Camille.
Quando cheguei para trabalhar na manhã seguinte, ouvi Alec falando no telefone. Ele parecia super irritado.
– Agora você liga, não é? Mas não vai tirá-los de mim, nunca!
Em seguida, pude ouvir o barulho do telefone se chocando com a mesa. Bati na porta.
– Entre.
– Sou eu. Está tudo bem?
– Não.
Fui até a mesa dele, assustada.
– Preciso de um advogado. Ligue para Alan James, o telefone dele está naquele bloco, na cozinha. Rápido. Por favor.
Corri até a cozinha e peguei o bloco e o telefone. Falei com o tal Alan e pedi que viesse o mais rápido possível, como Alec mandou. Quando fui avisar à Alec que liguei pro advogado, eu o encontrei sentado numa poltrona com as mãos sobre a cabeça. Ele respirava fundo e chorava.
Me ajoelhei ao seu lado e ele me olhou.
– Feche a porta.
Fechei a porta e me sentei ao lado dele.
– O que está acontecendo?
– Katie ligou.
Congelei e engoli em seco.
– O que ela queria?
Ele respirou fundo e passou as costas da mão nos olhos.
– Ela quer levar as crianças.
Na hora, um aperto se formou em meu peito.
– M-mas... Mas você é pai delas.
– E ela é a mãe. – Ele olhou pra mim. – Tenho a guarda deles, mas cabe aos dois decidir com quem eles querem ficar.
– Então pronto... Eles amam você.
Eu me negava a acreditar naquilo. E não era pela possibilidade de perder o emprego, e sim, as crianças.
– Camille, eles não conhecem a mãe. Há 5 anos. Eles podem querer viver com ela.
Fiquei em silêncio por um tempo e segurei sua mão.
– Vai ficar tudo bem...
Ele me abraçou. Fiquei incrédula. O coração dele estava acelerado e a respiração também.
– Camille, por favor, cuida deles. Não posso perdê-los.
Assenti com a cabeça e ele me soltou. Dava pra ver o medo nos olhos dele, de longe.
Ele passou o dia inteiro com os filhos. Cada vez que eu pensava em nunca mais ver Audrey e Caleb, meu coração apertava. Caleb veio em minha direção, olhou para Alec e depois pra mim.
– Camille, o que houve com o papai?
Peguei ele e o coloquei em meu colo.
– Seu pai está cansado. Mas, não é nada demais. Não se preocupe.
– Ele está estranho...
– Não tem nada de errado. Está tudo bem. Vá brincar com ele.
Ele respirou fundo.
– Está bem...
Ele saiu do meu colo e foi brincar.
Mais tarde, o telefone tocou novamente. Alec atendeu e foi até a sala dele. Por curiosidade e preocupação, eu fiquei atrás da porta.
– O que foi? O que?! Você não pode fazer isso... – Ele falou – Mas eu sou o pai! Se você se importasse com eles, você teria ficado... São meus filhos também. Faz 5 anos, Katie... 5 anos! Você nem ligou pra saber de nós e agora você quer a guarda deles? – Ele gritava.
Guarda? Meu coração acelerou.
– Não... Você não... Katie? Katie!
Ele desligou o telefone.
Fui até a sala, as crianças estavam brincando. Alec saiu desesperado da sala.
– Camille! Vamos ver as coisas da viagem.
As crianças olharam para ele com a testa franzida. Me levantei rápido e fomos até a cozinha. Ele tentava falar, mas as palavras não saíam. Suas mãos tremiam e ele respirava com dificuldade. Segurei sua mão e tentei acalmá-lo. Ele ficou em silêncio por um tempo.
– Precisamos fazer essa viagem. Logo.
Concordei e ligamos para reservar um hotel e as coisas necessárias. Naquela tarde, fizemos todas as coisas para a viagem. Nós marcamos para ir em 4 dias, na sexta. Alec resolveu contar para as crianças, sobre a viagem. Elas se animaram.
– Camille, está mesmo disposta à ir? – Ele perguntou.
– Sim.
Ele sorriu.
– Ótimo.
Eu fiquei lendo uma revista, enquanto Audrey e Caleb brincavam. Alec voltou para o escritório, ele disse que o tal Alan James ia chegar logo. Depois, a campainha tocou. Chamei Simon, mas ele me pediu para atender. Ao abrir a porta, um homem de terno, pele negra, cabelos negros, olhos castanhos e com uma aparência de 35 anos, estava com uma pasta na mão.
– Olá. Sou Alan James. Advogado. Fui chamado pelo Sr. Alec Tompson. – Ele disse, me estendendo a mão.
– Muito prazer. Sou Camille. Cuido das crianças. Entre, por favor. – Eu disse.
O homem ficou me olhando, mas não de um jeito normal. Ele tinha um olhar malicioso.
