Vida do outro lado da Rua (Concluido)

Capítulo 38.

Desesperado...

É assim que me sinto.

Culpei Ronald,  por ter deixado a minha Ellen ir.
O despedi, porem Regina mudou minha cabeça me lembrando que a culpa não foi dele. E se Ellen voltar e não ver Ronald aqui.
Eu teria outro problema.

Ellen gosta muito de Ronald.
Sinto até ciúmes.
Ela fazia questão de Ronald,  se juntar a mesa nas refeições.
Eles se gostam de verdade.

E em falar de culpa, pensei bem.
Não foi o telefone do Ronald que Amanda  atendeu.
Foi o meu...
E se alguém tem culpa nessa estória sou eu.
Errei todos os dias, quando a mantive distante da minha rotina.
Eu deveria ter assumido para o mundo o quanto eu a amo.
E ter feito de Ellen minha mulher. Passar por cima do preconceito e de minha mãe,  que jura não ter feito nada naquela noite, sei que é mentira.
Tem tanta culpa quanda amanda.

Minha vida hoje não tem mais sentido.
Me lembro de antes de Ellen...

Minha vida era diferente, era focado em meu trabalho. Saia com algumas modelos so para passar o tempo e dar umas gozadas.
Mais no final me deitava sozinho em minha cama. E era feliz assim.
Mais depois de conhece lá e me apaixonar.
Estou vazio, triste sem rumo, sofrendo.

Ja procurei Ellen em todos lugares possíveis e impossíveis.
Sei que ela não saiu do país.
Porem não foi para a sua casa, e nem para a das amigas.
Que por sinal querem ver o capeta vestido de saia rosa fritando sardinha, mais não a mim.
Tentei por diversas vezes me esplicar, porém não consegui e ainda me ameaçaram. Dizendo que se algo acontecer a Ellen eu sou um homem morto.

Preferia mesmo esta morto. So assim não estaria sentido essa dor que estou sentindo agora.

Toda semana deposito um valor na conta de Ellen, mesmo não querendo me ver eu não quero que passe nessecidades.
Resolvo dar a ela o espaço que precisa.
Mesmo sofrendo como um cão atropelado,  Ellen tem o direito de ser feliz. Mesmo que isso seja meu fim.

Ja se passou mais de um mês, e ja sei onde ela esta. Ela está vivendo em Petropolis, saca dinheiro sempre na mesma agência. Poderia ter ido ao seu encontro,  mais resolvo dar a Ellen o tempo que precisa pra pensar.
Meu coração ainda doi, sangra na verdade. Choro sozinho em meu quarto. Mais o tempo cura as feridas e ja consigo voltar a minha rotina.
E como sempre fiz antes dela, foco no meu trabalho.

Ja não são tão doloridas as noites que passo sozinho em minha cama.
O cheiro dela ja não existe mais.

Ellen pela segunda vez fugiu de mim.
A primeira ela tinha grandes motivos.
Sofri pra cacete e quando resolveu me ouvir. Entendeu tudo e me aceitou.
E agora que ela precisava me ouvir de verdade,  se foi não me dando a chance de me esplicar.
É muito fácil fugir dos problemas sem tentar soluciona los.
Eu não tive culpa fui drogado. Amanda tem culpa, minha mãe tem culpa. Mais eu não.
Mais foi mais fácil fugir, sem me dar o direito de me defender.
Fazer oque?
Melhor e tentar esquecer.
Seguir, se prefere essa vida que a tenha.
Tenho todas as mulheres que quero na hora que quero.
Não vou me restejar por uma p...
Ah é isso mesmo uma puta...
Dei meu amor, ela poderia ter sido mais compreensiva. Dei tudo a ela, tudo e ainda dou.
Mais não sei ate quando darei.
Meu amor esta virando ódio, so de pensar que pode está com outro ou outros.
Ela que seja feliz.
Longe de mim.

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Ellen

Saio da clínica em estado de choque.
Suzi, me faz mil e uma perguntas.
E eu não respondo nenhuma.
Minha cabeça so pensa em que sera de nossas vidas. A minha e do bebê que cresce em meu ventre.
Mesmo não desejando, ele é meu.
E agora terei que ser mãe.
Dentro de alguns meses minha vida ira se transformar.

Me pergunto se serei boa mãe se darei conta de suprir todas as  nessecidades dessa criança que não pediu para vir ao mundo.
Na verdade a culpa é minha.
Eu não me cuidei.
Não uzei camisinha e nem procurei um médico para controlar minha natalidade.
Estava tão feliz em ter Victor ao meu lado que nem se quer passou pela minha cabeça a ipoteze.
E agora que estou sozinha em uma cidade que não me gerou nenhum emprego. Não sei oque fazer.
Tem o dinheiro que é depositado toda semana.
Sei que é Victor,  sei também que a essa altura ele ja sabe onde me encontrar.
Saco sempre no mesmo banco, então se ele realmente quisesse ja teria me encontrado.

Nesse quase dois meses que estou hospedada aqui.
Consegui abrir mais minha mente.
Conheci pessoas maravilhosas, que por alguns momentos me fizeram esquecer dos meus problemas.
Mesmo nunca citando os reais motivos de esta aqui.
Ja me perguntaram algumas vezes de onde venho e etc..., mais sempre dou uma desculpa e troco de assunto.

Daniel é quem sabe um pouco mais,
Lhe disse que briguei com meu companheiro e precisava de um tempo para colocar meus pensamentos em ordem.
Na verdade não fazia questão nenhuma de voltar.
E era aqui que iria recomeçar minha vida.
Imaginei tudo diferente,  encontrar um emprego, alugar uma casinha e quem sabe um dia encontrar um novo amor.
Mais nada disso deu certo,
Não arrumei emprego, muito menos uma casa.
A minha do rio ainda não coloquei para alugar, na verdade poderia ter pedido para minhas amigas fazerem isso, mais a quase dois messes não ligo meu telefone.
Minhas amigas devem esta loucas me procurando.
Não pensei nisso.
Deixei meu telefone desligado desde o dia que chequei, não queria receber ligações de Victor.  Eu sei que ele me procura ou procurou.
Mais esqueci das outras pessoas que me amam de verdade e as fiz sofre.

Vou a minha primeira consulta médica e descubro que ja estou grávida a três messes.
Mais so agora comecei a sentir os sintomas.
Minha menstruação nunca faltou,
Sempre chegou no dia certo.

Quando trabalhava na rua usava pilula e camisinha.
As vezes esquecia da pilula, mais tinha a camisinha para me protejer.

Mais depois que fui viver com Victor,  não me preocupei com isso.
Afinal estava vivendo com o homem da minha vida, e que ja tinha me proposto casamento. Meu sonho era construir família com ele.
Não assim tão rápido.
Mais estava tão focada nele.
Ele era meu tudo. Meu porto seguro e acabou...

Na semana seguinte, Suzi me chama para uma conversa.

Me diz que na próxima semana termina mais um aluguel do chalé.
So que ja estamos entrando no inverno e é a epoca que tem muita procura.
Então infelizmente o valor que pago por mês para morar aqui, é o valor que ela cobrará por um fim de semana para as pessoas que se hospedaram.
Então ela não podera mais cobrar esse valor.
Eu ja sabia que isso iria acontecer.
Sabia que com a chegada do inverno,  os preços seriam outros.
So não esperei que seria tão caro.
E no fim o valor que teria que pagar por mês alugaria uma casa de dois quartos em outro lugar.
Sei que ela me olha meio estranho.
Sempre me pergunta pelo pai do bebê.
Não quero falar sobre minha vida.
Ela está sendo invasiva.
Aqui sou uma hospede, apesar de ter criado umas amizades, não tenho que expor a minha vida. E ela se portar como a proprietária do chalé,  não a vizinha fofoqueira.

Isso ja estava me irritando então digo a ela que na proxima semana irei partir.
Ja percebi que ela não me quer por aqui.
Mãe solteira, sem passado e ainda com amizade com seu irmão?
Pois é... complicado.

Durante a semana que passa eu penso em várias soluções.
Mais nenhuma se encaixa com minha nova realidade.
Se não estivesse gravida, voltaria para rua sem problemas, mais agora não posso, tenho o meu bebê e vou me virar do jeito que der.
Penso em procurar uma quitinete por aqui mesmo ou em outras cidades proximas. Mais não rola nada.

Então a melhor e unica solução que me resta é voltar para minha casa.
Falar com minhas amigas e tentar algo por la mesmo.

A unica pessoa que não quero ver  é o Victor.
Se depender de mim,  nunca saberá do meu bebê.
Vou cria-lo sozinha,  eu serei sua mãe e seu pai.