Capitulo 5 O julgamento

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O julgamento iria começar, todos estavam em silêncio, um círculo de Angelicais foi formado e no meio deles estava Uriel dentro de um espaço de quatro metros de comprimento por quatro metros de largura, em cada canto desse lugar tinha uma coluna de mármore emanando energia para manter o Arcanjo preso, caso ele quisesse fugir.

Com uma voz calma e suave, Arcanos iniciou seu discurso:

-Irmãos, estamos aqui reunidos para juntos julgarmos o Arcanjo Uriel. Ele é acusado de matar humanos sem o consentimento das autoridades divinas. O réu terá direito a defesa, que no caso será seus irmãos. - O Querubim levantou a mão para se pronunciar. O Serafim deu a palavra para o celestial:

-Eu também quero fazer parte da defesa do Arcanjo Uriel, se você me permitir. - Falou o Querubim abaixando a mão.

-Sim é claro... Vocês são livres para defender ou acusar o réu.

Uriel encarava Arcanos com olhar sério, não de raiva, mas de desaprovação.

-Você deseja falar alguma coisa Uriel? - Perguntou o Serafim.

-Eu quero ser o último a me manifestar.

-Que assim seja. Tragam a arma do crime.- Ordenou o Arcanos.

A Potestade se retirou do círculo e rapidamente retornou, trouxe consigo a espada de fogo do Arcanjo que foi confiscada quando ele foi preso. A lâmina estava fria e sem corte, parecia morta, pois estava sem suas chamas.

-Com essa espada, Uriel matou trezentas pessoas do mundo humano a três luas atrás, sabemos que ele já fez isso em épocas remotas, seguia ordens do nosso pai, mas isso não lhe dar o direito de o fazer por vontade própria quando bem entender, o Arcanjo deve ser punido.- Falou o celestial Tronos.

-Foi trezentos humanos que meu irmão tirou a vida, mas foi os da pior espécie, tipos, estupradores, bandidos, adoradores do mal, psicopatas, traficantes, assassinos, etc... - Rebateu Gabriel.

-Isso não importa, ele ainda continua errado. - Retrucou o tronos.

Rafael tomou a palavra:

-Senhores, o meu relatório é muito importante para o caso, ouçam com atenção. Nós Arcanjos, juntos com os anjos, entramos em batalha contra os Demônios no purgatório a algum tempo atrás. Nessa guerra, meu irmão foi ferido gravemente pelo pecado Ira, com um golpe de espada no coração, foi um milagre ele ter sobrevivido.

-Aonde está querendo chegar Rafael? - Perguntou Arcanos.

-Quando curei meu irmão, encontrei um pedaço da lâmina preso a sua aura, fiz uma pesquisa e acabei encontrando fragmentos de almas humanas no pedaço da espada do ser Ira. Isso significa que as armas que os pecados portam, foram forjadas com almas agonizantes, cada uma condizente com o seu pecado.- Continue.- Falou Arcanos. - Estou para concluir essa pesquisa, mas posso afirmar que ao ser ferido em combate, Uriel foi contaminado por algum tipo de energia negativa correspondente ao pecado Ira. Classifiquei isso como a "Doença dos anjos".

-Arcanjo Rafael, nós da classe celestial somos imunes a qualquer tipo de doença... - Falou o ser Dominação.

-A nossa Aura sim, mas e a nossa mente? Exclamou o Arcanjo.

-Você estar querendo dizer, que Uriel tem algum tipo de energia negativa que estar controlando ele ?- Perguntou um anjo.

-Controlando... Ainda não, mas é questão de tempo se ele não tomar cuidado.

-Fale-me mais sobre as armas Rafael, como os pecados possuem armas forjadas por almas humanas, se quando eles nasceram, não tinha humanos?- Perguntou o ser Virtude.

-Os pecados são consequências do afastamento de Deus, nosso pai, suas armas foram forjadas bem depois.

-Por quem? Perguntou a Potestade.

-Lúcifer... - Respondeu o Querubim.

-Mais alguém tem alguma coisa a falar, antes que eu tome a minha decisão? - Perguntou o Serafim.

Miguel tomou a palavra.

-Arcanos... Pense no que vai fazer, Uriel já fez muito por nós, ele que treina as nossas tropas de anjos, é uma fonte de inspiração para nossos guerreiros por suas façanhas em batalhas. Por tudo que meu irmão já fez, eu peço que ele receba o perdão pelos seus atos.

Aproveitando a deixa, o Querubim falou:

-O Arcanjo Uriel merece o perdão porque só tem um ser que odeia o mal mais do que eu e esse ser é ele.

O Serafim balançou a cabeça em sinal de positivo:

-Arcanjo Uriel, como desejado, você será o último a falar, pode começar quando quiser.

O celestial encolheu as asas, e olhou para todos em sua volta:

-Matei humanos sem autorização sim, algum tipo de energia me influenciou para que eu matasse aconteceu sim, mas não perdi a consciência... Obrigado a todos que me defenderam. Na minha opinião, nada disso teria acontecido se o Serafim não fosse inexperiente em nos liderar. Mas essa foi a vontade de Deus, nosso pai. Então Arcanos, faça o que tenha que fazer. Eu juro para vocês que sempre serei leal ao bem, nunca me tornarei um Nefilins.

-Levarei tudo em consideração, tentarei ser o mais justo possível. Eu lamento se não correspondi a suas expectativas. - Falou o Serafim.

Os seres celestiais fizeram um breve recesso, apenas Uriel permaneceu no seu lugar.

O Arcanjo provocou sem sucesso Arcanos com suas palavras, os dois seres não tinham muita afinidade, Uriel sentia que o Serafim não pegaria leve com ele, mas independente da decisão, o Arcanjo não se importava mais, no fim das contas ele sabia que o que tinha feito, era errado.

Pouco tempo depois, os celestiais retornaram a seus lugares no círculo, o Serafim já tinha a sua decisão:

-Arcanjo Uriel, após consultar todos aqui presente, eu tomei uma decisão.

Todos olharam para Arcanos.

-Eu o condeno a se tornar um ser humano por um século. Você nascerá entre eles, viverá com eles e morrerá no mundo deles. Após isso, você volta ao seu posto de Arcanjo aqui no Éden. Seus poderes angelicais serão retirados, apenas a sua consciência vai permanecer, pois com isso se lembrará dos seus erros que cometeu. Estar proibido de usar os seus conhecimentos para combater o mal enquanto for um ser humano, deve-se se manter longe desses assuntos.   

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