– Ham... O senhor já veio aqui? Terei de acompanhá-lo até a sala do Sr. Tompson?
– Qual é a sua preferência? – Ele perguntou me olhando.
Seus olhos castanhos estavam vidrados em mim e eu engoli em seco.
– Camille! – A voz de Audrey ecoou do quarto.
– Meu trabalho chama.
– Que pena. – Ele falou. – Ainda tenho tempo. Nós poderíamos... – Ele me puxou mais pra perto e passou a mão pela minha cintura. – Nos conhecer melhor.
Eu o empurrei, mas ele era forte.
– Por favor, me solte. – Eu disse, virando o rosto. Eu já estava irritada.
– Oh não... Ele pode me esperar.
– Eu vou gritar. – Eu o ameacei.
– Adoraria ver isso.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
– Me solte, por favor.
Eu comecei a empurrá-lo e a gritar. Ele me apertava cada vez mais.
– O que está acontecendo? – Alec entrou na sala.
Alan me soltou.
– Desculpe, Alec. – Ele disse.
Alec veio em minha direção e acariciou meu rosto, enquanto me olhava com uma expressão preocupada.
– O que fez com ela?
– Nada.
Alec olhou pra mim como se esperasse minha resposta. Eu não conseguia falar.
– Com licença.
Corri até a cozinha para beber um copo de água. Uma raiva imensa se formou dentro de mim. Que idiota! Onde já se viu? Simon entrou na cozinha, preocupado.
– O que aconteceu, Srta. Camille?
– O idiota do Alan James ficou dando em cima de mim.
– Hum... Aposto que o Sr. Tompson não gostou nada disso. – Ele disse, rindo.
Peguei o pano de prato e joguei em Simon. Rimos.
Mais tarde, fui até a sala deles para levar um café. Meus olhos ainda estavam vermelhos e os dois se entreolhavam. Fiquei esperando para saber se precisavam de mais alguma coisa.
– Está do agrado de vocês? – Perguntei.
– Está bom, Camille. Obrigado. – Alec me disse.
Concordei e caminhei até o fim da sala.
– Eu ainda não disse minha opinião. – Alam falou.
Me virei, com raiva.
– Não está muito bom. Você está muito brava. – Ele disse, debochando.
Uma raiva tomou conta de mim e eu fui em direção à ele, peguei o café de sua mão e joguei todo o café em cima dele.
Alec se encolheu e riu.
– Qual o seu problema? – O cara levantou e gritou comigo.
– Tem sorte de ter sido só um café. Vidro, aqui, não falta. – Eu disse, caminhando com raiva e batendo a porta com força. Eu podia ouvir Alec tossindo de tanto rir. Sorri.
Fui até o quarto de Audrey e Caleb e coloquei o filme que eles queriam ver na TV. Houve uma pequena discussão entre 'Spider Man' e 'Barbie'. Tive que ficar parada, de braços cruzados sobre o peito, rindo e esperando a decisão. 'Spider Man' acabou vencendo, eu coloquei o filme e fui para a sala. Ainda arrumei algumas coisas e limpei a casa. Me sentei no sofá, exausta. A porta do escritório se abriu e Alan e Alec estavam saindo. Me levantei rápido e fui até a porta.
– O que está fazendo? – Alan perguntou.
Eu abri a porta.
– Acabei de limpar a casa, mas ainda vi um pouco mais de poeira. Tenha uma boa noite.
Ele saiu furioso e eu bati a porta.
– Uau... Você está bem zangada. A jogada do café foi legal... – Alec me disse, rindo.
– Ah... Me desculpe. Sujei todo o seu escritório.
– Não. Não foi nada. Alan sempre foi assim. Ele sempre gostou de tentar seduzir mulheres.
Alec estava sorridente.
– Por que toda essa alegria? – Perguntei.
– Eu consegui. Ele vai nos ajudar. – Ele disse, com um sorriso incrivelmente lindo no rosto.
Quase gritei de alegria. Ele me deu um abraço apertado.
– Vamos ver logo essa viagem, tudo bem?
Eu fiz que sim com a cabeça. Quando deu 19:30, eu fui embora. Eu peguei um táxi.
– Camille? – Anna me chamou.
– Aqui. – Falei, tirando o casaco.
– Quer nos matar de preocupação?
– Desculpe. Tive que ficar até mais tarde. – Eu disse. – Onde está a mamãe e o papai?
Ela ficou murcha.
– Vieram mais contas, Camille. – Ela disse. – Precisam de mais dinheiro. O seu salário não é o suficiente.
Me senti inútil. Quando mexi na bolsa, um envelope caiu. Peguei-o e li o que estava escrito.
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À Procura do Amor (EM REVISÃO)
RomanceEle procurava alguém que amasse seus filhos, mas aquela famosa frase veio à tona: "Mexeu com meus filhos, mexeu comigo". * PLÁGIO É CRIME! *