Meu vizinho Youtuber | Lucas Olioti - T3ddy #Wattys2017

O vulto

—Ôooo, menina! Você tá bem? -Perguntou novamente o vulto.

—Deus, eu sei que eu fiz várias coisas erradas, mas eu sou nova demais pra ir embora... -Eu disse ainda com a cara enterrada no piso.

—Oxi... -Disse o vulto.

—Oxi? Deus, você me mandou alguém baiano? -Eu disse me levantando revoltada. Não que eu seja xenofobica, longe disso.

—Que? Você bateu com a cabeça menina? -Perguntou um cara que vestia uma calça jeans toda rasgada nos joelhos, uma blusa branca que era mais cumprida que a cintura e uma tiara com orelhinhas de gato.

—Gente do céu. Você me mandou um gay, Deus... EU AMEI! -Eu disse olhando para cima e fazendo gestos de agradecimento com as mãos.

—Gay? O quê? Quem é você? -Perguntou o garoto da tiara de gato me olhando com cara de sério.

—Eu que te pergunto! -Respondi.

—Eu perguntei primeiro... -Ele retrucou de braços cruzados.

—Mas eu quero saber... -Falei com uma de minhas sobrancelhas arqueada.

—O quê? -Ele perguntou.

—Ah? -Eu perguntei em seguida.

—Você tá me deixando tonto! -Ele respondeu com as mãos agora na cabeça.

—Eu que estou tonta! -Falei.

—Tá, espera aí... Você tá me zoando. -Ele disse rindo de canto. Era um sorriso falso.

—Eu? -Questionei sem entender nada, e lá no fundo um pouco irritada.

—É, você... Sério que você não sabe quem eu sou? -Ele questionou.

—Não! -Eu respondi.

—Como que não? -Ele perguntou incrédulo.

—Eu não sei nem quem sou eu, quem dirá saber quem você é... Não, mas esper... Ah, eu sei sim! -Eu respondi.

Ele sorriu animado. Idêntico a uma criança quando ganha doce.

—É claro... Você é o vulto! -Eu disse.

—Não! -Ele falou bravo. Talvez indignado.

—Ah... O gay? -Questionei.

—NÃO! EU SOU O T3DDY B3AR... -Ele respondeu irritado, se afastando e entrando em um dos apartamentos.

—QUE MANÉ URSO O QUÊ GAROTO DOIDO! -Eu gritei.

Eu havia me machucado muito feio assim que cai, só depois que entrei em meu apartamento e fui direto para à frente de um espelho que percebi o enorme corte na minha testa.

—Aii... -Eu disse ao tocar no corte.

E depois de cinco minutos nos quais eu limpei o corte e fiz um curativo, eu segui a observar o apartamento. O mesmo já estava mobiliado exatamente do meu gosto. Graças a minha mãe.
Estava lindo e inovador. Eu estava mais do que contente, sem falar na enorme parede que em vez de ser de concreto, era de vidro.