Histórias foram contadas de todas as formas sobre a existência de lobisomens e suas companheiras. Há quem diga que já viu ou sentiu sua presença, outros nem sequer cogitam a possibilidade desses seres realmente existirem.
Abigail não acredita em...
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— Júlia, sem correr, por favor. — As palavras de Abigail não surtiram efeito na criança, ela continuou a correr, olhando para todos os lados, encantada e agitada. Olhando atentamente, daria para ver a indecisão de Júlia sobre qual brinquedo escolher primeiro.
— Deixa ela, Abby, o parque irá embora na próxima semana e sabe-se lá quando ele voltará. — Chistian parou ao seu lado, os dois olhando para a criança que não parava de pular. — Aqui estão as fichas para os brinquedos.
— Obrigada. — Estendeu a mão e pegou as fichas, haviam ali mais fichas do que ela havia pedido para ele comprar. Abby sorriu em agradecimento por ele ser tão bom quando se tratava de Júlia. — Eu sei e vendo ela assim, feliz, me deixa com o aperto no peito de que ela não aproveite tanto a infância e seus amiguinhos por minha causa.
— Nada disso, você não quer abandonar a casa dos seus pais e é compreensível. Claro que estar afastada da cidade e dos amigos pode não ser legal, mas você dá todo o amor que ela precisa, demonstra isso em cada gesto. Você respira Júlia. — Aproximando-se, Chris tocou levemente o rosto de Abby, pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha, descendo a mão, pousou ao lado da sua bochecha e ficou acariciando ali. — Cada decisão que você toma, sempre pesa o que pode ou não afetá-la.
Ao sentir sua pele da sua nuca queimando, Abby afastou-se do toque e olhou ao redor para ver o que poderia ter provocado esse efeito nela. Mas nada chamou sua atenção. As pessoas ao seu redor, a maioria pais e casais de namorados, estavam distraídos olhando para as coisas do parque, ninguém parecia estar ligando para eles dois. Contudo, alguma coisa estranha estava acontecendo, seu pulso estava acelerado, já era uma indicação.
— Ei. — Voltando seu olhar para frente, viu o rosto de Chris confuso. Ela estava com vergonha da companhia dele? Pensou Christian. Talvez, por qual outro motivo ela olharia ao redor? Certificando-se que ninguém estava nos vendo juntos. — Algum problema? Se foi o toque, me desculpe, foi por impulso.
— Não, não foi isso. Achei... — Por um minuto ela pensou em deixar para lá a sensação, mas decidiu que não havia problema em contar. — Eu pensei ter sentido algo que me chamou atenção.
— E quem era? — Tentando esconder os ciúmes na voz, sendo malsucedido, Christian começou a espiar ao redor, procurando alguém que poderia ter obtido a atenção de Abby por alguns segundos.
Ao ouvir seu tom, ela semicerrou os olhos. Mas escolheu deixar para lá, tanto a pergunta quanto ele, não iria criar um caso e estragar a noite de sua menina. Voltou a olhar ao redor, não procurando quem ou o que, e sim, tentando encontrar Júlia que há poucos minutos estava perto da piscina de bolinhas. E lá estava ela, com a cara fechada enquanto conversava com Paulo, o mesmo garotinho que ela reclamou mais cedo. Ao vê-la colocando as mãos em punhos apoiadas na cintura e fazendo uma cara zangada, percebeu que era hora de tirar Júlia dali, aquela era sua pose de combate, a que sempre usava quando alguém não estava deixando-a feliz.
