Histórias foram contadas de todas as formas sobre a existência de lobisomens e suas companheiras. Há quem diga que já viu ou sentiu sua presença, outros nem sequer cogitam a possibilidade desses seres realmente existirem.
Abigail não acredita em...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Alice tagarelava sobre o jantar que não conseguiu escapar e que aconteceria esta noite. Falou sobre como Marcos estava dando para trás no acordo deles e que a repreensão estava toda sobre ela, já que era a única da relação que estava desinteressada em se casar. Nós decidimos nos reunir aqui depois que deixamos Júlia na escola, iria aproveitar meu dia de folga para me reunir com minhas amigas e deixar Joshua cuidar dos assuntos da matilha. Já que desde que fui morar ali, ele não saiu do meu lado.
— Você pode acreditar? Eu conversei com ele para espalhar que terminamos e sabe o que o idiota fez? Foi chorar na barra da saia da mamãezinha! — Exasperada, Alice pegou a xícara de chá e tomou um longo gole. — Ele quer ser o bom menino enquanto eu sou a garota má da história!
Ela levantou a mão para chamar Cecília que estava limpando a bancada, olhei para sua xícara enquanto ela levava novamente à boca e tomava o resto do chá.
— Uma xícara não é o suficiente, pegue um copo e enche com meu cházinho, necessito me acalmar. — Alice entregou a xícara nas mãos de Cecília e voltou com as mãos para a mesa, batucando com os dedos, impaciente. Cecília riu do pedido da amiga.
— Olha o cartaz com os preços atrás do balcão. — Cecília apontou para a lista de tudo o que era servido no café e seus preços. — Nós servimos XÍ-CA-RAS de chá, não copos.
— Mas você não poderia fazer uma exceção para sua amiguinha de infância? — Alice olhou para cima e fez bico. Ri baixinho, olhando a cena. Cecília pareceu pensar por alguns segundos.
— Não, não posso. — E saiu rindo alto. A cafeteria estava deserta, só nós três estávamos ali, ainda era cedo, então tínhamos a liberdade de rir e conversar com um tom mais alto. Os poucos que entraram pediram café ou algum alimento para viagem. — E deixa de drama, o chá não vai evitar a merda que vai ser esse jantar. Além de aguentar papo de políticos e essa falsidade toda, vai ter que lidar com a sua família e a de Marcos. As coisas só irão mudar quando você se impor e escrever seu próprio futuro, pare de viver sob as perspectivas dos outros.
Irritada, Alice bateu com as mãos na mesa, fazendo com que meu café quase derramasse.
— Você está querendo me dar uma lição de moral? — Voltando com o pedido de Alice, Cecília deu um 'chega para lá' pra Ali dar um lugar para ela, e sentou-se, encarando a loira.
— Eu não estou querendo dar nada e nem vou comparar as nossas realidades, porque são completamente diferentes. Basta dizer para seus pais que não quer e pronto, Marcos não tem poder sobre você, a opinião dele nada vai mudar em sua vida. Não importa o quanto seu pai goste de dar ordens, ele não usaria sua influência para prejudicar o emprego que você conseguiu por mérito próprio. Sua mãe e seu irmão te amam e admiram, eu vi isso nas vezes em que tive que comparecer a esses jantares, eles falam e olham para você com orgulho, e qualquer decisão que tomar, eles estarão ao seu lado. Você não está sozinha, diferente de... do que você pode pensar.
