisão Ereshkigal já vira magos, feiticeiras e alguns tipos bem estranhos e grotescos de demônios. Falara com todos os melhores, mas a respostas das perguntas que ela fazia sempre eram a mesma: ninguém, nunca, nunca, nunca, saiu do castelo vermelho sem que os guardas liberassem. E o que acontecia era que eles nunca liberavam também.

No entanto, com o passar do tempo que se arrastava, ela percebia que não estava mais tão desprendida de seus poderes como antes. Já podia sentir que estava mais forte, mais confiante nos seus movimentos. Aquilo era um bom sinal. Significava que seu tempo naquele lugar estava acabando e seus poderes retornando.

E quando ela saísse de lá... Ah, como seria lindo o que ela faria no mundo.

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