Cap.7- Para Amar Novamente.

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Alec.

  Os dias na Disney estavam sendo incríveis. Audrey e Caleb estavam se divertindo bastante. Apesar de Katie ainda me incomodar, tive os melhores dias da minha vida. Desde que Camille chegou, pareci ganhar mais vida. Nosso primeiro beijo foi maravilhoso e a viagem também. O jeito dela de ser protetora, alegre, carinhosa, é incrível.
  "O que eu sou pra você?" Isso foi uma pergunta inesperada. Eu tento procurar alguma chance de amar novamente mas, se com ela não der certo, não quero magoá-la. Ela é mais que uma babá, muito mais. Quando vejo aqueles olhos castanhos, os lábios, sinto vontade de beijá-la até meus pulmões implorarem por ar. E se ela não sentir o mesmo? Se ela abandonar as crianças?  Minha vida, agora, é cercada de medo. Medo de Katie levar as crianças, medo de perder... Camille.
  Ela dormia quieta, linda. Eu via aquele espaço entre nós e tudo o que eu sentia era a vontade incontrolável de cobrir aquele espaço, acariciar aqueles cabelos castanhos escuros, trazê-la para mais perto e vê-la dormir. Às vezes, de noite, eu ouvia ela engolir o choro e isso acabava comigo. Mas, novamente, eu fui um babaca. Coloquei minha ignorância acima de tudo e a deixei chorar. Me senti um idiota e tive raiva de mim.
  Ficamos sem conversar por alguns dias. Eu não queria pressioná-la e agir rápido demais. Ela parecia só estar lá por Audrey e Caleb, mas essa viagem era pra todos nós.
  Naquela manhã, quando eu a vi respirando o ar da praia, foi como se eu pudesse ouvir as batidas do coração dela, como se eu pudesse senti-la. Senti como se uma parte de mim estivesse escondida em algum lugar, como se eu estivesse vendado e precisasse tocar nessa parte, era ela. A garota mais linda que eu já tinha visto, a única que demonstrava um sentimento verdadeiro pelos meus filhos, estava bem ali, ao meu lado. O que ela é pra mim? Um amor honesto. Chega de ignorância, chega de ignorar a voz do meu coração, chega de esconder que eu a amo.
– Bom dia. – Falei.
  Ela se virou, devagar, até seus olhos encontrarem os meus. Segurei sua mão e uma lágrima escorreu pelo seu rosto.
– O que eu sou pra você? – Ela perguntou.
– O que você quiser.
  Ela passou as mãos pelos meus ombros e eu a puxei para mais perto.
– O que eu sou pra você? – Perguntei.
  Ela me olhou por alguns segundos e depois me beijou. Seu coração batia rapidamente e lágrimas escorriam pelo seu lindo rosto. Ela era tudo o que eu precisava. Nos abraçamos e eu me senti confortável, em casa. Era isso... O abraço dela era a minha casa. Toquei seu rosto e enxuguei uma lágrima que rolava em sua bochecha.
– Eu te amo. – Falei.
  Ela acariciou meu rosto e me olhou.
– Eu também te amo.
  Nos beijamos novamente.

  Na manhã, de quinta-feira, fomos aproveitar o máximo de tudo. Fomos em vários brinquedos, parques temáticos, compramos coisas e fomos até a piscina do hotel.
  À noite, fui atender a um telefonema lá em baixo e quando voltei, vi Camille lendo um livro para Audrey e Caleb. Caleb estava no colo dela e Audrey estava deitada. Fiquei observando-os mas eles nem notaram. Quando eles dormiram, Camille os deitou, com cuidado, em suas camas. Ela estava com uma camisola cinza e sexy e seus cabelos estavam soltos. Ela me notou e levou um susto.
– Você precisa parar de fazer isso.
– Gosto de te observar.
  Ela riu e se deitou. Me deitei ao seu lado e ela se aconchegou de encontro ao meu peito.
– Anna costuma fazer isso. Deitar comigo e conversar. – Ela falou.
  Eu ri.
– Podíamos planejar mais viagens. Eu, Audrey, Caleb e você. – Eu disse.
– Seria bem difícil já que você viajou o mundo.
– Não viajei o mundo todo, infelizmente. Mas eu viajaria tudo denovo se você quisesse conhecer.
  Ela me olhou e beijou meu rosto.
– Com quantos anos você fez sua primeira viagem? – Ela perguntou.
– 12 anos. Pra Paris.
  Ela ficou surpresa.
– Nunca saí de New York. – Ela disse, rindo.
– Até meus 14 anos eu viajei. Depois, eu não tive mais tempo.
– Pra quais lugares?
– Paris, Peru, Lituânia, Índia... Foram poucos.
  Ela brincava com a minha camisa.
– Alec... Você... Teve algum relacionamento depois de Audrey e Caleb?
– Não.
– Hum...
– Por que?
– Não sei... Fiquei curiosa.
  Eu ri.
– As garotas não me aceitavam pelo o que eu era e pelo o que eu tinha. – Falei.
– Eu amo o que você é. – Ela disse, em uma voz sonolenta.
  Depois de ficarmos conversando um pouco, ela dormiu. Sua respiração era calma e seus cabelos caíam sobre o rosto. Apaguei a luz e acabei dormindo.

  Na sexta feira, passamos um dia inteiro curtindo as coisas que não tínhamos visto ainda. Depois, à noite, fomos ver o famoso castelo da Disney. Tivemos pouco tempo, pois nosso vôo era 00:15. Saímos às 23:50 e chegamos no aeroporto às 00:05. No vôo, fomos do mesmo jeito que viemos. Audrey e Caleb dormindo. Eu e Camille tomamos um suco e conversamos.
  Quando chegamos à NY novamente, pegamos um táxi e fomos para um hotel – era muito longe e Audrey e Caleb estavam com sono –. Camille foi tomar um banho e eu coloquei Audrey e Caleb para dormir.
  Ela saiu do banheiro com o cabelo trançado e esfregando os olhos. Levantei, peguei-a no colo e a coloquei na cama. Ela se deitou ao meu lado e eu acariciei seus cabelos até ela dormir.
– Isso é tão bom... – Ela disse, baixinho.
– O que, pequena? – Perguntei.
  Ela não respondeu. Me inclinei um pouco pra frente e vi que ela tinha dormido. Dei uma risadinha e apaguei a luz.

  Na manhã seguinte, pegamos um táxi e fomos pra casa. Camille avisou aos pais que já estava de volta.
  Ao chegarmos em casa, coloquei as malas ao lado da porta e pendurei nossos casacos. Então olhei para Camille, confuso. Um cheiro de perfume francês estava em toda a casa.
– O que foi? – Camille perguntou.
  Não respondi. Virei devagar e vi meus filhos com lágrimas nos olhos.
– Não. – Pensei.
  Meus olhos se encheram de lágrimas. Meu coração começou a bater forte. Eu negava estar frente a frente com isso. Os olhos dela correram em minha direção. Verdes. Os cabelos loiros estavam soltos e ela usava uma calça jeans justa e clara, uma blusa branca e uma jaqueta vermelha. Lágrimas escorriam pelos meus olhos. Katie.

À Procura do Amor (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora