Cap.16- Viver Sem Ela.

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Alec.

Eu dirigia enquanto meus filhos dormiam no banco de trás. Eles tinham chorado durante toda a noite, por deixar Camille. Eu não aguentava mais. Não dava pra dormir, sendo que ela não estava ali, do meu lado, seu corpo junto ao meu. Realmente, uma parte dentro de mim acreditava que ela não tinha me traído, mas a outra... Estava com medo de ser enganado pela 2° vez... Na verdade, pela 3° vez: Katie voltou para o Oregon, depois de estragar meu namoro com Camille.
Eu respirava fundo enquanto dirigia, dentro da minha cabeça parecia um inferno. Camille. Momentos nossos, juntos, se passavam pela minha cabeça.
- Na estrada, Alec. Atenção na estrada. - Eu repetia.
Eu queria olhar pro lado e vê-la, indo comigo, mas tudo o que eu via era o banco vazio. Estacionei e saí do carro. Eu estava sem fôlego. Um cara que estava passando por ali, veio em minha direção.
- Cara, está tudo bem?
- Sim. Sim, Está tudo bem. Eu só preciso tomar um pouco de ar, só isso.
Ele saiu andando. Me sentei encostado no pneu do carro e retirei uma caixinha do bolso. Eu a abri e comecei a chorar ao lembrar o que tinha dentro. Entrei novamente no carro e voltei a dirigir.
Quando chegamos, acordei Audrey e Caleb. A casa era enorme.
A casa era de um tom cinza, com janelas bonitas, a parte da frente era grande, tinha uma caixa de correio lilás e de fora já dava pra ver a mobília.
Entramos e nos deparamos com uma sala enorme. Os móveis eram todos novos, já tinham enfeites bonitos, uma TV grande, um sofá super confortável, ar condicionado, o balcão que dava na cozinha,...
A casa tinha 3 banheiros: Dois no andar de cima (meu quarto e o das crianças) e outro no corredor do primeiro andar. 3 quartos: O meu, o de Audrey e Caleb e um de hóspedes. Tinha a cozinha, o quintal, a sala,... Era bem grande.
- Querem ir para o quarto de vocês? - Perguntei à Audrey e Caleb.
Eles concordaram.
Fomos até o andar de cima e eu abri a porta do quarto deles. Era um quarto branco com listras azuis e rosas na horizontal. As camas eram da cor favorita de cada um, tinha o baú de brinquedos deles, e tudo o que eles quiseram levar.
- Gostaram? - Perguntei.
- Uhum.
Foi tudo o que eles responderam. Eles foram arrumar o resto das coisas e eu fui para o meu quarto.
Ele era de um tom azul-escuro, com uma cama King Size, uma TV, o armário da mesma cor da cama, e uma mesinha com porta-retratos: Audrey e Caleb, eu e uns amigos, viagens que eu fiz e... Uma foto minha com Audrey, Caleb e Camille. Na Disney. A saudade aumentou. Caminhei pelo quarto, observando tudo. Abri a janela e deixei que o vento entrasse. Me lembrei daquela manhã na Disney, em que Camille estava olhando para a praia, seus cabelos castanhos estavam voando por causa do vento, lembrei de sua respiração calma quando ela dormia comigo, seu jeito de acabar com a minha tristeza,... Queria que ela estivesse comigo.
O que ela estava fazendo naquele momento? O que aconteceu com ela? Eu precisava deixar minha ignorância de lado. Peguei o telefone e liguei para Anna.
- Alô?
- Anna, sou eu, Alec.
- O que você quer?
- Como ela está?
Anna se calou por uns segundos.
- Ela vai começar em um novo emprego, mas... Você acabou com a vida dela. Ela diz seu nome enquanto dorme e morre de saudades de você.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Por favor, não diga que eu liguei.
- Está bem. Você já está em Los Angeles? - Ela perguntou como se estivesse debochando de mim.
- Anna... Sabe que eu não tive escolha.
- Você é um babaca, Alec. Um babaca.
Ela desligou o telefone. Respirei fundo e me sentei na cama. Alguém bateu na porta.
- Pode entrar.
Audrey e Caleb abriram a porta e vieram para o meu colo. Eles choravam.
- Papai, traz ela de volta... - Eles diziam.
Eu os abracei e chorei junto com eles. Eu precisava dela, Audrey e Caleb precisavam, mas ela precisava seguir com a vida, acreditar no talento que ela tinha. E talvez, esse fosse mesmo o nosso destino.
Na manhã seguinte, acordei e fui fazer o café da manhã. Fui verificar a caixa de correio e tinha 1 carta. Um envelope limpo, apenas com o selo e o endereço. Entrei em casa, peguei o meu café, me sentei no sofá e abri a carta. "Para: Alec."

"Oi.

Bom... Não sei como começar uma carta então... Decidi usar a nossa linguagem informal mesmo.
Não ando me sentindo bem, sinto sua falta. Sei que você não quer me ver e, muito menos olhar na minha cara, mas... Eu te prometo que se você me escutar agora, eu não te atrapalho nunca mais.
Nunca fiz nada tão difícil na minha vida quanto deixar vocês. Eu tento seguir em frente, mas tudo volta até você. Ter você aí e eu aqui, faz eu me sentir como se uma parte de mim tivesse sido levada.
Eu jamais trairia você, mas você tem todo o direito de acreditar em Katie. Não sei o que fazer para te provar que eu não fiz, mas... Está tudo bem.
Alec, só quero que você seja feliz, mais do que tudo. Quero que você encontre alguém que te ame como eu ainda amo, que te dê uma família e que lhe traga tudo de bom.
Para Audrey e Caleb, desejo uma infância maravilhosa e uma vida também.
Não sei se estou falando coisa com coisa, mas espero que você guarde isso com você, pra sempre. Eu te amo, Alec. Pra todo o sempre.

Com amor, Camille."

Lágrimas rolavam em meu rosto. Eu acreditava, acreditava nela e eu precisava dela de volta. Mesmo que eu precise viajar pelo mundo até encontrá-la ou fazer ela ficar satisfeita, eu faria.

À Procura do Amor (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora