Viagem Inesperada

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Enquanto voltavam para casa, o clima no impala estava além do constrangedor. Castiel e Eileen foram no banco de trás, e o anjo nem mesmo tentou disfarçar que estava encarando a menina. Todas aquelas novas informações e nenhuma resposta, Dean disse que ele saberia de tudo que precisava assim que eles chegassem ao bunker. Eileen por sua vez, não sabia o que dizer ou para onde olhar. Segurava o frasco que continha a essência de Lúcifer, que provou ter um comportamento estranho: se qualquer um dos outros rapazes a segurasse, o espectro azul se rebelava e tentava quebrar o vidro, mas uma vez que estava nas mãos de Eileen, ele parava e se tornava calmo.

— Cas, dá um tempo. - Dean começou, pelo retrovisor ele observou que o anjo olhava para a menina como se ela fosse algum animal exótico.

— Desculpe. Me desculpe. - Disse para Eileen – É só que ela ainda está emanando poder. - Virou-se para Dean – Vocês não podem ver, mas eu sim. É diferente de qualquer coisa que eu já tenha sentido.

Foi a vez de Eileen se desculpar – Eu não sei como fazer parar – Disse olhando para Castiel – Mas se for de alguma forma incomodo, não seria melhor parar e esperar que isso passe. Eu posso caminhar um pouco por ai até que toda magia tenha acabado.

— Não, não é incomodo, é só que... - A verdade é que ele não conseguiria explicar, o sentimento variava entre o espanto e a sensação de ameaça, apesar disso não era ruim, porque alguma coisa na menina o fazia ter certeza de que ela jamais agiria de maneira a feri-los.

Naquele momento a conversa cessou dentro do impala, e eles nada disseram até estarem uma vez mais no bunker. Assim que puderam descansar, todos sentados ao redor da mesa na biblioteca, eles começaram a longa narrativa sobre como conheceram Eileen. Castiel manteve uma cara de interrogação durante toda a história, mas não a interrompeu em nenhum momento. O caso do carro chamou especialmente a atenção dele, isso e a parte final da história que culminava com o novo poder da menina e o pedido de Dean para que ela os ajudasse a tirar Lúcifer de Castiel.

— Dean, eu entendo que você queria me ajudar, mas eu não estava com Lúcifer de má vontade, eu escolhi. - Ele disse por fim, seu olhar se tornou sério – Achei que eu seria mais útil desse jeito.

— Você achou que seri mais útil desse jeito? - Dean começou, a voz mostrando sinais de irritação – Cas, você faz ideia da preocupação que você causou na gente? O que te fez pensar que você precisava se aliar ao Lúcifer pra ser útil? - A princípio Castiel nada disse, ele apenas desviou os olhos de Dean e encarou o chão por alguns segundos.

— Eu pensei que talvez ele pudesse derrotar a Escuridão. - Falou por fim, voltando os olhos novamente para o mais velho – Todo mundo estava fazendo o melhor que podia, mas eu não podia fazer nada.

— Não vem com essa. - A voz de Dean se alterou ainda mais, ele sabia que em algum momento a conversa teria que chegar nisso – Nós não precisamos do Lúcifer antes, não vamos precisar dele agora. Nós temos a Eileen, ela é a chance mais certa que nós já tivemos até agora. - Enquanto o mais velho falava, sua respiração se tornou acelerada e audível. Sam e Eileen só observaram, deixando que o mais velho botasse para fora o que ele precisava dizer.

— Me desculpe Dean. - Catiel disse apenas – Mas agora eu voltei pra mesma situação de antes, eu sou completamente inútil nessa batalha.

— Eu não veria desse jeito. - A voz de Eileen fez-se ouvir, ela tinha um olhar calmo – Quero dizer, você me curou. Eu teria passado muito tempo me recuperando se não fosse por você. - Ela então olhou para os irmãos – Isso é uma carta branca pra realizar os feitiços na medida que eu quiser sem me preocupar muito. - Ela finalizou dando de ombros como se dissesse "Faz sentido não faz?".

O Livro de EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora