Laura ON* Pois não querida?!

1.7K 92 25
                                    

Eu havia chegado ao meu destino. Ele não era um dos meus preferidos, mas era necessário naquele instante da minha vida.

Toquei a campainha e uma mulher alta, ruiva, de cabelo curto com cachos, abriu a porta.

—Bom dia, em que posso lhe ajudar? -A mulher perguntou.

Eu tinha minhas dúvidas de que ela era a atual esposa de meu pai, mas também eu não podia ter certeza sem perguntar.

—Eu sou a Laura. Eu gostaria de falar com meu pai! -Falei.
—Seu pai? Como assim senhorita? -A mulher questionou.

Ok. Eu já estava acreditando na hipótese de que a "namorada" do meu pai tenha me mentido o endereço.

—Ah, acho que foi um engano! -Falei logo dando as costas e descendo os degraus da escada que levava até a enorme porta.

Nos meus últimos passos ouvi uma voz suave vindo da porta, a mesma fez com que eu me virasse e me deparasse com uma mulher muito bem vestida, com uma postura elegante e uma enorme barriga de gestante.

—Acredito que a moça que me telefonou ontem seja você! -Ela disse arqueando uma de suas sobrancelhas e sorrindo levemente.
—Na verdade, eu telefonei para meu pai. Mas algo interferiu nisso! -Falei grossamente.

Eu já estava disposta a meter o louco mesmo, eu já estava tão irritada. Todos os meus problemas e mágoas passam constantemente em minha mente e isso só faz com que eu me sinta cada vez pior.

A mulher suspirou profundamente e mesmo com minha resposta grossa, ela não deixou o sorriso de seu rosto sumir.

—Bom, eu me chamo Nathalie e essa é a Tessa, nossa governanta. Entre e sinta-se em casa! -Ela disse.
—Impossível! -Retruquei e logo entrei na casa.

Era uma pequena mansão, tudo tão lindo e detalhado ao máximo. Não posso negar que a pessoa que decorou essa casa tem extremo bom gosto.

—Por favor Tessa, chame meu esposo George e retire-se. -Pediu ela para a mulher ruiva.

Ok, ok. Já tá chamando meu pai de "esposo". Eu sinceramente não estou preparada psicologicamente pra ver isso.

—Estou a espera de seu irmãozinho! -Ela falou.
—Uau. -Falei demonstrando dessinteresse.
—Ok. Já entendi. Vou deixar você aguardando seu pai! -Ela disse prestes a se retirar da sala.
—Agradeço de coração! -Eu disse revirando os olhos e logo pegando meu celular em mãos.

Ela havia adentrado a sala de jantar, a qual era muito bonita e grande por sinal. E eu fiquei ali, sentada no sofá aguardando meu pai por cerca de dez minutos. Sim, dez minutos... Os quais pareceram 10 anos pra mim.

—Filha! -Ouvi uma voz vindo do fundo, a mesma era semelhante a do meu pai.
—Oi. -Falei me levantando do sofá e guardando meu celular no bolso.
—Como você está? Quanto tempo! -Ela disse me abraçando fortemente -eu retribui-.
—Estou bem. -Respondi.
—Ah, sente-se... -Ele disse apontando delicadamente pro sofá.

Ele estava tão diferente, não somente seu físico mas também no jeito de agir.
Sentei-me no sofá e ele em outro e assim ficamos frente a frente, um pouco distantes.

—Como foi a faculdade? -Ele perguntou.
—Incrível! -Respondi.
—Já pensou no que você vai se especializar? E que tal pediatria? Ou cardiologia? -Ele me perguntou animado.

O sorriso no rosto dele, me fez congelar. Seis anos atrás eu havia partido com destino ao Canadá para fazer faculdade de medicina, na visão dos meus pais! Mas não, eu cursei publicidade e propaganda.

—Desculpa, talvez o que eu vá te dizer agora irá te desapontar um pouco... Mas não mais do que você desapontou nossa família! -Eu disse fazendo com que ele me olhasse com um olhar de desentendimento.
—Laura... -Ele tentou explicar algo, mas eu o interrompi.
—Não me formei em medicina, me formei em propaganda e publicidade! -Eu disse o olhando nos olhos, e logo reparei seu olhar surpreso.
—Eu não te entendo. Nunca entendi, você sempre foi tão louca! Mas eu acredito que você teve seus motivos... -Ele disse compreensivo.
—Sim, eu tive. Obrigado por entender! -Eu agradeci.
—Enfim, fico feliz por você ter vindo aqui... Pensei que jamais veria você novamente! -Ele disse e aquelas palavras me machucaram lá no fundo.
—E eu pensei que teria uma família unida ao voltar do Canadá! -Retruquei.
—Laura, muitas coisas mudaram... Sua mãe, só sabia trabalhar e trabalhar! -Ele disse.
—Eu pude notar que muitas coisas mudaram! -Falei olhando ao redor da casa e lançando um olhar para "mulher" do meu pai que estava sentada na mesa de jantar, mexendo no nootbook.
—Nathalie! -Ele disse.
—Ela já me disse o nome dela. -Falei.
—Nos conhecemos no trabalho... Ela é a dona do hospital em que eu trabalho, o marido dela morreu há dois anos e ela tá aprendendo a administrar o hospital. -Ele falou.
—Ah, e agora você vai ajudar ela a administrar o hospital que era do marido dela que simplesmente morreu? -Questionei.
—Laura, você tá insinuando que matamos o marido dela pra ficarmos juntos? -Ele me perguntou segurando a risada.
—Eu não! -Respondi.
—Enfim, nós marcamos a data do nosso casamento pro mês que vem! -Ele disse sorridente.
—Pensei que já fossem casados... -Eu disse sem ânimo.
—Não! Estamos planejando uma cerimônia grandiosa... -Ele disse.
—Isso dói tanto... Saber que a minha família não vai ser mais a mesma! -Falei.
—Laura, eu sentia isso desde que sua irmã Kamilly se formou em medicina e se mudou pra fazer residência no Rio de Janeiro. -Ele disse suspirando profundamente.
—Era um sonho pra ela... -Falei relembrando da formatura da minha irmã.
—Era um sonho da sua mãe, não dela! -Ele disse.
—Eu não queria isso, eu queria ver você e a mamãe juntos! Por mais difícil que seja... -Falei parecendo uma criança de oito anos.
—Sabe, eu não queria trair ela... Eu sei que fiz errado e que sou culpado por isso, mas foi tudo tão de repente e quando fomos ver, Nathalie estava grávida! -Ele explicou com um olhar de chateado.
—Ela teve no meu apartamento, me falou coisas horríveis e eu... Me afastei dela, mas sinceramente eu não sabia disso tudo. -Falei.
—Ela vai ficar bem, eu estou cuidando disso... Sua tia Sarah está morando com ela e ela está frequentando psicólogos. -Ele disse.
—Eu quero procurar ela, pretendo falar com ela melhor... -Falei.
—E o Pedro? -Ele perguntou e fez com que eu sentisse um sentimento horrível.

Eu sinto que somos órfãos, que não temos mais a quem recorrer. E eu me senti tão mal quando ele simplesmente perguntou do meu irmão sem ao menos saber que ele está morando comigo... E eu me pergunto, e se ele não estivesse? Onde quer que ele estivesse morando, meu pai não estaria ligando.

—Ele está sobre a minha responsabilidade! -Falei.
—Eu tive uma briga feia com ele antes de sair de casa! -Ele comentou.
—Porque? O que aconteceu? -Questionei.
—Ele estava com comportamento estranho, eu não sei explicar... Mas eu quero conversar com ele, quero ser amigo dele, quero estar presente! -Ele disse.
—Bom, eu já vou indo... Não tenho mais nada pra fazer aqui! -Eu disse me levantando.
—Nao vai perguntar sobre seu novo irmão? -Questionei ele.
—George! -Disse Nathalie chamando meu pai.
—Pois não querida?! -Ele perguntou.
—Nós temos um compromisso daqui a meia hora! -Ela o lembrou e ele assentiu.
—Bom, não quero atrapalhar! Foi bom termos falado sobre tudo o que aconteceu... -Falei.
—Laura, eu vou enviar uma quantia de 6 mil reais pra você e pro Pedro... Por mês! Será o suficiente? -Ele questionou.
—Não, eu não quero o dinheiro dessa mulher... E não adianta negar, porque eu sei que é dela sim! Eu vou começar a trabalhar essa semana ainda, e agora eu lembrei de que tenho um contrato pra assinar nesse exato momento! Eu vou indo... -Falei o abraçando e caminho até a porta de entrada.

De repente Nathalie surgiu ao meu lado e estendeu sua mão para me cumprimentar.

—Eu sei que não sou a pessoa favorita no mundo pra você, mas eu quero que você saiba... Que eu o amo de verdade! -Ela disse ainda com a mão estendida.
—Que bom que você sabe que você não é a minha pessoa favorita no mundo! -Eu disse dando as costas e saindo pela porta.

Eu decidi ir caminhando até a minha casa, eu sentia o forte vento batendo contra a minha face. Eu podia sentir minhas bochechas queimar, e a refrescancia que o vento trazia era gratificante.
Eu estava tão nervosa, eu queria que tudo aquilo fosse um pesadelo e que brevemente eu iria abrir meus olhos e iria acordar. Eu podia sentir, que eu não estava mais vivendo e sim, apenas existindo.

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

Capítulo 1/? [Maratona especial por 6k]

Oi gente amada, bom... Primeiramente eu quero agradecer pelas 6 mil visualizações e segundamente quero agradecer a todos que acompanham a história.

Quero pedir desculpas por eu postar semanas sim, quatro semanas não... E enfim, me desculpem mesmo.

Espero que tenham gostado desse capítulo, se sim... Já deixa o votinho e comenta muito!

[Capítulo revisado ✓]

Amo vocês! ❤️

Meu vizinho Youtuber | Lucas Olioti - T3ddy  #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora