Cap.2- Rotina Diária.

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Alec.

  Sempre fui um garoto inteligente, mas não fui tão inteligente quando engravidei minha namorada aos 15 anos. Contar aos pais dela e os meus foi o mais difícil, eles demoraram a aceitar. Comprei a casa, colocamos móveis, meu pai me colocou pra trabalhar na empresa e quando descobrimos que seriam gêmeos, a dificuldade aumentou, em dobro.
  Minha vida mudou completamente. Eu não era mais aquele garoto que saía com os amigos, ia beber e voltava tarde pra casa. Quando recebemos a notícia, minha vida se baseou completamente em consultas médicas e mudança. Ainda me lembro de quando ela me contou:
  Eu estava no meu quarto, jogando videogame. Alguém bateu na porta.
– Entre. – Falei.
  Alguém abriu. Eu não tinha visto quem era, ainda estava vidrado no videogame.
– Alec. – Uma voz feminina me chamou, em um tom sério.
  Pausei o videogame e olhei. Era Katie. Me levantei e fui em direção à ela.
– Oi, linda. – Falei.
  Ela ficou calada.
– Katie?
  Ela se sentou na beira da minha cama e enterrou a cabeça nas mãos. Me ajoelhei na frente dela.
– Katie, o que aconteceu?
– Alec, não consigo. – Ela disse.
– Não consegue o que?
  Ela ficou em silêncio.
– Katie... Tem algo haver com a nossa...
  Ela assentiu com a cabeça, me interrompendo. Congelei.
– Katie, você está...
  Ela assentiu com a cabeça, me interrompendo novamente. Ela começou a chorar. Me levantei e passei a mão no rosto.
– Alec, eu sinto muito. – Ela disse.
– Não sinta. Está... Tudo bem. – Eu disse.
– Como vou contar para os meus pais? E os seus? Você não trabalha, está estudando e... Eu não sei o que fazer.
  Me ajoelhei na frente dela novamente e segurei seu rosto.
– Vai ficar tudo bem. Nós vamos contar para os meus pais e os seus e... Vamos dar um jeito. Está bem?
  Beijei as costas de suas mãos e ficamos em silêncio.
– Katie, você tem certeza? – Perguntei.
– Fiz 3 testes antes de vir pra cá. – Ela disse.
  Eu podia estar reagindo bem, mas não sabia o que fazer.
  Meus pais haviam chegado em casa uns 30 minutos depois e resolvemos contar. Ela chamou os pais dela e todos estávamos reunidos na minha casa.
  Katie estava sentada ao meu lado e nossos dedos estavam entrelaçados.
– Antes de vocês contarem o que precisam, eu posso saber o porquê dos 3 testes de gravidez na pia do banheiro, Katie? – A mãe dela perguntou.
  Katie não respondeu. Só ficou olhando para os próprios pés.
– Você pode me explicar, Alec?
  Também não respondi. Christopher estava sentado em uma poltrona e esfregava o rosto como se estivesse pensando: "Isso não vai acabar bem".
– Alec, olha pra mim. – Meu pai disse.
  Olhei pra ele. Ele estava de pé na minha frente.
– Me diz uma coisa: Quantos anos você tem? – Ele perguntou.
– 15. – Respondi.
– Você trabalha?
– Não.
– O que você é?
– Um irresponsável. – Falei.
– Onde aconteceu, Alec?
– No dia do jantar. No meu quarto.
  Christopher enterrou a cabeça nas mãos. Eu continuava olhando para o meu pai. A sala estava toda em silêncio. O rosto de meu pai se encheu de raiva e ele me deu um tapa no rosto. O barulho ecoou na casa e Katie apertou a minha mão, ainda de cabeça baixa. Meu rosto ardia muito.
– Pai, não precisava bater... – Christopher falou, baixo, tentando acalmar meu pai.
– Cale a boca! – Meu pai gritou.
  Voltamos ao silêncio.
– Você é um irresponsável, Alec. O que pensa que vai fazer? – Meu pai gritava comigo.
– Eu não sei. – Falei.
– Ah, você não sabe?
  Ele me deu outro tapa.
– Andrew, pare! – Minha mãe disse.
  Meu rosto estava vermelho e dolorido. Os pais de Katie estavam calados, apenas observando a filha, que estava  chorando de cabeça baixa.
– E você, Katie? – Meu pai se virou pra ela.
  Ela continuou de cabeça baixa.
– E você, Katie? – Meu pai gritou mais alto.
– Não grite com ela. – Falei baixo.
– O que?
– Falei pra não gritar com ela. – Eu disse.
  Meu pai riu.
– Eu deveria te dar mais do que um tapa, Alec... Mas... Você já está bem grande, não é? Pois bem... Quero você às 7:30 na minha empresa, amanhã.
– Andrew, ele só tem 15 anos. – Minha mãe disse.
– Não me interessa. Ele agora vai dar o jeito dele. Ele vai estudar, trabalhar, pagar consultas médicas e comprar uma casa. Do meu bolso, agora, só sai o salário desse irresponsável.
– Andrew, ele não tem noção do que fazer!
– Agora vai ter...
  Continuei olhando pra ele.
– Agora, vai pra casa de alguém. Não quero ver você aqui. – Ele disse.
– Pai... – Christopher começou, se levantando.
– Calado, Christopher. Agora, é seu irmão por si. Aqui ele não fica.
– Andrew...
– Jade, ele não fica. – Ele falou, para a minha mãe.
  Peguei a mão de Katie e fomos até o meu quarto para juntar minhas coisas. Katie segurou meu rosto e observou a marca vermelha em meu rosto.
– Vamos pra casa de um amigo, tudo bem? – Falei.
  Ela assentiu com a cabeça. Peguei duas mochilas grandes e juntei todas as minhas roupas e coisas. Quando eu comprasse uma casa, eu ia pegar as outras coisas. As duas mochilas já estavam bem pesadas. Peguei 50 dólares que estavam guardados da minha mesada e coloquei no bolso.
– Precisa passar na sua casa para pegar algo? – Perguntei à Katie.
– Só algumas roupas. – Ela disse.
– Olha... Eu posso ir sozinho. – Falei.
– Não. Eu vou com você.
– Está bem.
  Peguei dois casacos e dei um pra ela.
– Coloque. Está frio.
  Ela colocou o casaco e nós descemos.
  Estavam todos na sala, conversando. Eles olharam para nós e fizeram silêncio.
– Katie? Para onde vai? – A mãe dela perguntou.
– Para algum lugar. – Ela disse.
– Katie, preste atenção... Vai sair de casa, com esse irresponsável?
– Vou.
  Ela segurou minha mão e fomos embora.
  Ficamos na casa de um amigo meu por 1 mês. Quando consegui bastante dinheiro, compramos a casa. Depois que descobrimos que eram gêmeos, eu trabalhava mais e Katie ficava em casa.
  Eu chegava tarde do trabalho e Katie já estava dormindo. Passei à ganhar mais e começamos a viver uma vida boa. Tivemos vários momentos bons. Como o que escolhemos o nome das crianças:
  Estávamos na sala, conversando. Katie estava deitada no sofá, com suas pernas sobre meu colo.
– No que está pensando? – Perguntei.
  Ela se ajeitou no sofá.
– Nomes. – Ela respondeu.
– Não acha que é muito cedo?
– Alec, – Ela fez uma pausa, me olhando. – Já estou com 9 meses.
  Eu ri.
– É mesmo.
– Eu só estou pensando em algo que não seja a vontade que estou sentindo de fazer esses inchaços sumirem de meu corpo.
– Vai acabar... – Falei, segurando sua mão.
  Ficamos em silêncio.
– Um menino e uma menina, não é? – Falei, rindo.
– É. – Ela disse.
– Quais nomes você tem em mente? – Perguntei.
– De menina?
  Assenti com a cabeça.
– Audrey. – Ela disse.
– Audrey?
  Ela assentiu com a cabeça, sorrindo.
– Por que?
– Princesa Audrey. – Ela respondeu.
– Quem é essa?
– Era o nome de uma boneca que eu tinha quando eu era pequena.
– É um nome bonito.
– E você? – Ela perguntou.
– Eu o que?
– Tem algum nome de menino em mente?
– Não sei...
– Vamos, pense.
  Pensei. Um nome me veio em mente.
– Caleb. – Falei.
  Ela riu.
– Alguém inspirador?
– Era o nome de um cachorro meu que tinha morrido.
  Ela riu.
– Você quer que seu filho tenha o nome de um cachorro? – Ela perguntou, rindo.
– Ora, vamos... Ele era fiel. – Falei, rindo.
  Ela se recostou novamente no sofá.
– Audrey e Caleb. – Ela disse.
– Audrey e Caleb. – Repeti.
  Ela sorriu. Ficamos ali, quietos, trocando olhares.
  Pra mim, o dia em que escolhemos os nomes das crianças foi o melhor. Porque esse dia, deu início à tudo.
  Uma hora, Katie apertou minha mão e depois começou a rir.
– O que foi? – Perguntei.
– Alec, – Ela ainda ria. – Liga pro meu pai.
– Por que?
– Você vai dirigir até o hospital com menos de 16 anos? – Ela perguntou, rindo.
  Me toquei. Me levantei depressa e peguei o telefone. Katie ainda ria.
– Alec, fica calmo... – Ela disse.
– Calmo? Não tem como. Aguenta aí.
  Disquei os números e liguei pro pai dela. Eu estava mais nervoso do que Katie. Liguei para o pai dela e subi para pegar as bolsas.
– Alec! – Katie gritou da sala.
  Desci a escada correndo e parei de frente com ela. Ela riu.
– Desculpa. Eu só queria ver sua reação denovo.
  Peguei as bolsas e esperamos o pai dela do lado de fora. Katie parecia tranquila e eu tentava ficar assim como ela.
  Quando as crianças nasceram, Katie, resolveu sair de casa e deixou as crianças comigo. Lembro como se fosse ontem:
  Ela tinha colocado Audrey e Caleb no quarto, e veio falar comigo. Eu estava sentado no sofá, pensando. Tínhamos acabado de chegar da maternidade e eu estava tenso.
  Katie apareceu na sala, com um vestido vermelho, fino, seus cabelos lisos estavam arrumados. Ela ainda tinha uma expressão cansada.
  – Tem algo errado? – Eu perguntei.
  Ela colocou uma mecha de cabelo loiro pra trás e cruzou os braços sobre o peito.
– Eles dormiram? – Eu perguntei.
– Sim. – Ela falou.
– Katie, o que está havendo?
  Ela não respondeu.
– Está com dor? – Perguntei.
– Não vou conseguir... Foi burrice minha seguir adiante com isso... Não... não dá.
– Vamos passar por isso, eu vou te ajudar.
– Eu... Falei com os meus pais. – Ela disse. – Eu... Vou embora.
  Congelei.
– Você o que? – Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
– Alec, eu não posso seguir com isso.
– Vai abandonar seus filhos? Depois de tudo o que eu fiz por nós dois? – Eu gritava.
– Fale baixo. – Ela sussurrava.
– Por que? Não preciso. É bom que todos saibam a garota interesseira que você é. Você se aproveitou de mim, do meu dinheiro, pra que nada lhe faltasse por esses 9 meses e agora você vai me largar aqui, cuidando de duas crianças. Tenho 15 anos também, Katie! – Eu ainda gritava.
– Alec, por favor! Preciso que me entenda... – Ela segurou minha camisa.
  Retirei as mãos dela com um gesto bruto e ela começou a chorar.
– Alec...
– Não. Não fala mais nada. – Eu a interrompi.
  Ela continuou chorando.
– Toma. – Eu entreguei 70 dólares pra ela.
– Pra que isso?
– Pra pagar sua última consulta médica. Agora, vá embora.
– Me deixa explicar! – Ela gritou.
– Vá embora! – Eu gritei mais alto e nós dois ouvimos um choro vindo do quarto.
  Ela se calou.
– Se você for... Não volte mais. – Eu disse sem nem mesmo olhar pra ela.
  Ela pegou uma mochila e saiu. Eu caí de joelhos no chão e chorei. Fui até o quarto das crianças e prometi ser o melhor pai do mundo, mesmo que hoje eu não estivesse cumprindo com essa promessa.
  Até hoje não sei para onde ela foi. Enquanto eles cresciam, foi ficando mais difícil. Eu administrava a empresa e era muita responsabilidade para um garoto. Comecei a procurar, desesperadamente, por uma babá. Eu precisava de alguém que me ajudasse a cuidar deles. As 5 se demitiram. Deram várias desculpas dizendo que receberam outras propostas de empregos,... Comecei a sentir uma fúria que me domina até hoje, por ela ter me deixado aqui, sozinho com meus dois filhos.
  Uma vez, tive de fazer uma viagem à trabalho, até Los Angeles. As crianças estavam com 3 anos e ficariam com meus pais, enquanto eu estivesse fora. Peguei minhas malas e saí do escritório. As crianças estavam no sofá e choravam. Falei com meus pais sobre a hora de dormir, almoço, janta, entre outros,... E depois, fui falar com eles. Me ajoelhei na frente dos dois e eles me abraçaram bem forte.
– Papai, não vai! – Audrey disse, com sua voz meiga e seu sotaque de bebê.
  Tirei os cabelos de seu rosto e beijei bastante as bochechas gordas de meus dois amores.
– Fica aqui, papai! – Caleb pediu.
– Não posso... Mas, não é por muito tempo.
– Papai! Estamos sempre sozinhos... Só temos você, papai. Fica com a gente, por favor. – Audrey falou, aos prantos.
  Enxuguei suas lágrimas e beijei, denovo, suas bochechas. Quando levantei, percebi que Audrey havia agarrado meu pescoço.
– Filha... – Falei, tentando tirá-la de meu colo.
  Ela se debatia quando eu tocava nela.
– Não, papai! – Ela berrava, chorando.
  Caleb agarrou minha perna e, novamente, me ajoelhei na frente dos dois.
– Leva a gente com você! – Caleb falou.
– Eu não posso levar vocês. Mas, eu vou voltar em breve.
– Não! – Eles gritaram.
  Olhei para os meus pais, que assistiram a cena, com pena.
– Olhem pra mim. – Falei.
  Eles me olharam e meu coração apertou ao ver seus olhinhos vermelhos.
– O papai vai viajar à trabalho. É entediante pra vocês. Não tem brinquedos. O papai precisa ir... Pra voltar logo e ficar com vocês. – Falei.
– Papai, promete que vai voltar? – Audrey perguntou.
– Por que eu não voltaria?
– Porque a mamãe deixou a gente.
– Não vou deixar vocês, tudo bem?
  Eles assentiram com a cabeça e abracei meus dois anjinhos novamente.  Depois, os soltei e peguei minhas malas, me despedindo de meus pais e indo até a porta.
– Papai! – Caleb chamou.
  Me virei para eles.
– Estamos te esperando para quando você voltar pra casa, tudo bem? – Ele falou.
  Sorri. Eles tinham medo. Medo de ficarem sozinhos. Queriam sempre me manter por perto para garantirem que eu não fosse embora. Eles eram anjos. Meus anjinhos.
   Quando Camille entrou na minha sala, olhei para aqueles olhos castanhos cheios de tensão. Eu não queria rejeitá-la, de jeito nenhum. Mas eu tinha medo de meus filhos se apegarem à ela e ela os abandonar. Não a aceitei por pena, e sim porque ela parecia demonstrar consciência no que ela estava falando. Não sei de onde surgiu a idéia de dar uma semana. Na hora, pensei: "Idiota, Alec. Você é um idiota."
  Ela era linda. Mas temia a mim, como todas as outras. E ver a alegria das crianças ao saberem que ela ficaria me deixou feliz e me... Surpreendeu. Eles ainda eram muito pequenos quando Katie foi embora, eu às vezes me sentia culpado por trabalhar demais e não dar à eles a atenção que duas crianças de 5 anos merecem. Agora, eu ia tentar ficar mais tranquilo. Eu senti que Camille cumpriria o que prometeu, ela cuidaria deles.
  Enquanto eles contavam sobre eles para Camille, vi quando Audrey lhe entregou a fotografia. Vi que eles também queriam ser os anjinhos protetores de Camille. Eles não queriam que ela fosse embora.
  Todos os dias, Camille chegava na hora certa. Às 8:20 em ponto. Ela acordava as crianças e já deixava o café da manhã deles pronto. Eles nunca foram assim com ninguém, eles amavam Camille cada vez mais. Ela levou jogos pra eles e inventou brincadeiras. Uma vez, Caleb me disse que adoraria que ela fosse a mãe deles. Aquilo me fez ficar com mais raiva, raiva de ver eles com saudade da mãe. Ela nunca ligou para nenhum deles. Só descobriram quando voltaram da escola e falaram sobre a festa de dia das mães.
– Papai, o que é 'mãe'? – Audrey me perguntou.
  Ela era quem sentia mais falta. Depois que ela soube, ela ficou mais afetada com isso. As meninas, normalmente, tinham as mães para conversar, pentear os cabelos, pintar as unhas,... Já Audrey, não.
  Durante toda a semana, Camille foi responsável. Eu não tinha do que reclamar. Eu não mantive muito contato com ela, eu tinha medo mas não por mim, mas por Audrey e Caleb. Quando ela soube que ia ficar, aquele sorriso,... Pensei: "Que doida...".
  Conforme os anos, antes de Camille chegar e quando as crianças eram mais novas, eu me irritava fácil. Afastei muitos amigos meus de mim e eles também evitavam o contato, obviamente por causa de Audrey e Caleb.
  Certo dia, eu fiquei irritado com o telefone tocando toda hora, dos papéis sobre a minha mesa todos os dias e então joguei pro ar. Tranquei a sala por uns 2 dias. Fiz o que prometi à Audrey e Caleb, brinquei com eles. Foram os melhores 2 dias da minha vida.
– Eles estão felizes. – Camille me disse sentando do meu lado enquanto observávamos as crianças brincarem.
– Obrigado, Camille. 
– Pelo que?
– Eu não via meus filhos assim já faz muito tempo. Eles adoraram você. – Eu disse quando voltei à observá-los.
– Percebi que eles só queriam atenção. Sr. Tompson...
– Por favor, me chame de Alec. – Eu disse à ela.
– Sim. Alec... Se puder me responder... O que aconteceu com a mãe deles?
  Respirei fundo e lhe contei tudo. Um alívio dominou meu corpo, de repente.
– Você é um ótimo pai. – Foi tudo o que ela me disse.
– Como sabe?
– Eles amam você. Você largou tudo por eles. Largou sua adolescência, sua liberdade,... Você... Você vive por eles.
  Fiquei pensando nas palavras profundas dela enquanto a observava. Ela tinha um jeito... Singular.
  Meus olhos encontraram os dela e, de repente, uma voz dentro de mim disse: Camille.
  Todas as noites eram assim. "Camille, Camille, Camille,...". Era tudo o que se repetia em minha cabeça. Eu mudava de posição, ficava olhando para o teto, saía para beber água, mas não adiantava. Eu tinha medo de me apaixonar denovo e eu negava meu desespero para tê-la por perto, isso me irritava.
  Um dia, quando ela veio falar comigo, eu quase não prestei atenção no que ela falava, e sim nela. Examinei cada mecha de cabelo castanho-escuro dela, os olhos castanhos, as mãos, o corpo, a forma que ela respirava e o coração batia, os lábios lindos e o sorriso perfeito. Uma pergunta passou empurrando todas as outras que estavam em minha mente: Seria isso amor?

À Procura do Amor (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora