PROIBIDO,MAS EU QUERO

33 DE VOLTA PARA CASA

                                                                          AMAMENTANDO 

Quinze dias depois eu recebo alta e volto para minha casa,meu filho ja havia recebido alta e já estava lá a minha espera,estou indo  para aquela casa   onde nós estávamos nos escondendo,no carro fico em silêncio  o tempo todo ,sei que o delegado ,quer dizer meu pai biológico esteve ão meu lado todos os dias daquela internação, sei também que meu silêncio o machuca e o deixa triste,mas eu não consigo pensar em nada para lhe dizer,minha cabeça esta vazia de tudo,parece que nada mais me interessa  ou me importa,por mim eu nem devia ter saído dali com vida,   eu não mereço viver e muito menos  ão lado de uma criança pura e inocente ,o Dom me mostrava fotografias dele, que foi tiradas todos os dias,ele no seu primeiro banho em casa nas mãos da Martina,tomando a primeira mamadeira,o senhor Atos trocando a fralda,ele chorando,sem falar do videos mais do que engraçados deles ão lado do bebê,ele me mostrava cada uma delas e ainda me contava como tudo havia acontecido,eu apenas olhava e chorava,eu fiz o médico me prometer que não lhes diria nada sobre o real motivo que me levou para a UTI, quando sai do hospital   recebi todas as receitas e ainda um encaminhamento  para acompanhamento com um psiquiatra,mas assim que entrei no carro eu o rasguei e joguei ali mesmo no chão ,psiquiatra não trata  dor e vergonha do mundo,aliás para isto nem tem medicação,porém mesmo assim eu sei que vou ser massacrada pela vida, por aquilo que eu havia feito,e eu sei como a sociedade pode ser destrutiva quando ela quer,mas comigo não me importo nem um pouco,mas eu penso na vida do meu filho,na escola aquelas crianças não são nada bobas,e sabem ser maldosa também,eu o havia condenado a uma porcaria de vida,minhas forças foram sugadas e com certeza  não vou suportar esta cobrança,se pelo menos minha mãe ainda estivesse aqui,ela saberia como me ajudar e me apoiar,mas agora estou sozinha nesta vida,quer dizer, aquele que ajudou  me gerar  esta aqui do meu lado,todo pronto para assumi o papel dele de um pai,lá no quarto ele havia me contado toda sua história,acho que foi a única vez em que prestei atenção em alguma coisa,que não fosse minha dor,não Lívia,você esta mentindo,você também prestou atenção e muito naquela visita inconveniente daquela mulher,quando em um só dia o Dom precisou sai mais cedo,eu acabei adormecendo, e quando acordei eu a vi de pé olhando pela janela,a principio pensei que fosse a enfermeira,mas foi só ela se voltar para eu ver que  não era,magra  e muito bem vestida,cabelos brancos bem cortados e penteados,mas foi os olhos gelados dela que me fez estremecer debaixo da colcha

------Quem é você?e que veio fazer aqui,não quero visita de ninguém porra,sai daqui e me deixa em paz.

-----Isto pouco me interessa mocinha,até porque esta para nascer alguém que possa me impedir de fazer alguma coisa,quando me decido a fazer,bom eu teria escolhido outra hora e lugar para termos esta conversa,mas parece que você esta com muita pena de si  mesma para sai daqui.

-----Como se atreve a me julgar assim,quem pensas que é sua cretina?mas já que meu jeito não te agradou em nada,porque não leva esta caricatura de ser humano daqui ,e me deixa sofrer,ou ter pena de mim ou mesmo  morrer em paz.

-----Você bem que gostaria disso não é?mas não vou lhe dar esta satisfação, ainda não,eu só estou aqui para lhe dizer que  és a mãe mais covarde que eu já tive o desprazer de conhecer,todas as outras fez alguma coisa pelos filhos,algumas os matou antes que eles nascesse,sei lá, talvez porque não os queria,o motivo não importa agora,outras os teve  e depois os deu embora, e com isso fez a alegria de um casal que não podia ter filhos,mas e você?me diga o que fez por ele?nada,sequer o amamentou e nem se preocupou em saber se ele esta vivo ou morto,então me diga cara Lívia,o que te difere de uma mãe que teve sua filha e a deu embora?eu realmente não consigo ver a diferença,ela fez errado?talvez,mas não a abandonou e ainda se preocupou em procurar alguém para entrega-la.