A Verdade

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Eileen mal pode acreditar quando se viu uma vez mais na biblioteca do bunker, ainda presa, por algum tipo de magia, à poltrona em que estivera sentada. Mas sua surpresa não foi maior que a dos irmãos, que até aquele momento estiveram em frente a seus notebooks, tentando descobrir para onde a menina havia fugido. Dean conseguiu articular apenas uma palavra em meio a toda aquela situação – Chuck? - Ele perguntou em choque, olhando do homem para a menina inerte na poltrona.

— Nós precisamos conversar. - Foi tudo que Chuck disse antes de se sentar em uma das cadeiras ao redor da mesma mesa em que Sam e Dean estavam – Pra começar, eu imagino que uma reapresentação deva ser feita. - Continuou, e, de repente, por trás de onde estava a cabeça do homem uma luz branca se acendeu, e um canto gregoriano começou a soar pela sala. Os irmãos olharam assombrados para o que era agora uma visão tão diferente do escritor que eles conheceram há tanto tempo, descobrindo naquele momento que estiveram na presença de Deus. Aquele a frente deles, ainda conservava o mesmo rosto do autor da série Supernatural, mas suas maneiras e seu olhar eram completamente diferentes. Com um piscar dos olhos, a luz e o canto cessaram.

— O que você fez com ela? - Sam perguntou, virando seus olhos para a menina que continuava presa por amarras invisíveis.

— Acho que um pouco dela já me reconhece... - Ele disse, mais para si mesmo do que como resposta para o Winchester mais novo – Eu vou te soltar agora – Começou – E eu te peço que me ouça. - Com um movimento da mão, Eileen sentiu o aperto se extinguir, e pode movimentar seus braços e pernas novamente – Mais uma coisa, a essência de Lúcifer. - Sem esperar que a menina entregasse o frasco, ele simplesmente fez com que o recipiente de vidro aparecesse em sua mão – Ache seu antigo receptáculo e volte aqui. - Sussurrou para a essência azulada e brilhante, antes de soltar o anjo caído.

— Hei! - Dean gritou, pensando que aquilo significava voltar para Cas, sem nem mesmo pensar no fato de que o anjo teria que aceitar para que Lúcifer o possuísse. Mas naquele momento Castiel também apareceu na biblioteca, seus olhos se abrindo feito pratos, muito mais espantado do que os irmãos ficaram, pois ele podia ver além do rosto que Deus vestia, ele podia ver a própria imagem do divino.

— Pai? - A pergunta flutuou no ar, e por um segundo Dean achou que teria que amparar o anjo que parecia em choque. Chuck apenas sorriu de forma terna, Castiel sempre fora um bom filho e seguidor.

— Explicações você disse? - A voz de Eileen chamou a atenção de todos, ela parecia mais calma agora, ainda sentada na poltrona – Já pode começar.

Castiel se acomodou próximo a Chuck, a expressão hipnotizada, incapaz de dizer qualquer outra coisa. O escritor por sua vez, arrumou-se na cadeira, voltando a encarar Eileen, tentando se preparar para dizer em voz alta algo que há muito ele escondera – Vocês apareceram logo depois que eu derrotei minha irmã – Começou – E eram algo que eu nunca esperei que encontraria na minha existência, vocês eram criaturas que possuíam um poder páreo ao meu ou o de minha irmã. - Chuck soltou um longo suspiro, olhando rapidamente em direção aos Winchesters – Eu aprisionei a Escuridão, por medo do que ela poderia fazer aos meus recém-criados humanos, e então, de repente, eu me vejo cercado por cinco criaturas que também poderiam por suas mãos na humanidade. - Ele se levantou, caminhando de um lado para o outro.

"Meus arcanjos, eles adoraram vocês, Lúcifer em especial tomou um interesse muito grande por Cimmeris. Você o acalmou de uma maneira que eu não achei que seria possível, e isso, mais do que qualquer outra coisa me assustou. Ver o poder que os Mitrahá exerciam ante minha criação mais poderosa e perfeita, me fez pensar o que poderia acontecer com as almas imperfeitas dos humanos. Eu tomei uma decisão, logo depois de convidar vocês para o paraíso, eu já havia tinha tudo mente..."

O Livro de EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora