Capítulo 27: O banquete

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Seguindo o rastro do último demônio , Akirel foi parar em cima do prédio do hospital das clínicas, um centro médico público de maior referência em São Paulo.

O anjo avistou o resto do corpo da mulher que estava no ritual, no chão, rodeado de sangue e muito mutilado. A mesma que havia sido capturada na fuga dos demônios.

O celeste desembainhou a espada e ficou em estado de atenção, passou a andar em passos lentos e bem devagar. Sentia que seu alvo estava por perto, pois o seu odor indicava isso.

O Arcanjo Uriel estava a procura deles.

Já era de madrugada, lá em baixo, quase ninguém na rua, apenas mendigos e pessoas a espera de consultas no hospital.  O frio não dava trégua, a qualquer momento a chuva iria lavar a cidade. O que se ouvia era o barulho das sirenes e dos poucos carros na avenida, os humanos mal imaginava o que estava acontecendo.  

Foi então que a fera surgiu diante de Akirel, era robusto com o tom de pele acinzentado, olhos e chifres grandes, um ser muito assustador e seu cheiro era parecido com o de carne podre.

O anjo ficou em posição de ataque:

-Achei você, vou me certificar que volte de onde veio. - Falou Akirel com tamanha confiança. 


O demônio nada falou, aparentava estar desarmado, pois não tinha nada em mãos, apenas a boca suja de sangue.

Achando que estava na vantagem, o celestial atacou, mas ele não reparou que o demônio estava com a cauda escondida entre as costas, que era tão pontiaguda e resistente quanto uma espada.

Akirel lançou um ataque em diagonal, mas lâmina cortou o vento, pois o demônio desviou da investida, ele era ágil, em seguida num contra ataque rápido, a fera lançou a sua cauda em seu oponente, o objeto perfurante era longo e acabou estocando o peito do anjo, que imediatamente cuspiu sangue azul pela boca.

O Arcanjo Uriel sentia um terrível odor que vinha do prédio do hospital, ele foi averiguar. 

Pousando no local e fechando suas asas, caminhou pelo lugar, viu vestígios de sangue e um corpo mutilado. Foi quando, em uma parede que sustentava a caixa de água, o celeste encontrou vestígios de um líquido azul. Ele sabia o que era, ficou ofegante, não querendo acreditar. O Arcanjo olhou do outro lado da caixa de água, e presenciou aquela cena que desencadeou um grande processo de destruição da sua mente. A fera se banqueteava com a cabeça do anjo Akirel.

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