Problemas Com Uma Deusa

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Assim que Eileen recuperou um pouco de suas forças, embora ainda estivesse atordoada, quando notou que braços a envolviam, tentou se desvencilhar.

— Hei! Calma... Calma. - Dean a segurou com mais força, impedindo a menina de continuar se debatendo.

— Me solta! – Ela disse, embora quisesse ter gritado, tudo que saiu foi um sussurro exausto – Você viu o que aconteceu, me solta. - Continuou tentando se debater, mas foi em vão, acabou sendo acomodada em uma das camas restantes, e antes que pudesse pensar as lágrimas já começavam a escorrer pelo seu rosto.

— Mas que merda... - Dean olhou para Sam atordoado, sem saber mais o que dizer. Eileen começara a soluçar e quando o mais velho voltou a olhar para ela, a menina havia se encolhido contra a cabeceira da cama e abraçava com força o travesseiro, os olhos já haviam se tornado dois úmidos refletores de luz – Eileen! - A chamou, mas a menina nem mesmo o olhou – Eileen! - Ele tentou encostar nela novamente, mas ela se encolheu ainda mais – Está tudo bem, está tudo bem, o feitiço já acabou, ele passou de você pra cama e acabou. - Disse, tentando usar a voz mais calma que conseguiu.

— Dean tem razão. - Sam chegou mais perto dela, que já não tinha mais para onde se encolher. Mas suas ações logo traíram suas palavras, uma vez que ele hesitou e nem mesmo chegou a querer tocar nela. Não estava inclinado a ser tão descuidado quanto seu irmão fora, eles não poderiam ter total certeza de que não existia nenhum resíduo do feitiço em Eileen.

— Acabou, viu, você tá com o travesseiro, e ele está inteiro, você encostou em mim, e eu estou inteiro. - Começou Dean ante aos soluços que aumentava gradativamente, sentindo uma estranha empatia pelas faces vermelhas e que já começavam a inchar da garota.

— Eu... - Ela começou com esforço – Eu poderia ter machucado vocês. E... Eu senti como se alguém tivesse sugado toda a minha energia num só puxão, foi horrível... Horrível. - Apertou com mais força o travesseiro e enterrou seu rosto nele.

Dean já não sabia mais o que dizer para acalmá-la, então sentou-se na cama em que ela estava e olhou para Sam em busca de alguma ajuda, mas o mais novo também não sabia o que dizer, eles teriam que entender que era muito para Eileen assimilar de uma vez só. Se sentiram aliviados quando depois de longos minutos, os soluços foram diminuindo, e eles ouviram, baixo e abafado pelo travesseiro:

— Eu tenho poderes... - Ela disse apenas, e os irmãos foram obrigados a rir, aliviando um pouco da tensão.

— É, você tem. - Dean disse, ainda rindo.

— Eu acho que eu preciso comer alguma coisa. - Ela disse, tirando o travesseiro do rosto, pensando em como um feitiço feito sem querer pode drená-la com tanta força.

— Eu vou pegar alguma coisa nas máquinas lá fora. - Dean falou, deixando o quarto.

— Eu nem sei o que dizer. - Eileen começou, finalmente relaxando o corpo e sentando na beirada da cama – Não sei se fico com medo ou se acho isso a coisa mais legal do mundo.

— Acho que uma média disso já é bom. - Sam disse, sorrindo.

— É, algo entre aterrorizada e superanimada deve funcionar pra mim. - Levantou-se e foi até o lugar em que agora só havia uma lembrança da cama – Eu nem mesmo pensei em nada, eu só disse a palavra... - Começou, voltando-se para encarar Sam – E foi uma mistura de sensações quando eu liberei o poder... A coisa mais próxima que eu já senti disso foi vomitar, foi literalmente como tirar algo de mim da maneira mais agressiva possível.

— Não pense muito sobre isso agora, Eileen. Se foi tão forte quando você diz, é melhor que você só descanse um pouco e depois nós resolvemos. - A menina concordou e voltou a sentar na cama.

O Livro de EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora