Eileen Começa a Praticar

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— Acho que nós podemos começar com algumas explicações. - Eileen disse, assim que se viu capaz de falar novamente – Um demônio?

— É. - Dean sentou-se – Nós conhecemos bem esse ai, melhor do que qualquer um de nós dois gostaria. Ele meio que já nos ajudou antes.

A menina encarou o chão por alguns segundos, absorvendo a nova informação. — Certo, e que conversa foi aquela de eu ser a salvação de vocês? - Nesse momento os irmãos travaram, não esperavam ter que contar a verdade ainda, mas o que eles fariam? Talvez houvesse chegado a hora de revelar todos os grandes problemas dos Winchesters e deixar que a menina decidisse se iria ajudá-los ou não.

A contragosto, mas certos de que talvez essa fosse a melhor saída, apesar do medo de que acabassem assustando Eileen e perdendo a melhor aposta contra a Escuridão que tiveram até aquele momento, pediram que a menina se sentasse e começaram a longa narrativa de suas vidas desde o momento em que Dean se vira com a marca de Cain até o tempo presente. Eileen pareceu descrente por um tempo, ouvindo enquanto os irmãos contavam a respeito de Abaddon e de como se viram obrigados a conversar com o próprio Cain para destruí-la. Contaram tudo que passaram para se livrar da marca, e sobre como Dean havia surtado. Mas quando a conversa chegou em seu ponto principal e eles falaram a respeito da Escuridão, Eileen não suportou mais ficar em silêncio.

— Escuridão? - Ela tinha os olhos arregalados, sentia que se perdera em algum ponto da história e que nada mais fazia sentido – Tipo "No início era escuridão"? A escuridão bíblica?

— É, exatamente. - Sam confirmou. Eileen levou as mãos ao rosto, esfregou com força os olhos e ficou calada por um tempo, com a cabeça baixa e a respiração funda.

— E vocês acham que eu posso ajudar? - Disse ainda de cabeça baixa, as mãos continuavam no rosto.

— Nós nunca vimos ninguém fazer o que você fez. E pra completar, você assustou o Crowley, o que fala muito sobre quão poderosa você deve ser. - Dean disse, de fato nunca vira o demônio ter uma reação daquelas, ele sempre fugia quando as coisas se complicavam, mas nunca com uma expressão como a que ele mostrou assim que tocou Eileen.

— Não ainda, eu preciso de prática, de outra forma eu vou sempre beirar a morte quando fizer algum feitiço, mas como eu vou conseguir praticar se a porra da escuridão está a solta. Como você disse mesmo que era o nome dela. - Dean respondeu – Amara? Irmã de Deus?

— Nós entendemos se isso for muito pra você, e você quiser pular fora. - Sam começou – Mas nós soubemos que no momento ela está fora de serviço. Os anjos soltaram todo o poder que eles tinham em cima dela, por algum tempo você vai poder praticar. Quem sabe a gente não tenha tempo o suficiente pra que você possa combatê-la.

— Não, eu não vou pular fora. - Disse, e ambos os Winchesters pareceram aliviados – Eu não faria algo tão egoísta assim, ainda mais depois de vocês me ajudarem tanto, mas eu não posso fazer isso agora. Eu entendi a dinâmica desse livro, ele está liberando informações aos poucos. Eu imagino que eu vou ter que treinar e ficar forte o suficiente antes que ele me revele mais alguma coisa, mas e se nós não tivermos tempo o suficiente?

— Nós vamos dar um jeito se esse for o caso. - Dean falou com segurança.

— A Escuridão, vocês soltaram a Escuridão. Tudo isso pra salvar ele? - Ela olhou para Sam com um misto de afeto e admiração – Minha irmã não fritaria um ovo por mim.

Sam e Dean se entreolharam, foi a primeira vez que alguém soubera a verdade e não julgara a conduta de Sam, Eileen era de fato um tipo estranho, mas de uma maneira boa. Quando voltaram a olhá-la, a menina estava bagunçando o próprio cabelo, ela tinha essa espécie de tique quando ficava nervosa, misturando as mechas naturais as brancas. Ficou nesse estado, de cabeça baixa remexendo o próprio cabelo por algum tempo.

O Livro de EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora