Arcanjos

Capítulo 4 - A Prisão

Todas as castas celestiais estavam do lado de fora do castelo de Uriel, entre eles, Arcanos, o regente do céu. O ser angelical era um Serafim, cabelos longos acinzentados, olhos azuis, um tom de pele branca, magro e com seis asas.

Arcanos foi escolhido por Deus para ficar em seu lugar, pois o criador iria se concentrar a criar um novo mundo para as almas humanas. Ninguém sabia em que dimensão o pai de tudo foi explorar para realizar a sua criação.

Os Arcanjos saíram do castelo, avistando todas as castas, eles se aproximaram. Todas as almas do céu estavam curiosas, cochichavam entre eles.

O clima do Éden aos poucos voltava ao normal, raios solares já penetravam pelas nuvens iluminando as montanhas do céu.

-Algum problema senhores? - Falou Miguel as outras castas que encarava ele e seus irmãos.

- Estávamos esperando vocês terminarem a secreta reunião que fizeram.- Falou uma das potestades. O Querubim aproveitou a deixa e falou:

-Querem nos dizer alguma coisa?

Rafael tomou a frente dos irmãos, ele sentiu que o clima estava tenso:

-Todo mundo tem que manter a calma, pois o assunto é delicado.

Uriel estava quieto ao lado dos irmãos, seu olhar era sério, o centro das atenções era ele, as castas celestiais não parava de o encarar com olhares de intimidação.

-Tudo bem.- Concordou o Querubim - Estamos aqui porque já sabemos o que aconteceu no mundo dos homens. Tenho ordens para prender o Arcanjo Uriel pelo assassinato de seres humanos sem autorização da autoridade divina. - Concluiu o Querubim que trajava sua armadura e com uma das mãos segurava o cabo da espada que estava na bainha presa a sua cintura. Ele estava preparado caso houvesse alguma resistência.

Observando a cena, Miguel se irritou e falou:

-Isso é um absurdo... Querubim, porque segura sua espada? Você procura por conflito?

Vendo a cena, Uriel entrou na frente do irmão furioso e falou para ele:

-Isso faz parte do procedimento Miguel, eu devo ir com eles, nossa batalha não é contra nossos irmãos e sim contra Lúcifer.

O Querubim se aproximou de Uriel.

-Eu apenas cumpro as ordens que me são passadas, me desculpe Arcanjo. Eu tenho um imenso respeito por você.

O celestial abaixou a cabeça e acompanhou o Querubim.

Arcanos não falou uma sequer palavra, ele apenas observou o episódio, vendo Uriel acompanhar o querubim, o Serafim juntos com as outras castas bateram em retirada, antes de abrir suas asas e voar, Arcanos ouviu Gabriel falar:

-Você não vai se manifestar quanto a esse assunto Arcanos?

O Serafim voou, mas ele respondeu:

- Vou me manifestar no julgamento.

Depois que todos os celestiais saíram da vista dos Arcanjos voando, Miguel se voltou para os irmãos e falou:

-Vou atrás de Arcanos e tentar convencer ele a não dar uma punição severa, vocês façam o que puderem para ajudar nosso irmão.

Os Arcanjos bateram asas e voaram, cada um seguiu por um rumo diferente.

Se passaram três luas do mundo humano, quando o Serafim convocou os representantes das castas angelicais para o julgamento do Arcanjo Uriel.

O local da convocação seria na montanha da discórdia, inabitável, localizado ao norte do Éden. Gramado em verde escuro, cercado por árvores, foi esse lugar em épocas antigas que Lúcifer e seus seguidores foram julgados e condenados às trevas.

Aos poucos as castas foram chegando, ao recolherem suas asas, iam formando um círculo em volta de uma espécie de quatro colunas de mármore que havia no centro do lugar, pois no meio dessas colunas estava Uriel como réu.

Estavam presentes todos os Arcanjos, alguns anjos, o Querubim Ramael, o mesmo que prendeu Uriel, o celestial Virtude, o Principado Angélicos, o ser que presidia o Éden, os anjos Potestades, os celestiais Tronos e por último dois anjos denominados Dominações.

Dava para ver um brilho de uma forte luz se aproximando, era Arcanos, o Serafim, se aproximava do lugar em num voo em alta velocidade, com suas seis asas, ele foi o último a chegar.