Já faz uma semana desde que eu tive uma conversa um pouco quanto séria com a Lua. Eu fiquei esperando ela até tarde, e quando ela voltou, o seu rosto estava em meio a lágrimas. Isso é tão complicado pra mim, e eu descobri que ela é realmente apaixonada pelo Lucas, e além dele fazer ela chorar ele também confirmou que tem "interesses" a mais além de profissionais. Eu realmente me sinto um lixo de amiga, me sinto tão mal... Eu não sabia mais o que fazer, eu necessitava daquele emprego, mas mesmo assim eu me sentia péssima.
Eu estava me preparando pra uma caminhada na beira da praia, até que o telefone tocou e o meu mundo desabou. Minha mãe havia sido internada em uma clínica psiquiátrica. Meu irmão já estava indo em destino a clínica, quando me telefonou e avisou. Isso poderia ser o fim de tudo, eu estava afundando aos poucos.
Pedi um táxi, e depois de alguns minutos que se pareceram décadas, eu havia chegado na clínica. Me identifiquei e depois de eu preencher uma longa e demorada ficha de identificação, me concederam a entrada.
Ao abrirem a porta do quarto pra mim poder entrar, e ao ter a visão dela deitada em uma maca, com uma camisa de força a controlando, meu coração doeu e minha cabeça girava. Eu não conseguia processar nada. Ao olhar pro meu irmão, que chorava na beira da cama, o meu automático me levou a ir abraça-lo.
—Ela não é mais a mesma. -Ele disse me olhando nos olhos e logo se afastando de mim.
—Porque não vai tomar um ar lá fora? Eu fico com ela até o efeito do remédio passar e ela acordar. -Sugeri a Pedro, e ele aceitou. Logo saiu do quarto e me deixou sozinha com ela.
Me aproximei dela, segurei uma de suas mãos e logo tive a visão complexa de seus pulsos com alguns cortes. Ela estava se auto-mutilando. Todas as memórias que tive ao lado dela, poucas na infância, passaram pela minha cabeça em alguns instantes e logo senti um imenso vazio. Apesar de tudo, de todos os momentos em que ela me deixava como segundo plano e escolhia o trabalho como primeiro, eu sabia que ela me amava.
—O-Onde eu to? O que tá acontecendo? -Ela perguntou enquanto acordava lentamente e quebrava o silêncio do quarto.
—Você está em um lugar melhor! -Respondi.
—ONDE EU ESTOU? -Ela perguntou com o tom totalmente alterado enquanto se debatia.
—Você foi internada em uma clínica. -Respondi.
—NÃO, NÃOOO! ME TIRA DAQUI, EU QUERO IR EMBORA. -Ela começou a gritar.
—Eles vão te dopar de novo se você continuar gritando. -Falei e fiz com que ela parasse e ficasse olhando pro teto enquanto escorriam lágrimas dos olhos dela.
—Deixa eu te ajudar... -Falei enquanto pegava uma das mãos dela novamente pra segurar, mas ela puxou pra si e virou o rosto pro lado.
—Eu acho que você ainda não entendeu, não é mesmo? -Ela perguntou voltando seu olhar para mim.
—Eu não vou te deixar, não vou te abandonar... Não agora! -Respondi determinada.
—É, pelo visto você não entendeu! -Ela disse suspirando pesado.
—Não, o que você quer me dizer? -Perguntei preocupada.
—Laura, eu não faço questão de te ver mais... Eu não gosto de você! Tanto faz sua existência pra mim agora. -Ela disse fazendo com que o mundo na minha volta parasse.
—Você não sabe o que tá falando, é melhor eu chamar a enfermeira! -Falei prestes a virar de costas, até que ela me parou com sua voz.
—Me diz o que você quer? Eu já cumpri meu papel de mãe com você... Paguei todos os seus estudos, cursos, caprichos, sua faculdade que foi uma decepção pra família, te dei um apartamento... Agora me fala, o que mais você quer de mim? Dinheiro? Pode pegar um cheque, eu assino! -Ela disse fazendo eu ficar péssima, sem chão.
—O que eu realmente sempre quis você nunca pode me dar; amor de mãe! -Falei com o sentimento de raiva expandindo pelo meu corpo.
—Eu até confesso que no começo, eu queria fazer você parecida com a sua irmã... Mas logo percebi que você jamais vai chegar aos pés dela. Olha pra ela, olha pra onde ela tá, e agora olha pra você! Você nem precisava existir pra mim. -Ela disse balançando a cabeça negativamente.
—Você não precisa falar mais nada pra mim... Eu já entendi tudo, e não tenho mais nada pra fazer por aqui. Eu só desejo que um dia você melhore, e que consiga voltar a ser pelo ao menos quem você era antes, não tendo tempo pra família... Mas pelo ao mesmo sendo humana! -Falei saindo do quarto, enquanto segurava ao máximo o choro.
Na saída, encontrei Pedro se aproximando da entrada da clínica com uma garrafa de suco na mão.
—Trouxe pra você, porque tá indo embora? -Ele questionou.
—Eu escutei coisas que eu não esperava escutar nunca na minha vida, mas acabei escutando, e da minha própria mãe ainda por cima... Então acho que eu devo ir pra casa! -Falei depositando um beijo no rosto dele e me afastando.
—Espera, vamos conversar! -Ele pediu.
—Mais tarde, eu preciso de um tempo agora. -Conclui me afastando totalmente dele.
Segui caminhando lentamente pelas calçadas, até eu chegar no meu destino. Passei direto pela portaria e adentrei o elevador. Me encostei na parede do elevador enquanto esperava os curtos minutos se passarem. Eu estava tentando esquecer o que eu passei na clínica, e deixar de lado, mas era impossível. Ao sair do elevador, fui procurar minhas chaves na bolsa e tudo se esparramou pelo chão. Como sempre tudo dando errado na minha vida, portanto não liguei muito e comecei a juntar tudo do chão. Porém, me assustei quando vi um par de tênis se aproximando de mim, mas me aliviei quando levantei meu olhar pra cima e encontrei o Lucas.
—Laura, olha... Eu preciso fazer uma coisa e te dizer outra! -Ele disse nervoso.
Eu apenas me levantei do chão e o abracei fortemente e ele retribuiu logo em seguida, o que me fez fechar os olhos e suspirar profundamente. Eu estava me sentindo segura, eu sabia que podia confiar nele. Eu estava pensando na Lua, mas eu precisava daquilo.
—Na verdade não era bem isso que eu queria fazer! -Ele disse.
—E o que você queria fazer? -Questionei.
—Isso! -Ele respondeu segurando a minha cintura com uma de sua mão, enquanto levava a outra pra segurar meu rosto, ele aproximou o rosto dele do meu e eu conseguia sentir a sua respiração pesando, mas de repente ele parou.
Então cansei de pensar nos prós e contras, cansei de pensar na distância dos nossos lábios. Se outros vissem, que vissem! Que importa? Talvez a Lua, mas eu não ia conseguir resistir... Não me aproximei lentamente, fui rápida, para não deixar dúvidas da minha certeza, da minha segurança, coloquei minhas mãos em sua cabeça e a puxei para mim. Tenho certeza que ele ficou espantado, mas não importo, pois tenho certeza que ele gostou, caso contrário, não teria correspondido ao meu beijo. Nada de selinho, foi um beijo, como a uma valsa dançada por nossas línguas.
⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐
Amores, eu achei esse um capítulozão da porra... E se vocês também acharam;
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•Aceito sua opinião e sugestão pra história.
•Capítulo revisado.Ah, e agora estamos com capa nova! Agradeço de coração o Joaun (meu amigo/leitor fiel) que fez. Eu amei de verdade e espero que vocês também tenham, se não, paciência...
Obrigada por tudo, eu amo vocês! ❤️
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Meu vizinho Youtuber | Lucas Olioti - T3ddy #Wattys2017
FanfictionRecentemente formada em publicidade e propaganda pela melhor universidade do Canadá, Laura retorna ao Brasil. Sua loucura e seu sorriso contagiante irão mudar e marcar diversas vidas principalmente a de um humilde garoto que está cada vez mais próx...