C'est la vie

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Os primeiros meses

Nos primeiros meses foi uma grande confusão. Três pais de primeira viagem tentando entender como cuidar de um ser vivo. O mais longe que Sam chegou na vida de cuidar de alguma coisa, foi na época em que teve um relacionamento com Amélia, e ele tomou conta do cachorro. Dean, obviamente tinha mais experiência, ele ajudara o pai a cuidar do irmão mais novo. Castiel por sua vez só cuidara de um bebê uma vez, e ele quase acabara morto naquela ocasião. Eles logo se decidiram pelo revezamento.

Montaram o berço da menina em um dos quartos extras do bunker. O anjo trouxe todo o tipo de decoração verde que ele conseguiu encontrar, e isso fez o Winchester mais velho sorrir em direção ao amigo. Junto ao berço, uma cama foi colocada. Assim que fossem sair para uma caçada, o fariam em duplas, logo, um deles sempre ficaria cuidando de Eileen. No primeiro momento em que o negócio da família chamou, Sam e Castiel foram atender o caso, alguns vampiros em uma cidade de Utah. Dean ficara mais do que feliz quando ganhou no "dois ou um" seguido de um "par ou ímpar". Naquelas primeiras semanas que ele passou sozinho com Eileen, fez questão de deixar todos os seus discos preferidos tocando. Foi com muita alegria (e o Cosmos o ajudasse se ele não jogaria aquilo na cara de Sam mais tarde) que ele constatou que o único método eficiente para fazer a menina dormir, era deixar o álbum Houses of the Holy tocando na vitrola. O mais velho se aventurou na culinária para bebês, e se saiu muito bem. Dean assistiu seus filmes favoritos de faroeste com Eileen no colo, deixaria os filmes de terror para quando ela crescesse, sabia que a menina teria um gosto natural por eles.

Quando Sam e Castiel chegaram, encontraram o mais velho debruçado sobre uma banheira cheia de água e com um bebê risonho dentro. O mais velho tinha um punhado de xampu nas mãos, agindo com tamanha delicadeza, que o anjo e o mais novo se perguntaram que tipo de milagre se operara naquele tempo em que estiveram fora. Dean sorriu, exibindo o bebê intacto, limpo e feliz, capaz de dormir em menos de um minuto quando se colocava The Rain Song para tocar. O mais velho exalava orgulho pelo bom trabalho que desempenhara, e ele não negaria se dissessem que ele estava em uma competição pela maior afeição da menina.

Tão logo a caçada chamou, Dean foi obrigado a se separar e dessa vez Castiel ficou para trás, mas não sem antes receber uma longa lista de como ele deveria agir com o bebê, seguida de um sermão vindo do mais velho, sobre como ele arrancaria cada pena de Castiel se acontecesse algo a menina. Sam observou de longe enquanto o anjo afirmava, numa voz ofendida, que ele tinha plena capacidade de cuidar de um bebê, e adicionou a isso, para a surpresa do mais novo, um "Eu venho cuidando de vocês até agora, não pode ser muito diferente". Isso garantiu uma expressão positivamente assassina vinda de Dean, e Sam só pode achar aquela cena bizarra e hilária ao mesmo tempo.

— Vamos logo. - Ele dissera a Dean. O mais velho deu um último adeus a Eileen – Por que você não conta quantos braços e quantas pernas, só pra ter certeza quando a gente voltar. - O mais novo provocou, e Sam foi obrigado a jogar as mãos para o céu e soltar um "brincadeira", já que o olhar assassino recaíra sobre ele.

Castiel só poderia descrever aquelas semanas que passou sozinho com Eileen, como instrutivas e tranquilas. Ele ninou a menina contando história sobre a Terra, antigos e fantásticos acontecimentos, da época em que ele ainda era um guerreiro celestial. Foi com estranha satisfação que ele percebeu, a menina nem mesmo se mexia enquanto ele falava, como se prestasse completa atenção ao que o anjo dizia.

Castiel tinha se afeiçoado a Eileen, quando ela ainda era sua antiga versão, mas não fora como a afeição que ele tinha por Dean ou por Sam. Porém, agora, lembrando dos olhos castanhos gigantes e da personalidade animada e quase infantil, sabendo que essa nova Eileen não seria muito diferente, ele soube, como ele soube naquela noite no celeiro quando ele falou com Dean pela primeira vez, que um afeto incontrolável estava nascendo, do tipo que o faria proteger a menina com a própria vida. Com isso em mente ele sorriu, e se os Winchester estivessem ali para ver, diriam, com certeza, que aquele gesto fora o mais humano que Castiel jamais demonstrara.

O Livro de EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora