Laura On* Pulsos unidos.

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Acordei com minha visão perfeitamente nítida, o que me deixou feliz. Finalmente eu estava enxergando novamente, e isto me deixou um pouco mais esperançosa. Já a dor na minha cabeça só aumentava, o líquido que escorria da minha cabeça até os meus ombros, na verdade era sangue. E eu pude chegar a essa conclusão quando a minha visão voltou ao normal. Pelo lado bom, ele havia parado de escorrer. Cheguei na conclusão de que havia secado. Pelo lado ruim, uma dor era constante e eu literalmente não me lembrava de nada, nem de como havia chegado ali. Minha história estava em branco na minha cabeça.

Me assustei quando um cara entrou no cômodo onde eu estava. Nas suas mãos ele carregava uma bandeja elegante e chique onde a comida que estava sendo carregada sob a mesma era pra mim. O cara que era alto, musculoso e repleto de tatuagens aleatórias pelo corpo, se parou na minha frente e colocou a bandeja do meu lado esquerdo. E quando fui me dar por conta, eu estava sentada com as pernas esticadas no chão. Minhas canelas amarrotadas em uma só corda que as unia, o mesmo ocorria com os meus pulsos.

-Ei garota, tá tudo bem com você? -O homem de aparência bruta questionou.

-Minha cabeça dói. Eu não lembro de nada da minha vida. E o pior, não faço ideia de onde eu estou... E sim, é claro que está tudo bem comigo. -Falei em tom de deboche e ele suspirou irritado.

-Eu só estou fazendo o meu trabalho. -Ele disse desatando o nó nas cordas que unia meus pulsos. Logo em seguida, ele fez um corte com uma faca de caça em uma das cordas que uniam minhas pernas e eu suspirei de alívio.

-Nossa, isso é um alívio. -Falei enquanto massageava meus pulsos. As minhas articulações estavam atrofiadas. Eu não me movimentava a sei lá quantos dias, eu não fazia nem 1% de noção de tempo. -Dói muito.

-Deve doer ... -Ele disse fazendo uma cara de compreensão. Algo me dizia que no fundo ele era uma pessoa do bem.

-É melhor você se alimentar. Você perdeu muito sangue, e sem falar da cor da sua pele ... Está mais pálida do que uma folha de ofício. -Ele falou enquanto eu só conseguia sentir minha cabeça latejar.

-Por que a minha cabeça dói tanto? E porque eu estou sangrando? -Questionei.

-Não posso falar muita coisa pra você. Isso não é meu dever. -Ele disse, logo apontando para a bandeja. Aquilo foi como uma ordem. Ele estava mandando eu parar de falar e comer, e foi o que eu fiz.

Coloquei uma bandeja de comida sob minhas pernas. Eu estava fraca demais, era nítido. Não sei se meu corpo aguentaria ficar de pé, sem falar que o mesmo não recebia nenhum alimento e nem água a séculos. Pelo ao menos era o que aparentava ser.

Eu comecei a devorar a comida que havia sob a bandeja. Eu estava com tanta fome, era imensa que se comparava com alguém que nunca tinha comido uma comida na vida. Devorei o prato de comida em menos de três minutos, o que fez com que o homem que estava caminhando de um lado para o outro lentamente no quarto, se apavorasse.

-Ei, vai com calma. -Ele falou enquanto olhava com seus olhos arregalados para a bandeja,que  não se encontrava nada mais além do pote de sobremesas e da gigante taça de suco. Ao lado, estava uma garrafa de água.

-Eu não entendo porque estou aqui. O que querem de mim? -Perguntei pra ele antes de virar a taça de suco na minha boca e seca-lá em segundos.

-Não se trata de você! -Ele disse e eu arqueei a sobrancelha, o que fez com que ele tomasse a palavra novamente. -Eu já disse pra você ... Pare de fazer perguntas que eu não posso responder!

-Desculpa. -Pedi e ele assentiu.

-Estou indo. Você vai ficar trancada nesse quarto, não tente fazer nada de errado porque você está sendo vigiada. -Ele disse levando seu olhar sombrio até uma das quatro câmeras que ficavam nos cantos da parede. -Um médico vem suturar sua cabeça! -Ele concluiu e saiu do quarto levando o garfo e faca cujo eu havia usado para comer minutos antes.

Meu vizinho Youtuber | Lucas Olioti - T3ddy  #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora