À Procura do Amor (EM REVISÃO)

Cap.9- Questão de Costume.

Katie.

  Desde que vi Alec e as crianças chegarem de viagem, um sentimento de culpa tomou conta de todo o meu corpo. Ver meus filhos ali, na minha frente, depois de 5 anos... Como mudaram... Audrey e Caleb eram a minha cara. Audrey tinha os meus cabelos: Um loiro bonito, e Caleb também era loiro, com as pontas onduladas. Seus olhos eram de um verde lindo como os meus.
  Passei esses 5 anos na casa que meus pais compraram pra mim no Oregon. Não se passava um dia em que eu não pensasse no que fiz.
  A fúria nos olhos de Alec parecia cada vez mais incontrolável. Tive vergonha de perguntar se a garota ao lado era namorada dele. Ela parecia me conhecer.
  Quando abracei Audrey e Caleb, todo o vazio do meu coração foi preenchido. Vi que eles sentiam mesmo a minha falta e me senti mais culpada. Quando Alec perguntou aos dois se eles queriam ficar comigo, meu coração pulava de alegria na expectativa que eles dissesem que sim, mas aí... Eu vi o medo nos olhos de Alec. Audrey e Caleb eram tudo o que ele tinha.
  A idéia que Audrey teve de que eu ficasse por lá, pra mim, no início foi boa. Mas depois eu senti que Alec não estava confortável.
  Ele voltou a trabalhar no escritório para não ter que esbarrar comigo pelos cantos da casa. Eu dormia no quarto de hóspedes perto do quarto das crianças, o que me deixava mais à vontade.
  Quando Camille chegava, as crianças logo se animavam. Ela parecia ter a paciência de todo o mundo dentro dela.  Todos a adoravam.
  Passando pelo corredor, eu vi ela com Alec no quarto dele. Ela tinha deitado perto dele na cama. Lembrei de nossa primeira noite, estávamos na casa de Alec, em um jantar, mas resolvemos não participar:
  Alec saiu de cima de mim e se deitou de barriga pra cima, me puxando de encontro ao seu peito. Eu puxei a coberta mais pra mim. Ele estava ofegante e seu peitoral estava suado. Ele acariciava meus braços trêmulos.
– Será que eles estão procurando a gente? – Alec perguntou.
– Não sei. – Falei.
  Meus cabelos grudavam em meu pescoço e Alec os retirou.
– Oh meu Deus... Olha o que acabamos de fazer... – Eu estava rindo.
  Ele riu também.
– Se seus pais souberem... Eles vão matar você.
– Eu sei. – Falei.
  Me deitei de barriga pra cima e Alec apoiou a cabeça na mão.
– Você... Gostou? – Ele perguntou.
– Foi... Perfeito.
  Ele acariciava meu rosto e eu ajeitava seus cabelos bagunçados e suados. Ele beijou meu pescoço, me fazendo cócegas. Aquela tinha sido a melhor noite da minha vida.
  Eu estraguei tudo. Poderíamos ser eu e ele, ali, sem babás, só eu, ele, Audrey e Caleb.
  Fiquei preocupada quando Simon disse que Alec estava ardendo em febre. Mas, novamente, não fui eu quem o salvou. Não fui eu quem ficou ao lado dele, em uma poltrona, vendo aquele belo homem dormir. Foi Camille. O jeito que ele olhava pra ela... Ele nunca olhou pra mim daquele jeito. Mesmo que Alec e eu tivéssemos feito muitas outras coisas, me incomodava saber que ele estava com outra.
  Na manhã seguinte, encontrei Camille dormindo abraçada com Alec na cama. O que ela é afinal? Uma babá ou a namorada dele? Essa era a nossa casa, compramos para nós dois, eu e ele, apenas. E então ela chega, ganha todo o amor dos meus filhos e ainda fica com Alec? Não. Eu tinha que ter ido com eles, não ela. Eu tinha que estar deitada com ele, não ela. Eu tinha que ser o grande amor da vida dele agora. Mas eu seria.