JOSHUA - PROTEGE (PAUSA)

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Muitíssimo obrigada pelo carinho, significa muito para mim.

-Gracias-ThankU-Grazie-Obrigada-

ABIGAIL

Pelos dias que se seguiram, Christian não saiu do meu pé e sempre tinha algo a dizer sobre mim. Não me deixando outra saída a não ser me esconder em alguns cômodos improváveis da casa ou não voltar para minha casa nos horários em que voltava. Minha intenção era exatamente evitar um encontro desconfortável entre nós dois, mas ele parecia não dividir da mesma opinião, já que fazia questão de trazer sempre um único assunto à tona: Joshua. Todos os caminhos levavam para um mesmo fim e desse fim só saía discussão sem cabimento.

Eu não tenho nada com o Joshua e, principalmente, nada com o Christian, não havia motivos para toda aquela perseguição. Estar limpando o porão da casa era mais difícil nos dias normais de trabalho, deixava para dar uma geral em todo este ambiente uma vez por mês, já que pouco se entrava aqui e o que tinha eram coisas usadas ou sem muito uso. Eles nunca gostaram de se desprender de objetos que algum dia foram seus. Um exemplo bem claro é o meu antigo relacionamento com Chris, ele não aceitou o nosso fim.

Agachada ao lado da mesa, limpo o chão nos menores locais, tirando manchas quase inexistentes, na intenção de demorar o máximo possível, torcendo para que ele se canse de me procurar. Até tomo cuidado com a respiração para que ela não fique tão pesada, o porão está silencioso o suficiente para se ouvir até as batidas do meu coração. Eu não posso me esconder para sempre, porém, não quero ficar muito tempo próxima a alguém que pode prejudicar meu trabalho mais do que ele já está. Desde a bronca que eu levei do prefeito, ele me olha de maneira desconfiada, qualquer coisa já é motivo para críticas enormes. "A comida está sem sal.", "A comida está com muito sal.", "A casa está cheia de poeira.", "Está muito encerada, corremos o risco de cair.", "Júlia faz muito barulho.", "Não faça tanto barulho com o aspirador.", "Você está silenciosa demais, nem parece que está trabalhando.". Tive que enfrentar poucas e boas quando o prefeito estava em casa, ele trouxe outras visitas "importantes" para um almoço ou jantar de negócios, antes me colocou no meu devido lugar e não me apresentou novamente a nenhum dos senhores importantes. O que para mim estava tudo bem, nunca gostei de humildade forçada e quando se está no meio político, é só o que se vê.

― Onde está Abigail? ― A voz irritada do prefeito ecoou pela casa, trazendo uma vibração ruim até onde eu estava. Me levantei rapidamente e ajeitei o cabelo desgrenhado por ter ficado muito tempo trabalhando e suando. ― Abigail? Onde está essa empregada?

― Sim, senhor? ― Escolhi um tom de voz calmo, não querendo mostrar meu mau-humor que foi refletido por tudo o que passei nesses últimos dias. Saí carregando os produtos de limpeza para mostrar que estava fazendo meu trabalho. ― Algum problema?

― Claro que tem algum problema, estou te procurando há horas e você deu uma sumida. Não vai levar a sério o seu trabalho? ― Eu sabia que ele estava exagerando, os seus olhos me desafiavam a falar algo contrário as suas palavras. Obviamente optei por assumir a culpa e baixar a cabeça, escutar alguns minutos de sermão sobre o quanto sou imprestável e que estou perdendo pontos com ele ao agir dessa forma, era a melhor escolha, visto que o outro lado era ficar sem emprego. Ao final, já pressionada o suficiente, ele se deu por satisfeito e continuou: ― Preciso que você faça a lista dos itens que faltam na casa e depois compre-os. Quando terminar a lista, leve ao escritório para que eu possa dar o cartão.

― Sim, senhor Barros. ― Pedi licença e caminhei rapidamente em direção a cozinha, precisava fazer essa lista o mais rápido possível, para evitar certos encontros. 15 minutos depois já estava com tudo anotado, fui ao escritório do prefeito e ele estava falando mansamente ao telefone. Bati na porta para anunciar minha chegada, fazendo com que ele parasse de falar, me lançando outro olhar de desagrado. O homem não tem jeito mesmo! ― Já estou com a lista pronta.