18 (Bônus)

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Christian saiu da propriedade sendo arrastando por um grandalhão, ele bem que pensou em lutar para correr atrás de Abigail, mas no final optou por esperar que as coisas esfriassem. O problema, ele enfim raciocinou, foi ter perdido a cabeça. Já fazia anos que ele não necessitava partir para a agressão, não desde a escola, onde conseguiu afastar diversos garotos que queriam rodear sua namorada. Christian ensinou uma ou duas lições de que eles não deveriam se meter com o que pertencia a ele.

Batendo a porta do carro com mais força do que o necessário, desejava poder continuar surrando aquele homem que estava no seu caminho desde que veio morar na cidade. Ele estava querendo ficar com sua mulher, mesmo tendo dado grandes socos nele, não foi o suficiente para aliviar a raiva que tinha invadido seu corpo. Christian desejava ter uma arma mortal em suas mãos, só assim conseguiria se livrar mais facilmente do ser indesejado.

Seus problemas eram resolvidos, sim, na base da agressão. Mas não havia uma plateia ao seu redor quando ele usava seus punhos. Repreendeu-se por perder a cabeça tão facilmente. Júlia, sua cúmplice e apoiadora estava contra ele depois de ter visto seu lado agressivo. A criança havia ficado assustada com a reação de Joshua no hospital e assim, foi fácil convencê-la de quem era melhor na vida de Abigail.

Agora, não só não tinha mais uma cúmplice, como também afastou ainda mais a chance de ter Abby de volta, deixando-a ferida e jogada ao chão. Nada estava funcionando como planejado. Desde que despertou pela manhã, sentiu que havia algo faltando, notou o que era assim que foi ao quarto de Abigail se desculpar por seu ato na noite passada. Não havia qualquer mala, roupa ou livro pelo quarto, a cama revirada era o único sinal de que alguém esteve dormindo naquele quarto. Assim que desceu as escadas, seu pai anunciou sua decisão de mandar Abby embora e deixá-la sem emprego.

Foi estúpido da sua parte ter contado com o seu pai para ter uma conversa séria com Abigail, ele notou, a única coisa que importava para o prefeito era a sua imagem. E se Abby resolvesse falar o que passou por trás daquelas portas, iria prejudicar sua carreira.

Sentou-se em uma mesa do barzinho, ligou para seus amigos, Marcos e Fernando, queria contar tudo o que aconteceu e pedir conselhos de como resolver. Alguma ideia, mesmo que pequena, de como tiraria Joshua da jogada. Muitos poderiam dizer que era cedo para beber, mas ele podia fazer isso a qualquer momento, seu pai o sustentava enquanto ele não encontrava um emprego. Concluiu a faculdade de direito, porém, ainda não havia tentado um trabalho fixo.

Fernando chegou batendo no ombro de Christian. Eles não falaram nada sobre o porquê de estarem àquela hora da manhã. Enquanto Fernando chamava alguém para servir sua bebida, Christian se afogava na sua, com os olhos fixos em nada, mergulhado em seus pensamentos. Sua vida nunca mais foi a mesma desde que Abby terminou com ele, já não se reconhecia, não fazia nada mais do que ficar pensando em maneiras de trazê-la de volta aos seus braços, de onde ela nunca deveria ter saído. Mas cada tentativa sua não surtiu efeito, ela sempre falava que ele deveria seguir em frente, tentar ser feliz com alguém que o amasse como ele merecia.

Besteira pura. Poderia seguir em frente quando quisesse, tentou se convencer. Só não queria viver sua vida sem ela ao seu lado.

Eles haviam feito promessas de que não se separariam. Nunca. Mas por conta dos seus pais, ela o deixou e quebrou o futuro planejado dos dois. Christian continuava convicto de que tudo iria voltar a ser como antes, eles formariam uma família, faria com que cada desejo dela fosse atendido.

― Vocês, homens desocupados, sabem que hora é? ― Marcos vestia uma camisa e calça brancas, estava no plantão, mas tinha tirado alguns minutos para o descanso, o que ia pesar quando ele realmente quisesse tirar um cochilo.

JOSHUA - PROTEGE (PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora