Capítulo 25 O ritual

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     Um grupo de cinco pessoas, trajadas com túnicas vermelhas, atravessaram a praça do anhangabaú e foram sentido a igreja da Sé. Andando por uma rua chamada "Direita", eis que eles pararam em frente a uma loja. Um membro do grupo, tirou as trincas da porta sanfona do lugar e a abriu.

O local era uma loja de sapatos de fachada, pois no interior do lugar, havia um cômodo grande, com um altar no meio. Em cada canto havia velas acesas. O grupo com três homens e duas mulheres ficaram em volta do altar, que tinha em cima dele, uma menina que aparentava ter dezoito anos. A moça estava desacordada.

O Arcanjo Uriel e o anjo Akirel observavam tudo de perto, eles também entraram no recinto. Nos arredores da loja, uma multidão de almas penadas vagavam atraídas por algum tipo de energia. Observando melhor a situação, Uriel reparou que um homem do grupo segurava um livro, prestando melhor atenção ao objeto, o Arcanjo concluiu que era um livro proibido para os humanos.

-Aquelas escrituras que aquele homem carrega nos braços, contém manuscritos proibidos para o ser humano.- Falou Uriel preocupado com a situação.

-Do que se trata ? - Perguntou Akirel.

-Necronomicon, o livro das leis dos mortos, esse é o nome dessa escritura. Ele ensina a fazer rituais e invocações malignas. Muito perigoso nas mãos erradas. Eu não entendo, achei que estava num lugar seguro. - Falou Uriel.

-Porque não o destruíram quando tiveram a oportunidade? - Falou Akirel observando o livro nas mãos do homem de túnica.

-Eu fiz a mesma pergunta em épocas antigas, mas os celestes superiores não deram importância para o assunto.

O homem de túnica abriu o livro e conferiu o que estava escrito, depois de algum tempo, ele proferiu algumas palavras em latim e puxou da cintura um punhal. A arma branca foi levantada até o alto pelo mesmo homem, após segundos ele lançou o punhal contra o peito da menina que estava presa no altar. O objeto cortante furou o tórax da menina e perfurou o coração. Sangue escorreu pelo altar, mas não chegou a respingar no chão.

Todos os membros que estavam ali no ritual, começaram a falar em latim, era uma espécie de invocação. Depois de muita insistência das mesmas palavras sendos repetidas diversas vezes, eis que o sangue da garota morta começou a borbulhar. Da suas entranhas, um corte foi feito, mas não de fora para dentro e sim de dentro para fora. Em vez do sangue cair, ele subia e ao mesmo tempo criava a forma de um monstro, era a entidade que começava a se manifestar ao ser invocada.

Ao ver a tal cena, os membros do ritual se postaram de joelhos diante da criatura. Numa voz forte e assustadora, a entidade falou:

-Quem ousa me invocar nesse mundo podre que é dominado pelos humanos?

O líder do ritual, o mesmo que portava o livro consigo respondeu:

-Somos nós meu senhor... Abrimos esse portal clandestino para vendermos a nossa alma? - Falou o homem demonstrando que estava calmo.

-Eu sou o rei do inferno, controlo quarenta legiões de demônios, darei o que pedirem, pois suas almas e de grande valor para mim.


Akirel segurou no cabo da espada, prestes a realizar um ataque contra o ritual, mas foi impedido por Uriel.

-São seres humanos, não podemos machucá-los.- Falou o sábio Arcanjo.

-O que faremos então ?

-Por enquanto, não faremos nada, apenas veremos no que isso vai dar.  

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