capítulo 1 Um garotinho de 10 anos

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A noite estava bela, o céu coberto de estrelas acompanhado por uma lua charmosa exibindo sua beleza, um clima fresco. Passava das 21:00hs, a psicóloga Aurélia e seu filho Natan acabara de sair de uma sessão de cinema, algo que eles faziam com frequência. Depois do filme, eles seguiam para casa, o trajeto era perto e não era tarde para eles caminharem pela noite na grande e violenta São Paulo.

Mãe e filho conversavam sobre o filme assistido, e já faziam programação para a próxima semana no mesmo cinema. Foi quando na porta de casa, eles ouviram gritos na casa do vizinho, o menino olhou de onde vinha o barulho, mas assim como sua mãe, entrou em casa sem falar nada.

Já dentro de casa, Aurélia foi até a cozinha para preparar um chá, Natan se sentou na mesa para ficar junto de sua mãe.

Depois de algum tempo, os gritos pararam, o menino puxava um assunto qualquer para começar uma conversa, mas a mãe havia ficado curiosa, se perguntava, o que estava acontecendo na casa do vizinho? A família com o sobrenome Dos Santos era conhecida de Aurélia por um longo tempo. Não se contendo mais, ela desistiu do chá, pegou na mão do menino e foram ver o que aconteceu com os amigos da casa ao lado.

Natan não queria ir, tentou sem sorte convencer a mãe, mas acabou indo contra a vontade e resmungando muito.

A casa da família Dos Santos, era um dos sobrados mais bem feitos da rua, por fora, tinha uma varanda bem aconchegante, o amarelo com detalhes em branco era a pintura que chamava a atenção do lugar, tudo bem feito e com muito capricho. O jardim do quintal, era um verde claro e bem cuidado. No lugar de muros, uma cerca de madeira pintadas a verniz.

Aurélia e Natan entraram na casa do vizinho sem apertar a campainha ou bater na porta, pois tinham muita intimidade, os dois viram um homem alto e barbudo fazendo um curativo no rosto devido a uma pancada que tomará, esse homem era o Sr. João. Ele estava na lavanderia sendo ajudado pela filha mais velha chamada Priscila. Passando por eles, atravessando a cozinha e caminhando até a sala, Aurélia e Natan viram uma mulher sentada no sofá, era a dona Marta, ela chorava muito. A mãe soltando a mão do menino se sentou ao lado da amiga e a abraçou:

- Marta... O que aconteceu contigo mulher?

- Aurélia, finalmente você chegou, o meu filho Alberto foi possuído por um Demônio.

A mulher se arrepiou, deu uma pequena tremida no corpo antes de falar alguma coisa:

- Mas como isso foi acontecer?

- Eu não sei, tem dias que ele vem agindo diferente, olha o que ele fez com o pai dele.

Alguém fechou a porta do quarto no andar de cima da casa e começou a descer as escadas, saindo dela, passou pela cozinha, deixou um frasco de água benta, um crucifixo na mesa e caminhou até a sala, era o padre Pedro, ele se aproximou das mulheres que conversavam:

- Dona Marta, Alberto finalmente dormiu.

- Graças a Deus padre Pedro - Respondeu Marta um pouco aliviada.

O padre se sentou no sofá, ele suava muito, mal conseguia falar direito, precisou tomar alguns goles de água e descansar um pouco, pois estava há horas rezando pelo menino tentando expulsar a alma maligna que tomará seu corpo.

Depois de terminar de fazer o curativo, Sr. João e Priscila também foram até a sala, ao ver o padre sentado no sofá, o homem barbudo falou:

- Padre Pedro, eu liguei para eles, me disseram que vão chegar a mais menos daqui uma hora.

- Você ligou para quem João? - Perguntou Marta com as lágrimas já contidas.

- Para o psicólogo Mateus e para o neurocirurgião Armando. Vamos fazer algo o mais rápido possível para Alberto voltar ao normal.

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