Capitulo 28 A herança da Ira

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O Arcanjo Rafael congelou a cena que se passava, só de relembrar esses fatos do passado, Uriel se sentia incomodado.

-Então foi isso que fez despertar a ira de dentro de você.- Falou Rafael coçando o queixo.

-Foi sim.- Respondeu Uriel de cabeça baixa e com uma expressão de tristeza.

-É muito difícil presenciar um irmão ser destruído e não poder fazer nada.

-Foi terrível ver Akirel ser devorado.

-Vou esperar você se sentir melhor para prosseguirmos.- Falou Rafael colocando uma das mãos no ombro do irmão.

-Pode continuar, acho que nada mais me abala.

-Tudo bem então.

O Arcanjo Rafael continuou com a projeção do passado.

Voltando para a cena do prédio.

Uriel ficou paralisado, sua mente viajou para o lado mais oculto da sua consciência. Ele se viu diante de um cômodo fechado. O lugar era escuro, sombrio e até o momento desconhecido pelo Arcanjo.

O celestial estava no meio da escuridão, não era possível enxergar nada, até que ele sentiu um vulto rondar pelo local. Foi quando dois olhos vermelhos surgiu do meio das trevas e passou a encarar o Arcanjo. Se sentindo ameaçado, Uriel sacou a espada e atacou o vulto, mas sua investida apenas cortou o vento.

-Uriel... seja bem vindo.- Falou uma voz vindo da escuridão.

-Quem é você? - Bradou o celeste sem paciência.

-Eu sou você, e esse lugar é o seu lado sombrio, o meu lar.

O Arcanjo engoliu a seco as palavras do vulto e ficou em silêncio.

-Por hora o que tenho que te falar é isso. Agora volte para a realidade, pois você tem um demônio para destruir. Depois nos falaremos. - Falou o vulto se aproximando e por fim se jogando no Arcanjo.

O celeste Rafael estava vendo tudo o que ocorreu, pois a projeção que passava era das lembranças do seu irmão.

Uriel abriu os olhos, estava no alto do prédio, o demônio a sua frente acabara de comer o crânio de Akirel e o encarava. A besta rosnava e mostrava os dentes, parecia um predador com muita fome.

O ódio foi consumindo o Arcanjo, até que seus olhos ficaram vermelhos.

-A partir de agora eu estou na sua mente, não posso controlar a seu corpo, mas posso tentar manipular suas atitudes.- falou o vulto que agora estava na consciência de Uriel.

O celestial sacou a espada, mostrava os dentes em sinal de extrema fúria, partiu como um leão para cima do demônio. A besta por sua vez iria usar a mesma tática que usa-la contra o Anjo akirel.

O olhar de ódio do Arcanjo para com a besta era de se assustar, com a lâmina em mãos , ele lançou seu ataque, mas o demônio desviou e contra-atacou com a calda. Por milímetros, Uriel não foi atingido. Estava afoito, jogou de lado a sabedoria de combate, usava a selvageria e agia como algo incontrolável.

Os olhos do celeste ficava mais vermelhos a cada momento. Ele descobriu a arma da besta, que não teria mais o elemento surpresa. Uriel partiu para um novo ataque, a besta tentou fazer o mesmo movimento de esquiva, mas o Arcanjo foi preciso. Ele mirou seu ataque na cauda do demônio. A lâmina cortou o alvo em diagonal, fazendo esguichar sangue escuro para todos os lados. A fera gritou, mas não por muito tempo, pois o celeste trespassou seu crânio com uma nova investida.

Uriel puxou a espada ensanguentada e o demônio caiu no chão, sem vida. Aos poucos, a aura da sua alma foi se desfazendo, até virar cinzas.

Começou a cair uns pingos, indicando chuva.

Quando as cinzas da fera se desfez, o celeste se vendo fora de perigo, largou a espada e se prostrou no chão. Ele estava ofegante, os olhos ainda vermelhos e os dentes cerrados. A fúria ainda não havia passado.

-Vamos descontar o resto de nossa raiva nesse mundo.- falou o vulto que agora habitava na mente do celestial.

-É proibido tocar em qualquer ser humano, as consequências seriam drásticas. - respondeu o Arcanjo, arranhando o chão com as unhas.

-Vamos atrás dos humanos malignos, talvez possamos escapar das punições, e além do mais, você já matou humanos, acho que não daria tantos problemas assim.

-Matei, mas foi a mando de meu Pai. Agora não tenho o consentimento dele.

-Regras foram feitas para serem quebradas.

-Não posso quebrar as regras, mas minha aura está queimando de ódio. - Falou o celeste se tremendo e rangendo os dentes.

-Vamos atrás dos responsáveis por liberar esses demônios no mundo humano.

Sem falar mais nada, Uriel se levantou, pegou a espada, abriu suas asas e voou.

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