Capítulo 47.

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Ana Laura.
Esse é o nome da minha princesa moço.

Falo com o rapaz que está bordando em uma maquina uma das toalhas que estou comprando para o enchoval de minha bebê.

Hoje recebi o meu primeiro salário.
Não tem noção de como estou feliz.
Depois de muitos anos, desde a última vez que recebi, na lanchonete que trabalhei durante o verão.

Resolvo gastar todo o meu salário soado, com as coisinhas de Ana.

Passeio pelas ruas do centro do rio, entrando em cada loja que vejo.

Me sinto tão completa, feliz...

Comprei um berço tipo camping,  que posso desmontar quando Aninha estiver acordada. Almentando o espaço na minha peguena casa.

Compro bastante coisas, entre chupetas, mamadeiras, bodys, calsas com pé e sem pé. Entre outros.
Mais oque mais comprei foi tiaras. Comprei de todas as cores e modelos.

Ja imagino minha peguena toda produzida.

Volto para casa ja no início da noite.
Pego um transito bem complicado na hora do roch.

Ao estacionar vejo Victor, me aguardando encostado em seu carro.

_Onde você estava?
Ele grita.
Não entendendo seu desespero o olho me perguntando o motivo da isteria.

Vou até ele e lhe dou um  estalinho.

Vou até o porta mala do carro e começo a tirar todas as sacolas de dentro.

_O que é isso Ellen?

_O enchoval da Aninha.  Respondo com o melhor sorriso que posso dar.

_Enchoval? Ta louca? Porque não me chamou para ir com você?
Eu queria comprar tudo para nossa filha do bom e do melhor.

_Hei calma Victor... porque está falando assim?
Comprei algumas coisas, não tudo.
Recebi meu primeiro salário hoje e quiz comprar algumas coisas.
Passei uma tarde maravilhosa escolhendo umas roupinhas.
Vem me ajuda aqui ao invés de ficar reclamando sem parar.

Ele vem até o carro e tira algumas sacolas e a caixa com o berço.

Entro em casa e Victor me manda sentar e faz mais duas viajens ate o carro e trás o restante das sacolas.

Quando entra com as últimas sacolas, estou agarrada com um vestidinho, lilás lindo. Parece roupinha de boneca.
Victor olha e se espanta.

Ele aranca o vestido da minha mão e o analisa.
Joga na cama e começa revirar as sacolas.  E por fim olha pra mim e diz.

_Minha filha não vai usar estas roupinhas baratas da rua da alfandega.

Me assusto não so com sua atitude, mais sim com suas palavras.

E continua.
_Você não precisava comprar nada disso.
Isso aqui ela não vai usar, nen isso, muito menos isso...
E ia jogando as roupinhas no chão.

Fiquei o olhando sem reação.
Não acreditando em que vejo.
Todo meu dinheiro sendo jogado no chão. Todo o amor que depositei em comprar cada pecinha de roupa.

Minhas lágrimas gritavam em meus olhos, e Victor não via.
Estava focado em destruir toda a minha alegria e conseguiu.

Levanto da cama sem o olhar de cabeça baixa e vou em direção a porta.

_Aonde vai Ellen. Diz ao me ver com a mão na maçaneta.
_Eu não vou a lugar nenhum.
Quem vai é você.
Consigo reunir cada palavra entre as lagrimas.

Vida do outro lado da Rua (Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora