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Incheon, Korea
Residência dos Kang

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JiSoo analisou seu corpo por alguns segundos, as marcas roxas ainda estavam lá, por todo lugar. O loiro continuava encarando o corpo da menor mas não havia malícia em seu olhar, muito pelo contrário. Havia pena.
-JiSoo...O que acontece com você dentro dessa casa?
Jackson se levantou, caminhando até ela, que se encolheu e deu alguns passos para trás, batendo as costas contra a parede.
-Eu...
-Me diga a verdade, por favor. Eu juro que não contarei nada para ninguém.
-Meu pai, ele me violou algumas vezes e...E ele me bate, quase todos os dias.
Murmurou entre alguns soluços, mas eles diminuíram quando ela sentiu Jackson rodear seus braços em volta dela e a puxar contra seu peito.
-Sinto muito, Soo. Não vou deixar esse monstro encostar mais um dedo em você.

⊰❉⊱⊰❉⊱

Jackson terminou de colocar as malas de JiSoo no táxi, estendendo a mão para a garota que permanecia sentada na calçada com o rosto entre as mãos, observando o poste piscando do outro lado da rua.
-Ele nos viu.
Murmurou, levantando após pegar na mão de Jackson.
-Foda-se ele. E foda-se meu pai também, eu vou passar na minha casa, pegar a minha mãe e vamos embora dessa merda.
Jackson abriu a porta do carro para JiSoo, que lançou um último olhar para a janela do quarto de seu pai, vendo-o a olhar com um cigarro entre os dedos e um sorriso malicioso nos lábios.
-Nojento.
JiSoo apoiou a cabeça no ombro de Jackson, vendo as ruas passarem rapidamente pela janela do carro. Jackson parecia ansioso demais e olhava as horas em seu IPhone de dois em dois minutos.
-Não fique ansioso, vai dar tudo certo.
Jackson sorriu para JiSoo, segurando na mão da menor, entrelaçando seus dedos devagar, vendo suas mãos se encaixarem perfeitamente uma na outra.
-Espero que sim, JiSoo.

⊰❉⊱⊰❉⊱

Jackson sentiu a mais nova ao seu lado segurar sua mão com mais força e se encolher atrás dele assim que ambos colocaram os pés na sala da casa.
-Jackson, não quero ir. Vou esperar aqui.
-Soo, eu sei que não quer ir mas também não vou deixar você aqui sozinha. Iremos sair rápido.
A morena balançou a cabeça, seguindo atrás de Jackson. Assim que ambos entraram no quarto, os olhos de Jackson se arregalaram. Não havia nada lá. A cama que sua mãe ficava, os armários com roupas e outros com remédios e até mesmo a tinta verde clara que decorava a parede. Estava tudo vazio e branco.
-Porra. - Jackson saiu do quarto, procurando por algum funcionário, porém não achou ninguém. A casa estava totalmente vazia. JiSoo soltou um suspiro trêmulo, algo estava errado - Porra!
-Jackson, o que aconteceu aqui?
-Eu não faço ideia. Mas sei onde procurar.
Jackson correu até seu quarto, pegando as chaves de seu carro e logo após entrar no mesmo, começou a dirigir em alta velocidade até a empresa de seu pai.
-Fique aqui dentro, não vou demorar muito.
Soo assentiu, mesmo não concordando totalmente com aquilo, ela não queria que Jackson se machucasse. Passou-se alguns minutos que Jackson havia entrado e JiSoo resolveu ir atrás dele, então saiu do carro e correu para dentro da empresa.
-Com licença, você não pode entrar aí sem autorização.
O segurança segurou no braço de JiSoo assim que a menor tentou entrar no elevador para ir ao último andar, onde ficava o escritório do dono da empresa.
-Sou noiva do filho do presidente, largue meu braço.
Ela puxou seu braço das mãos do seguraça e entrou no elevador, esperando impacientemente que ele chegasse até o último andar, e assim que o fez, a morena caminhou com passos apressados até a sala do presidente.
-Jackson!
Correu até o loiro, que estava sentado no chão perto da porta, tentando limpar o sangue do ferimento em sua testa.
-O que você fez com minha mãe, seu desgraçado!?
-Apaguei sua existência. Apenas isso.
Jackson se levantou e empurrou o pai contra a grande mesa de vidro, começando a socar seu rosto.
- Onde ela está!? - Gritou, ainda socando seu rosto - Onde ela está!?
-Morta!
O rosto do loiro empalideceu enquanto ele dava alguns passos para trás, balançando a cabeça.
-Aquela velha morreu de madrugada, apenas para me dar trabalho. - Ele observou o rosto do filho - Oh querido, não fique triste, você sabia que ela estava morrendo e não passava de uma doente patética.
-Jackson, vamos embora.
JiSoo segurou no braço do maior, tentando o puxar para fora da sala, mas ele ao menos se movia.
-O que você fez com o corpo dela?
-O corpo? Ah, não sei. Deve estar no fundo do mar, uma hora dessas.
Comentou com indiferença, levantando-se da mesa e dando um sorriso debochado para Jackson.
-Você vai pagar por isso. Seu fim está próximo, Wang.

❝Never Be❞ Jackson WangOnde histórias criam vida. Descubra agora