Capítulo 18

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COMENTEM COMENTEM COMENTEM.

HARRY

Holmes Chapel, 26 de Dezembro.  

O frio faz com que eu me sinta finalmente em casa. O cheiro de terra molhada por causa da chuva me deixa finalmente tranquilo. A falta de sol me faz rir enquanto caminho pela cidade com Gemma.  

-Você chegou bem desanimado - diz e me olha, fazendo com que eu negue com a cabeça. 

-Estava cansado, voar é cansativo - dou de ombros e ela me olha, claramente duvidando minha versão. 

-Pare de mentir, sou sua irmã - diz e passa o braço pelo meu, andando mais perto de mim - Está odiando morar lá?  

Suspiro e olho para frente, tentando entender o que é que estou odiando no momento. 

-Eu sou um otário - digo da maneira mais sutil que consigo.

Gemma não responde, só franze o cenho para mim e eu abro um sorriso amarelo. Ela se aconchega mais em mim e eu suspiro, pensando em como começar a contar isso. 

-Eu conheci uma garota - ela ri mas não me olha - Eu achei que conhecia ela, mas eu estava errado. E... o pior foi que simplesmente todas as pessoas me avisaram sobre isso, sabe? Eu ignorei e achei que era o conhecedor de pessoas. 

-O que ela fez? - Gemma me puxa para sentar em um banquinho e eu me sento ao seu lado. 

-Eu achei que estávamos tendo algo mas ela apareceu no colo de outro cara e eu fiquei feito um otário olhando aquilo - balanço a cabeça lembrando de como tudo naquele dia foi um completo desastre. 

-Ei, não precisa ser assim tão cruel com você mesmo - diz e nos olhamos por um momento - Algumas garotas não prestam, e as vezes gostamos de gente que não presta. 

-Preciso ficar longe daquela garota - digo baixo e mexo inquieto com os anéis nos meus dedos. 

Franzo o nariz e olho para Gemma, que parece me analisar. Sei que ela provavelmente está formulando algum tipo de lição sobre a vida, para que eu tente ver um lado bom nisso tudo mas acho que nem a pessoa mais positiva do mundo conseguiria isso agora. 

Parece a pior história de terror do mundo.  

-Sinto falta de casa - digo e Gemma encosta a cabeça no meu ombro. 

-Mamãe também sente sua falta, você sempre foi o preferido - rio um pouco. 

-E você? Como está a sua vida aqui? - ela tira a cabeça do meu ombro e sorri, adorando receber a atenção que sempre quer.

* * * 

-Harry, tem chá em cima da mesa - minha mãe diz e eu fecho o notebook, sorrindo para ela e me sentando na cama. 

-Obrigado, mãe - digo e ela entra, se sentando do meu lado. 

-Como está tudo? Como é Santa Monica? - diz animada e eu não tenho coragem de estragar tudo o que ela imagina para mim sendo um babaca arrogante. 

-É legal, é bem quente, mas é uma cidade legal - digo e ela segura minha mão, sorrindo - Mas eu sinto falta de casa. 

Minha mãe passa a mão devagar pelo meu cabelo e segura firme minha mão depois. 

-Filho, não existe um só dia que eu não sinta a sua falta, mas infelizmente criamos os filhos para que eles possam voar. E o que eu quero para você, Harry, é que você voe tão alto quanto pode, meu filho. Sei que criei um homem incrível e acredito em tudo o que você pode fazer - ela sorri, os olhos lacrimejando - e você pode fazer o que quiser, filho. 

For Her | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora