Capítulo 14 O agente que morreu de olho aberto

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Depois de uma longa demora para ver o caso de Natan, o pessoal dos direitos humanos resolveram ir até a Febem que o menino estava preso. Eles estavam a caminho do lugar.

O celestial foi levado para a sala do agente Marcos, mas antes disso, ele foi espancado por outros três agentes do lugar.

Natan entrou na sala e foi obrigado a se sentar, o garoto estava com o rosto cheio de hematomas e algemado por questão de segurança. Marcos dispensou os agentes e após saírem da sala, ele fechou a porta e se sentou para interrogar o menino machucado.

Sangue escorria da cabeça do Arcanjo, ele estava tonto e sentindo muita dor.

O agente acendeu um cigarro:

-Então Natan, você vai me dizer como arrumou aquela faca? Viu a carnificina que fez?

O agente deu uma tragada no cigarro.

O celestial sussurrava algo que Marcos não entendia.

-Fale mais alto.- Falou o agente dando outra tragada no cigarro.

O celestial continuou sussurrando. O menino estava com os olhos quase que fechados, eles estavam ficando vermelhos, Marcos não reparou isso.

O agente amassando a ponta de cigarro no cinzeiro, se levantou e deu a volta na mesa, virou a cadeira de Natan para si e disse:

-Moleque maldito, já enfrentei outros como você, e em todas eu venci, é apenas mais um menino valente que ousa me desafiar, vou te matar.

Sem paciência, Marcos deu um forte soco no nariz de Natan, que foi para trás com o impacto do golpe.O garoto se postou na cadeira após a pancada sofrida, sentia o sangue descer pelo nariz e passar pela sua boca.

-Estou com problemas com a minha voz, não consigo falar alto, sinto falta de ar. - Falou Natan bem baixinho, olhando para o canto da sala com olhos meio abertos.

Marcos se aproximou mais do celestial para tentar ouvi-lo. Ele pôs o ouvido próximo da boca do menino. O Arcanjo reparando que o agente não olhava para ele, arregalou os olhos e se preparou para a investida, ele teria só uma chance, depois de feito, não teria como voltar atrás, se o fizesse, morte certa.

Tudo foi muito rápido, Natan pegou um pouco de impulso, calculou bem o lugar onde atacaria, então ele deu uma cabeçada em Marcos, mas com tanta força que fez o agente cair no chão. Por sorte do destino, o golpe do celestial atingiu o queixo do Marcos, com isso ele teve um breve desmaio, Natan se levantou, estava furioso:

-Não podemos matar ele, teremos sérios problemas se o fizermos.- Falou a consciência do Arcanjo.

-Se não matarmos ele, os problemas serão ainda piores.- Retrucou a energia negativa.

Os agentes que estavam do lado de fora da sala, batiam na porta para auxiliar Marcos, mas ela estava trancada, então eles tentavam arrombar a fechadura.

Natan estava com o gosto do seu sangue na boca, ele se aproximou do pomo-de-adão, conhecido como o gogó, e ali instalou seus dentes, fazendo o máximo de pressão que podia.

Marcos abriu os olhos e gritou, o celestial continuou a morder, até que seus dentes dilacerou a garganta do agente. Imediatamente o Arcanjo cuspiu o pedaço e sangue de Marcos no chão.

Nesse mesmo instante, os agentes conseguiram arrombar a porta, um foi em auxílio de Marcos, os outros dois começaram a dar socos e pontapés em Natan.

O agente que tentou socorrer o seu superior que estava no chão, colocou as duas mãos para tentar conter o sangramento, mas o esguicho de sangue era muito alto.

Marcos se debatia no chão, seu sangue já banhara quase que todo o piso da sala e seu uniforme, foi quando ele foi perdendo a vida, seu corpo se contorcia pela última vez, se virou para o lado e viu os outros agentes batendo em Natan, o menino que tirou sua vida. Marcos morreu de olho aberto.

-Senhor... Senhor, não morra.- Falou o agente ao lado do defunto.

Enfurecido de raiva, o homem largou o corpo morto, pegou o cassetete e massacrou o Arcanjo.

O diretor da Febem, ao receber o pessoal dos direitos humanos, ambos foram procurar Natan pelo presídio. Foi quando eles viram quatro garotos mortos no pátio e uma gritaria na sala do agente Marcos. Ao se aproximar da tal sala, eles avistaram Natan sem consciência sendo espancado e do outro lado, um agente morto esguichando sangue pela garganta.

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