Natan e Karina estavam apaixonados, uma paixão que nasceu do nada, mas florescia e caminhava rumo ao amor. Contudo, os dois pombinhos não tiveram uma noite de amor ainda, pois Karina precisava da bença do seu pai, Natan respeitava a decisão da moça, mas quando eles se beijavam, a tentação quase os vencia.
-Não podemos ainda, se acalme, na semana que vem meu pai chega de viagem.-falou uma Karina quase se perdendo com seus desejos.-Tudo bem, sem problemas. -Respondeu Natan contendo suas tentações.
Era uma quinta-feira, quando o pai de Karina chegou de viagem, um homem branco, de cabelo grisalho, olhos escuros, com o corpo um pouco cansado pelo tempo de vida. Seu nome era Francisco. Ele era um homem de poucas amizades, sistemático e muito sábio.
-Natan passou dia trabalhando, após o expediente, correu para casa, tomou um banho e vestiu sua melhor roupa. Ele iria conhecer seu futuro sogro.
-Dona Maria, mãe de Karina, preparou a janta. Francisco se sentou na mesa, junto com sua filha. Foi quando a campainha tocou, era Natan. Karina correu até a porta e abriu para o namorado. O rapaz deu um beijo na moça e entrou, complimentou Maria e Francisco.
-Pai, esse é Natan, estamos ficando. Ele veio até aqui hoje para pedir ao senhor para namorarmos. Eu preciso muito da sua bença.- falou Karina para Francisco.
-O velho sábio se levantou da mesa, encarou Natan e falou:
-Karina, e seu antigo namorado? Como era o nome dele mesmo?
-Não quero mais saber daquele babaca, ele me traiu com uma ex amiga minha.- falou a moça um pouco enfurecida.
-Antes de aceitar seu novo namorado, eu preciso pensar. O melhor que temos a fazer é jantar. - falou Francisco se sentando na mesa novamente.
-Natan ficou em silêncio, encarou o velho da mesma forma que ele o encarou, não demonstrou fraqueza e medo. Francisco percebeu esse detalhe e gostou da atitude do rapaz.
-Na janta todos estavam em silêncio, foi quando o velho puxou assunto com o Arcanjo.
-Você faz o que na vida Natan?
-Eu sou pedreiro senhor. - respondeu o Arcanjo devorando a comida.
-Uma ótima profissão. E seus pais?
-Eu sou sozinho nesse mundo senhor, a minha mãe adotiva morreu num acidente de carro.
-Eu sinto muito.
-Ora Francisco, vamos mudar de assunto, estamos no meio da janta.- brigou Maria com o marido.
-É pai, a mãe está certa, vamos falar de coisas boas, nos fale da sua viagem.- falou Karina para quebrar o gelo.
Ambos conversaram durante a janta. Natan não entrou muito na conversa.
Depois de apreciarem a ótima comida que Maria fez, o Arcanjo e karina foram para a varanda para ficarem a sós. Francisco foi para seu quarto junto com sua esposa para assistirem televisão.
-Não sei coração, acho que seu pai não foi com a minha cara. - falou Natan sentado no banco da varanda fazendo cafuné em Karina.
-Ele é meio sistemático mesmo, o jeito dele de ser, mas no fim das contas, é uma excelente pessoa. - respondeu a moça curtindo o carinho do rapaz.- se acalme, tudo vai dar certo.
Mal Karina parou de falar, Francisco apareceu diante deles com um olhar sério.
-Mocinha, está ficando tarde, melhor você entrar. Quanto ao rapaz, em dois dias te darei uma resposta. - falou o velho sábio entrando para dentro de casa novamente.
Karina se despediu de Natan lhe dando um beijo, após isso ela entrou e o Arcanjo foi embora para sua casa.
Esses dois dias demoraram para passar, pelo menos para o Arcanjo e sua amada. Ele estava inquieto, tinha quase que certeza que Francisco não tinha gostado da sua pessoa. O receio de não poder namorar com Karina o assombrava, mas Natan não pensava muito nesse final.
A moça estava ansiosa, respeitaria qualquer que fosse a decisão de seu pai, ela foi educada assim. Mesmo com seus 23 anos, ainda aceitava que seus pais influenciasse em sua vida.
Francisco amava sua filha demais, não entregaria ela nas mãos de qualquer rapaz com más intenções, ele seria capaz de matar por ela.
E foi que os dois dias se passaram. Karina e sua mãe, foram até o centro da cidade para comprar roupa. Foi a oportunidade que Francisco precisava para conversar com Natan.
Era sábado, o dia estava nublado, se passava das 11:00hs, o Arcanjo tomava café em sua casa, quando a campainha tocou. Era Francisco.
-Bom dia garoto, eu te aguardo lá em casa para conversarmos sobre minha filha.- falou Francisco num tom sério.
-O senhor deseja entrar para tomar um café ?- perguntou Natan.
-Não obrigado. - respondeu o velho dando de costas para o celeste.
Já em casa, Francisco limpava seu revólver calibre 38, isso indicava que a conversa dele com o celeste não seria muito amigável.
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Arcanjos
FantasyEsta é a história do Arcanjo Uriel, condenado a ter uma vida humana por consequências de seus atos como um celestial, ele enfrenta as dificuldades da vida e da justiça dos homens. Apaixonado, o Arcanjo conhece a morte, caminha pelo inferno, cruza o...